O que nos diz o teste de Sepang? | MotoGP

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    Concluído o segundo teste de temporada e o primeiro com as novas máquinas das equipas, liga-te ao Bola na Rede para ter uma pequena previsão sobre o que esperar na temporada de 2024, após a realização dos testes oficiais no Circuito Internacional de Sepang.

    PRIMA PRAMAC RACING

    A primeira equipa independente a conquistar o Campeonato do Mundo de equipas de MotoGP, começou 2024 da melhor forma, com Jorge Martín a mostrar ao que vem, com uma fome de vencer incrível. Foi extremamente consistente nos testes, realizando tempos sempre inseridos no top 3 dos três treinos, depois de uma “off-season” onde não escondeu a sua desilusão por não subir à equipa oficial da Ducati, Martín começou 2024 com uma mensagem clara de que vai querer lutar pela coroa de Francesco Bagnaia e por um lugar ao lado deste, na Ducati Lenovo Team.

    Franco Morbidelli não participou nos testes de Sepang, devido a lesão, foi substituído por Michele Pirro que não foi particularmente rápido, acabando sempre na última posição. Assim sendo, a Pramac acabou por depender, apenas, de Jorge Martín para a realização de testes mais exaustivos e próximos da realidade competitiva da equipa, o que pode trazer problemas para o início de época da equipa.

    DUCATI LENOVO TEAM

    Nova temporada com o desafio de reconquistar o Campeonato do Mundo de equipas de MotoGP, apesar de terem o atual Bicampeão do Mundo de MotoGP, Francesco Bagnaia. Este começou o teste de Sepang um pouco discreto, protagonizando uma queda nos momentos iniciais, com o foco a incidir na recolha de dados e desenvolvimento do motor. No segundo dia, o foco foi a experimentação dos novos apliques e “setups” aerodinâmicos, concluindo, já no terceiro dia de testes, com ataques ao tempo e simulações de sprint. Tudo isto levou a que “Pecco” não fizesse tempos particularmente rápidos nos dois primeiros dias de teste, mas no último mostrou um pouco do potencial da sua moto, ao cilindrar completamente os tempos. No fim, ainda salientou que, a equipa, ainda só mostrou, cerca de, 80% do potencial da moto.

    Já Enea Bastianini, depois de uma temporada muito irregular e acidentada, parte para 2024 com a grande necessidade de mostrar o que vale, sabendo que Jorge Martín quer o seu lugar. Trabalhou os mesmos aspetos que o seu colega de equipa, Francesco Bagnaia, conseguindo melhores tempos nos dois primeiros dias de teste, e acompanhando o italiano no minuto e 56 segundos no terceiro dia. É um começo forte e estável de Bastianini, no entanto, terá de conseguir manter a estabilidade das suas performances se quiser intrometer-se na luta entre Bagnaia e Martín.

    PERTAMINA ENDURO VR46 RACING TEAM

    A equipa do lendário Valentino Rossi, tem novo alinhamento de pilotos com Marco Bezzecchi e Fabio Di Giannantonio. Tiveram três sessões acidentadas, com algumas quedas, nos primeiros dois dias de teste, ainda realizaram bons tempos que colocaram ambos os pilotos no top 10, mas no terceiro dia de teste só Di Giannantonio conseguiu ficar no top 10.

    Fabio Di Giannantonio foi o piloto, da equipa, que teve melhor performance no cômputo geral do teste, o que seria de esperar depois do forte final de temporada. A grande desilusão recai sobre Marco Bezzecchi que, na temporada passada, conseguiu intrometer-se na luta pelo Campeonato do Mundo de pilotos, começou a temporada com o pé esquerdo, no entanto, as boas performances por parte do seu colega de equipa, mostram que ainda há muito potencial a ser desbloqueado por parte de Bezzecchi.

    RED BULL KTM FACTORY RACING

    A equipa austríaca utilizou o primeiro dia para Brad Binder e Jack Miller, se habituarem à nova moto, daí os seus tempos não terem sido nada de extraordinário. Tudo mudou no segundo dia de teste, com Binder a fazer ótimos tempos, já Jack Miller não conseguiu fazer boas voltas, demonstrando algumas dificuldades de adaptação à moto.

    No último dia de testes, Brad Binder não conseguiu colocar a KTM no minuto e 56 segundos, nem realizou ótimas simulações do Sprint, quando na temporada passada, as melhores performances da KTM eram em sprint. O caso do piloto sul-africano não demonstra grandes motivos de preocupação, no entanto, Jack Miller parece ainda ter um longo caminho pela frente, para se adaptar à moto, ou o contrário, com o objetivo de se tornar competitivo.

    APRILIA RACING

    Nos momentos iniciais, foi Maverick Viñales que demonstrou mais à vontade com a moto, enquanto Aleix Espargaró teve mais dificuldades em estabelecer voltas rápidas, no entanto, foi notório o esforço da Aprilia em recolher dados aerodinâmicos da sua moto, o primeiro dia serviu, essencialmente para isso.

    Nos dois últimos dias de teste, Aleix Espargaró liderou os esforços da equipa, estabelecendo bons tempos e realizando uma ótima performance nas simulações do Sprint, já Viñales demonstrou mais dificuldades, talvez pelos testes a diferentes “setups” da sua moto. Ambos os pilotos realizaram um “long run” quando a pista estava com as temperaturas mais elevadas, no segundo dia, para testar se, as alterações feitas na nova moto, resolveram os problemas de viabilidade da moto em condições climatéricas e de pista com altas temperaturas.

    GRESINI RACING

    A nova equipa de Marc Marquéz não começou com o pé direito, com o piloto espanhol e o seu irmão, Alex Marquéz, a terem problemas técnicos nas suas motos e algumas quedas. No entanto, conseguiram estabelecer bons tempos no primeiro dia de testes, tendo Marc Marquéz demonstrando mais dificuldades no segundo dia, enquanto o seu irmão mostrava um maior à vontade e melhores performances com a nova moto.

    As simulações de Sprint foram encorajadoras para ambos os pilotos, mas Alex Marquéz destacou-se no último dia, ao fazer parte do pequeno grupo de pilotos que conseguiu colocar, a sua melhor volta, no minuto e 56 segundos. As expectativas são grandes para a equipa da Gresini, visto que tem um dos melhores pilotos de sempre na sua equipa, no entanto, ainda têm de realizar algum trabalho para extrair o máximo da sua moto.

    MONSTER ENERGY YAMAHA MOTOGP

    A queda de um gigante, que todos os amantes de MotoGP, assistiram na temporada passada, faz com que este teste, adquira uma importância maior para o futuro da equipa japonesa no MotoGP. Com um novo alinhamento de pilotos composto por Fabio Quartararo e Alex Ríns, a equipa testou a eletrónica, “setups” e desgaste dos pneus, no primeiro dia, com Quartararo a estabelecer o terceiro melhor tempo do primeiro dia.

    No segundo dia de teste, Quartararo conseguiu atingir a maior velocidade com a sua moto, no entanto, os tempos por volta foram fracos, com o piloto francês a queixar-se da aderência da traseira da sua moto. Já Rins, continuou os testes à eletrónica e a diferentes “setups” para se conseguir ambientar melhor à sua moto. O último dia não trouxe grande melhorias, mas tornou-se claro, para os pilotos, que a Yamaha deve trabalhar para melhorar a aderência da sua mota, com o objetivo de melhorar os tempos por volta.

    TRACKHOUSE MOTOGP

    A equipa do português Miguel Oliveira, não tem tarefa fácil para este ano de MotoGP, apesar de um maior apoio por parte da Aprilia, a equipa está muito atrasada no desenvolvimento, fruto do caótico final de temporada, protagonizado pelo principal responsável da equipa na temporada passada. O começo do teste, também não foi o ideal com Raúl Fernandéz a ter uma queda que o retirou dos restantes dias.

    Miguel Oliveira não conseguiu realizar nenhum tempo aceitável, assim como Lorenzo Savadori, não se adivinha uma boa temporada para a equipa americana, no entanto, ainda há esperança devido à contratação da lenda Davide Brivio, para líder da equipa. Miguel Oliveira ainda participou no teste da Aprilia, para averiguar o desempenho das motos em condições de altas temperaturas.

    REPSOL HONDA TEAM

    Mais um gigante que entrou num longo sono, após uma época desastrosa, a Honda apresentou-se em Sepang com Joan Mir e Luca Marini. O primeiro dia foi de habituação à nova moto, com os pilotos a realizarem tempos baixos, mas enaltecendo o trabalho de toda a equipa na produção e desenvolvimento da moto.

    No segundo dia, Joan Mir realizou uma boa performance, já Marini focou-se nas simulações de corrida, com realização de várias voltas com o mesmo “set” de pneus. No terceiro dia, ambos os pilotos não demonstraram grandes desenvolvimentos, no entanto, os pilotos saíram satisfeitos com os progressos demonstrados e o caminho seguido pela equipa. No entanto, não se adivinha um ano fácil para a construtora japonesa.

    LCR HONDA

    Conseguiram a contratação de Johann Zarco que realizou uma boa temporada em 2023, no entanto, sendo equipa satélite, teve e tem os mesmos problemas de performance que a equipa principal da Honda tem.

    Ambos os pilotos passaram discretamente pelos testes, apesar de salientarem uma evolução e diferença positiva no motor, a LCR Honda ainda tem um longo caminho a percorrer e não será, certamente, este ano que poderão demonstrar boas performances em corrida.

    RED BULL GASGAS TECH3

    A equipa de Augusto Fernandéz e do “rookie” Pedro Acosta, teve uma performance muito agradável e surpreendente, muito à boleia de Acosta. O “rookie” fez um autêntico brilharete no primeiro dia, ao atingir o segundo melhor tempo do dia, no entanto, Fernandéz foi no sentido oposto e colocou-se nas últimas posições.

    O segundo e terceiro dia foram a confirmação de um surpreendente Pedro Acosta, a realizar bons tempos por volta e belas simulações de Sprint, já Augusto Fernandéz continuou as fracas performances, parece que a esperança reside, somente, em Pedro Acosta para que a GASGAS consiga fazer um par de boas performances na temporada que aí vem.

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    João Magalhães
    João Magalhães
    Desde pequeno a seguir Futebol, Fórmula 1 e MotoGP, apaixonado pelo desporto, com Licenciatura em Gestão do Desporto e com o grau um de Treinador de Futebol. Ambicioso, lutador e sempre com vontade de saber mais, espera tornar o desporto mais simples e ainda mais interessante para os seus leitores.