Sporting CP 5-4 (a.p.) SL Benfica: Esforço, dedicação, devoção e… coração

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    A CRÓNICA: ERROS DEFENSIVOS VS. BOLAS PARADAS – ASSIM FOI O JOGO 1

    Está no ar mais uma Final do Campeonato Nacional de Futsal. Na edição 2021/22, Sporting CP e SL Benfica disputam a 15.ª Final da sua história, 12.ª entre ambas. Para a partida desta noite, as águias não contaram com o capitão Robinho, ao passo que, em sentido inverso, Zicky regressou à equipa leonina. Com a lotação esgotada no Pavilhão João Rocha, estavam assim reunidos todos os ingredientes para mais um grande dérbi.

    A equipa de Pulpis entrou melhor na partida e, com minuto e meio jogados, Chishkala roubou a bola a Merlim e assistiu Rocha que, frente a Guitta, voltou a marcar à sua antiga equipa (0-1). O Sporting respondeu praticamente de imediato, com Pany Varela a assistir Esteban Guerrero para o empate (1-1). Ao minuto nove, novo erro dos leões, com Chishkala a aproveitar um mau passe de Pany para Guitta para fazer o 1-2.

    Apesar dos erros defensivos, a equipa de Nuno Dias estava bem na partida e causava bastante perigo junto da baliza de André Sousa. Ao minuto 10, Tomás Paçó apareceu isolado, fintou André Sousa, só que, já sem ângulo, acertou no poste. A três minutos do intervalo, nova fragilidade defensiva do Sporting, com Chishkala a recuperar a bola e a deixar Jacaré fazer o terceiro (1-3).

    Após novo erro defensivo, Nuno Dias solicitou de imediato a sua pausa técnica e ainda viu o Benfica alcançar a sua quinta falta, mas a sua equipa viria mesmo a sair em desvantagem para os balneários, após um primeiro tempo em que se assistiu a uma excelente partida de Futsal, com o Sporting a ter mais posse de bola e o controlo da partida, e o Benfica a apresentar-se bastante eficaz em frente da baliza de Guitta.

    No início da etapa complementar os papéis inverteram-se e, através de um canto na direita, cobrado por Merlim, Erick reduziu para 2-3, aproveitando o mau posicionamento defensivo das águias, com André Sousa e Jacaré a deixarem a bola chegar ao segundo poste. O Sporting tentava dar seguimento ao bom recomeço, mas André Sousa ia-se impondo na baliza.

    Porém, aos 28 minutos, novo canto para o Sporting, com Pany a cobrar pelo ar para João Matos que, sozinho e de fora da área, atirou para o 3-3. O Benfica reagiu bem ao golo sofrido e, através de uma bola parada, Tayebi voltou a colocar a bola no fundo das redes do Sporting (3-4). O Sporting respondeu, com Zicky a servir Pany que, com a baliza praticamente aberta, acertou na trave.

    A três minutos do final, Nuno Dias lançou Alex Merlim como guarda-redes avançado e apostou no cinco para quatro. Nos primeiros lances, os leões até conseguiram criar jogadas de perigo, mas pecaram no momento da ligação. Aos 38’, atingiram a sua quinta falta e, logo a seguir, viram Arthur atirar com estrondo à trave da sua baliza.

    A 71 segundos do soar da buzina, grande jogada do cinco para quatro leonino, com Cavinato a aparecer sozinho no interior da área a restabelecer o empate (4-4). Com o público em apoteose e uma grande recuperação do Sporting, a partida seguiu para prolongamento, com mais dez minutos de grande Futsal. No início, com meia parte jogada, Jacaré viu o segundo cartão amarelo, em lance com Erick, e deixou a sua equipa em inferioridade numérica. Logo no primeiro lance, Cardinal apareceu completamente sozinho ao segundo poste, mas não conseguiu acertar na baliza. Pouco depois, novo lance para o internacional português, mas André Sousa negou-lhe o golo com uma grande defesa. O Benfica voltou a colocar o quinto elemento em campo sem que o Sporting conseguisse colocar-se a vencer.

    Na segunda parte do prolongamento, novo erro dos leões, Afonso combinou com Arthur e, perante a saída de Guitta, tentou picar-lhe a bola, mas o brasileiro impôs-se. Ao minuto 47, canto na esquerda batido por Pany Varela, a bola ressalta em Henmi e volta a sobrar para o internacional português que, de primeira, remata cruzada para o 5-4. Pela primeira vez na partida, os verde e brancos colocavam-se em vantagem.

    Pulpis apostou no cinco para quatro, lançando Chishkala como guarda-redes avançado, mas o desnorte imperou nos momentos iniciais e as águias não conseguiram criar situações de perigo. Ainda assim, o russo ainda acertou na trave, num remate à entrada da área. Até final, o resultado não sofreu mais alterações e, após mais de duas horas e meia de Futsal, o Sporting venceu o Benfica, no prolongamento, e colocou-se a vencer nesta Final à melhor de cinco jogos.

    Os encarnados estiveram quase sempre em vantagem, mas no derradeiro instante, a raça e o crer dos leões subiu ao de cima e foi fundamental neste desafio. A partida foi intensa e com o resultado incerto praticamente até ao fim, mas as muitas paragens, devido às muitas faltas (18, a juntar-se aos 11 cartões) e a acontecimentos extra Futsal, quebraram várias vezes o ritmo de jogo.

    O Jogo 2 disputa-se na próxima quarta-feira, no Pavilhão da Luz, a partir das 21 horas.

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Ivan Chishkala – É certo que a sua equipa não venceu, mas não foi por culpa do russo. Se até aqui Chishkala já figurava com uma das grandes figuras do Benfica na presente temporada, perante a ausência de Robinho teve de assumir ainda mais a batuta. Esteve em três dos quatro golos das águias e, perante a desvantagem, foi o elemento que causou mais dificuldades a Guitta.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Jacaré – É inconcebível que Jacaré continue a ser expulso constantemente nos jogos mais decisivos e importantes da sua equipa. O brasileiro até estava bem na partida, inclusivamente marcou um golo, mas um despique emocional com Erick, custou-lhe o segundo amarelo e, talvez, a derrota da sua equipa que não teve mais estofo para fazer frente aos leões. Está na altura de Jacaré aprender com os erros.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Nuno Dias apostou no seu 4×0 habitual sem pivot e com Erick na posição “híbrida”. Os leões até realizaram mais uma excelente partida, mas as falhas defensivas custaram caro, sobretudo nas tentativas em que Guitta subia no terreno. Com três pivots convocados, nenhum esteve em grande evidência e conseguiu fazer a diferença, muito por culpa da postura do Benfica. Em sentido oposto, o sinal mais vai para as bolas paradas, treinadas ao pormenor e que foram fundamentais para reduzir a desvantagem de dois golos.

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Guitta (8)

    João Matos (8)

    Alex Merlim (8)

    Erick Mendonça (8)

    Diego Cavinato (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Tomás Paçó (7)

    Pauleta (7)

    Pany Varela (7)

    Zicky Té (7)

    Fernando Cardinal (6)

    Esteban Guerrero (7)

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Pulpis tentou surpreender os leões e apostou, de início, em Nilson, Rómulo e Afonso, com Chishkala a jogar “sozinho” na frente. Essa estratégia durou menos de um minuto e a entrada em campo de Rocha foi de imediato coroada com um golo. As águias estiveram bem defensivamente, anularam o jogo de pivot do Sporting, e mostraram-se bastante eficazes no ataque, como há muito não se via nestes duelos. No prolongamento, a equipa voltou a apresentar-se praticamente irrepreensível quando se viu em inferioridade numérica, mas nunca mais voltou ao jogo.

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    André Sousa (8)

    Nilson Miguel (7)

    Rómulo (7)

    Afonso Jesus (6)

    Ivan Chishkala (9)

    SUBS UTILIZADOS

    Arthur (7)

    Rafa Henmi (6)

    Bruno Cintra (7)

    Carlinhos (6)

    Hossein Tayebi (6)

    Rocha (7)

    Jacaré (5)

    Foto de Capa: Carlos Silva / Bola na Rede

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    Tiago Alexandre
    Tiago Alexandrehttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago nasceu em Abrantes e, atualmente, estuda em Portalegre, cidade para onde partiu em busca do seu sonho no meio do Jornalismo. Está ligado ao Desporto desde sempre e gosta de rebater as suas opiniões até à última. O Ciclismo e o Futebol - não o 'jogo da bola' - são as suas paixões, sem nunca descurar o Hóquei em Patins, o Futsal e o brilhante mundo dos Esports.