A Seleção das Quinas venceu, ontem à tarde, a Ucrânia, por 2-1, carimbando assim o passaporte para as meias-finais do UEFA Futsal Euro 2014.
Portugal apresentou-se para este jogo com algumas debilidades, visto que o seu goleador nato, Joel Queiroz, e o seu experientíssimo ala Pedro Costa não puderam jogar, devido a problemas físicos. Pedro Carry e Ricardo Fernandes, caso tivessem visto o cartão amarelo, não poderiam jogar na meia-final, tornando-se assim mais uma condicionante para a Seleção portuguesa. Felizmente, isso não aconteceu, e teremos estes dois jogadores a ajudar a Seleção em busca da final. Espero que Joel Queiroz e Pedro Costa estejam disponíveis para o jogo de quinta-feira, porque são, sem dúvida alguma, uma mais-valia.
Ambas as equipas entraram em campo com vontade e confesso que a seleção ucraniana me impressionou positivamente. Apresentou-se como uma equipa difícil, organizada e perigosa nos remates de meia distância.
Cardinal inaugurou o marcador aos três minutos, através de um bom trabalho que resultou num remate que só parou nas redes da baliza ucraniana. Recordo que esta equipa não sofreu qualquer golo na fase de grupos, mostrando a sua qualidade defensiva. Portugal apresentava-se organizado, mas o golo pareceu ter desorganizado a equipa lusitana, culminando na perda desnecessária de bolas. Faltou pautar o jogo para controlar a ascensão da Ucrânia.
Portugal, a níveis qualitativos, é claramente superior a esta seleção da Ucrânia, mas não é só a qualidade individual que importa e o coletivo do adversário funcionou muito bem.
Aos 12 minutos, o número oito, Valenko, aproveitou uma perda de bola em zona proibida, empatando a partida.
Jorge Braz pediu o primeiro desconto de tempo, a quatro minutos do final da primeira parte, o que resultou numa melhoria defensiva e, posteriormente, numa melhoria do jogo.
A primeira parte foi equilibrada, tendo a Ucrânia condicionado Portugal. Foi uma primeira metade muito complicada, em que o adversário jogou de forma cautelosa, equilibrada, estando muito bem defensivamente.
Aos 23 minutos, Cardinal bisa na partida, num golo resultante de um colocadíssimo remate junto ao poste, com a assistência do mágico Ricardinho. Nos restantes minutos da partida, Portugal dispôs de algumas ocasiões para marcar e um golo terminaria com as esperanças da Ucrânia.
Ao ver-se na frente, Portugal jogou melhor, mas rapidamente decresceu, permitindo o subir de nível da equipa ucraniana, o que causou perigo, assustando o guardião nacional.
O jogo terminou e Portugal qualificou-se para a próxima fase da competição. Foi um jogo bem disputado e equilibrado, principalmente no que diz respeito à defesa, em que Portugal foi superior. Contudo, concluo também que Portugal poderia ter-se aplicado mais para não gerar tanto sofrimento aos adeptos e aos próprios jogadores.
Destaco as magníficas exibições de Fernando Cardinal e do pequeno “gigante” Ricardinho. Ricardinho tem-nos habituado a exibições de altíssimo nível e hoje não foi exceção, tendo contribuído e muito para o êxito de Portugal. Jogador rapidíssimo, implacável no um para um, com um excelente remate com ambos os pés e um poder de passe magistral. Estes dois golos de Cardinal foram muito importantes, tanto para a Seleção como para o jogador, que respondeu a todos os seus críticos dizendo “presente!”. Os guarda-redes, João Benedito e André Sousa, mantiveram um bom nível, como é habitual.
Neste jogo, foi visível uma faceta de sofrimento mas também entreajuda entre todos os jogadores, algo que até agora não tinha sido visto, resultando numa motivadora e importante vitória. Portugal mostrou que merece estar no grupo das quatro melhores seleções da Europa.
Portugal terá agora de defrontar o vencedor do Itália-Croácia. Prevê-se a vitória transalpina, não se antevendo, no entanto, quaisquer facilidades diante uma aguerrida seleção croata. Tenho a certeza de que Portugal vai ultrapassar as derrotas passadas com a Itália e transformar este jogo numa partida sorridente que levará à tão ambicionada final.