A penúltima prova do Campeonato de Portugal de Ralis trouxe-nos muita emoção e mostrou-nos que os ralis em Portugal são algo de muito competitivo. O nacional parece estar a atingir o seu pico, mas continuo a achar que também temos que começar a pensar em renovar a geração de pilotos de ralis.
Mas o que interessa é o Vidreiro. Um rali onde o asfalto, apesar de limpo, está sujo. Contradição? Não, porque os carros passam pelas bermas da estrada, trazendo a tal sujidade para o meio do asfalto.
O Vidreiro também trouxe a emoção das especiais noturnas, para além da tradicional super especial na sexta-feira à noite, que teve direito a transmissão no Youtube, pela Movielight.
Nas primeiras especiais, disputadas à noite, José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroen C3 R5) e Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia R5) mostraram ao que vinham, mas foi o piloto do Skoda que conseguiu ir para descanso com 1.7s de vantagem para Fontes.
No sábado, a emoção foi muita. Na frente, Ricardo Teodósio e José Pedro Fontes seguiam bem juntos. À entrada para a PE8, a última do rali, a diferença era de apenas 0.3s, vantagem para Teodósio. Mas, José Pedro Fontes foi superior e venceu o rali por 0.6s para Teodósio.

Fonte: Citroen Vodafone Team
Apesar de não vencer, Teodósio segue na liderança do campeonato. Mas o rali do Vidreiro foi extremamente difícil para o piloto da Guia. Um acidente num teste pré-Vidreiro deixou-o com duas costelas partidas e o carro em mau estado. Mas, graças à Sports & You, ao seu rival José Pedro Fontes e a Paulo Neto, o Skoda Fabia R5, deixado livre por Miguel Barbosa, foi utilizado.
Atrás de José Pedro Fontes e Ricardo Teodósio ficaram Bruno e Hugo Magalhães (Hyundai i20 R5). O piloto de Lisboa não fazia este rali há cerca de 10 anos. Ou seja, em 2009, quando foi campeão nacional, juntamente com Carlos Magalhães no Peugeot 207 S2000.

Fonte: Hyundai Portugal Motorsport
Apesar disso, conseguiu ser terceiro, ficando a 8.2s da liderança, mas com 55.3s de vantagem para o quarto classificado. Mas, mais importante, mantendo esperanças da conquista do campeonato no Algarve.
O quarto candidato ao CPR é Armindo Araújo. O piloto que fez dupla com Luís Ramalho não foi muito feliz no Vidreiro. Uma má escolha de pneus no Hyundai i20 R5 fez com que o campeão nacional não conseguisse acompanhar os seus rivais pelo título. Ainda esteve em batalha com Pedro Meireles/Mário Castro (Volkswagen Polo GTI R5) pela quarta posição, mas não conseguiu vencer a dupla do carro alemão e terminou em quinto.
Com o quarto lugar, Pedro Meireles faz um bom rali. Nas especiais noturnas, problemas com os faróis fizeram com que se atrasasse, e depois problemas com travões fizeram com que não atacasse mais.

Fonte: Racing 4 You
Ainda nos carros mais rápidos, Miguel Correia estreou o Skoda Fabia R5. Depois do acidente que incendiou o Ford Fiesta R5, o piloto da ARC Sport levou o carro da marca checa ao Vidreiro e gostou muito da sua prestação.
Já Pedro Almeida levou um novo navegador. Miguel Ramalho, campeão do mundo de produção em 2009 e 2010 com Armindo Araújo, esteve ao lado direito do jovem piloto, uma boa evolução para este.
Nas duas rodas motrizes, Gil Antunes/ Diogo Correia (Renault R3T) tiveram um rali mais ou menos tranquilo. Os seus rivais, Paulo Neto e Hugo Lopes, não estiveram presentes. A armada que tentou alcançar Antunes foi constituída por Rafael Cardeira/ André Couceiro (Renault R3T) e Filipe Nogueira/João Francisco Vieira (Peugeot 208 R2). Mas, apesar de um toque, Gil Antunes venceu o rali por 33.2s, sagrando-se assim campeão nacional das duas rodas motrizes.

Fonte: Rali Vidreiro
“Os campeonatos também se ganham nestes momentos” – Ricardo Teodósio
Na ida para o Algarve, para o último rali do CPR em 2019, Teodósio segue com 140.44 pontos, Bruno Magalhães com 132.38, Armindo Araújo com 116.94 e José Pedro Fontes com 114.13. Uma luta a quatro. Mas, se me permitem a ousadia, eu gostava muito de ver Teodósio campeão.
Foto De Capa: Rali Vidreiro
Artigo revisto por Diogo Teixeira