OUTUBRO 2001
Terça feira, dia 2 de outubro. Mais uma viagem pela A1, mas desta vez mais sossegada. Na chegada ao Municipal de Pombal, tudo tranquilo, sem a azáfama de um jogo de Taça.
Os jogadores, que sabiam desde de manhã qual seria o meu onze inicial, mostram serenidade e um golo madrugador de João Paiva ajuda à descontracção.
Ainda antes do final da primeira parte, Odé faz o segundo e a etapa complementar é uma formalidade com vários remates à baliza de João Pedro.
No regresso ao campeonato, viajo até Ovar para visitar a AD Ovarense. Já durante o aquecimento oiço alguém nas minhas costas a dizer que hoje “não entra um” e que o Estrela não merece subir. Ao olhar para trás, vejo o meu antigo guarda-redes, Luís Vasco, que sorri e, de forma irónica, solta um “gosto em vê-lo”, retribuo de forma seca e saio do local.
O jogo começa e, logo no terceiro minuto, festejo o primeiro. Centro de Tiago Lemos e cabeceamento de Marajó para defesa de… Luís Vasco, mas na recarga o trinco Odé marca o golo que me faz encher o peito.
Contudo, o golo madrugador ainda acicatou mais o experiente guardião, que partiu para uma exibição de encher o olho. No total foram catorze remates à baliza, sem que tenha havido mais nenhum golo.
No final, e apesar da vitória, soltei um parabéns a Luís Vasco e dirigi-me para o balneário, já a pensar no sorteio da Taça de Portugal no dia seguinte.
Sabem quando pensam que o pior que podia acontecer era calhar-nos um grande logo no início da campanha, quando a equipa ainda se está a conhecer e entrosar?
Pois bem, f*ck my life…
Saio do escritório e vou orientar o treino, sem nunca esconder a insatisfação. O treino acaba por não ser produtivo e, honestamente, não consigo pensar no próximo adversário, o FC Marco.
Texto revisto por: Mariana Coelho
Foto de Capa: Bola na Rede