SL Benfica 1-1 Sporting CP: O dérbi dos empates e do equilíbrio

    A CRÓNICA: NO DÉRBI ENTRE BENFICA E SPORTING, O EQUILÍBRIO FOI PALAVRA DE ORDEM

    No reino da águia, um leão mostrava a sua juba de líder com orgulho, contudo, a proprietária da área à qual chamámos de reino queria que a juba caísse e tinha de vencer para o conseguir. Já sabemos que equilíbrio é a palavra de ordem em dérbis de Futsal e não foi outra coisa que verificámos neste início de jogo. Perigo para um lado e perigo para o outro, mas era muito mais significativo para os leões.

    Continuando a analogia de um reino onde por momentos coabitam águia e leão, os primeiros minutos foi a águia a voar bem alto e o leão a tentar atacá-la, mas a falhar na sua tarefa animalesca. Muito por culpa de uma pequena pena que constituía a águia, Martim Figueira.

    No Desporto… Peço desculpa! No ciclo da vida selvagem, há momentos injustos e a águia foi matreira, apanhando o leão a dormir. A faltar apenas menos de um minuto e trinta para o fim da 1.ª parte, uma das penas, Afonso Jesus, quase acordou o seu inimigo natural, mas depois uma das garras saíram afiadas e surgiu um golo. Robinho desmontou de uma maneira tal a defesa leonina que só tinha de acabar em golo esta jogada do russo. Era a vantagem de um golo para os encarnados (ainda que não muito merecido), que foi para o intervalo assim por ter sido tão perto da buzina que indicava o intervalo.

    A garra que tinha ferido uma vez o leão saiu aleijada à entrada para a metade da segunda parte. O pequeno talentoso leão Zicky superiorizou-se perante Robinho, rodou de forma incrível (como se o leão estivesse a secar a sua juba de líder) e deixou a bola no canto onde dormia a águia (não a coruja…). Era uma ferida para cada um dos seres vivos e estava lançado este novo episódio da BBC Vida Selvagem.

    Depois do ataque do leão, voltámos aquele voo da águia (ainda que de forma mais baixa e perigosa) e com o leão a vê-la a voar. O empate é justo e mostra aquilo que foi o confronto entre SL Benfica e Sporting CP com uma intensidade muito alta, mas longe de criar imenso perigo perto das balizas. Enfim, acabou por tudo ficar assim e, do reino da águia, o leão saiu intacto (apenas com uma ferida, ou um golo sofrido) com a sua juba de líder da Primeira Liga de Futsal.

     

    A FIGURA

    Martim Figueira – A surpresa no cinco inicial foi mesmo a surpresa deste jogo. Num dérbi em que é difícil de gerir as emoções muito menos quando é o primeiro do jogador, foi uma autêntica parede. Só não saiu deste jogo com a baliza a zeros, porque Zicky, de um longe um grande destaque também, não deu qualquer tipo de hipótese ao jovem guardião encarnado. Ainda assim, bem nas manchas, nos remates de longe e foi quase tudo para as suas mãos ou noutras partes dos corpo.

    O FORA DE JOGO

    Cinco para quatro do SL Benfica – A precisar de vencer claramente foi um aspeto que falhou por completo, seja pela colocação de Tiago Brito como guarda-redes avançado de uma forma tardia ou até mesmo o facto de não surtir qualquer efeito. Joel Rocha demorou a decidir aquilo que queria desta partida e sai com uma mão cheia de nada, visto que continua dependente de um resultado menos bom por parte do Sporting para ainda sonhar com a liderança da fase regular.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Sem Roncaglio da baliza, foi o jovem Martim a assumir a titularidade e Joel Rocha acabou por perder aqui uma das suas armas secretas, o facto de jogar em cinco para quatro. Todo o processo ofensivo ficou condicionado com esta mudança, visto que o Benfica é muito dependente daquilo que é a construção com o seu guarda-redes. Assim, a equipa encarnada viu-se obrigada a criar com o fixo ou com o ala mais atrasado e jogar muito com seu pivô, fosse Fits ou Jacaré. Contudo, a nível defensivo não teve grandes problemas, porque o jovem conseguiu dar conta do recado.

    Na segunda parte, as dificuldades de conseguir criar mais perto da baliza continuavam notórias, sobretudo quando o Sporting pressionava alto, e quando conseguia criar perigo em zona adiantada era quando forçava o erro leonino. Continuava a existir uma defesa nos dez ou 15 metros e que não permitia que os leões conseguissem estar perto da baliza de Martim Figueira. A adversidade da lesão de Jacaré prejudicou ainda mais o jogo ofensivo dos encarnados que não conseguiam criar, exceto com ações individuais – em especial de Arthur.

    A aposta do cinco para quatro foi feita de uma forma um pouco ortodoxa e pouco deu ao jogo, exceto uma situação com Fábio Cecílio que foi cortado por João Matos. Foi tardia a entrada de Tiago Brito com a camisola de guarda-redes e também tem de ser mais trabalhada esta situação que pouco é usada pelos encarnados.

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Martim (8)

    Afonso Jesus (5)

    Robinho (6)

    Chiskala (5)

    Fits (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Fábio Cecílio (5)

    Nilson (4)

    Silvestre Ferreira (4)

    Tiago Brito (4)

    Arthur (6)

    Jacaré (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Nuno Dias a mostrar neste jogo aquilo que já nos habituou nos seus tempos de treinador no Sporting. Uma zona de pressão muito subida para que os encarnados não conseguissem sair a jogar de forma tranquila e que obrigassem estes últimos a forçar o erro. Muitas combinações entre dois a três jogadores da linha lateral para o meio da quadra, aproveitando a velocidade e a técnica dos jogadores leoninos como Pauleta ou até Merlim. Existindo situações em que ficava um jogador na cara do guarda-redes encarnado, que não foi aproveitado de forma exímia.

    Uma diferença para o jogo dos encarnados era o facto de Guitta dar a possibilidade de se jogar em cinco para quatro em zona subida.

    Os leões estavam com muita dificuldade em conseguir construir na segunda parte, principalmente quando não estava o pivô na zona do meio da quadra. A equipa leonina estava muito mais permeável na defesa, deixando que os encarnados conseguissem penetrar mais e criando mais perigo. Contudo, havia um jogador a evidenciar-se: Guitta. Após o golo, os leões cresceram e começaram a apostar a primeira bola no pivô ou então em saídas rápidas para a baliza encarnada.

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Guitta (7)

    João Matos (5)

    Cavinato (5)

    Pauleta (6)

    Merlim (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Tomás Paçó (5)

    Erick (5)

    Mamadú Ture (-)

    Taynan da Silva (5)

    Pany Varela (5)

    Zicky (7)

    Rocha (5)

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    João Pedro Barbosa
    João Pedro Barbosahttp://www.bolanarede.pt
    É aluno de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, tem 20 anos e é de Queluz. É um apaixonado pelo desporto. Praticou futebol, futsal e atletismo, mas sem grande sucesso. Prefere apreciar o desporto do lado de fora. O seu sonho é conciliar as duas coisas de que gosta, a escrita e o desporto.