FC Porto 4-3 SL Benfica: Clássico Di Azul

    FC Porto vs SL Benfica hóquei

    A CRÓNICA: HAT-TRICK ESCRITO EM FRANCÊS

    O FC Porto recebeu e venceu o SL Benfica por 4-3, num jogo de duas caras. No final, foi a cara dos da casa a apresentar um sorriso. Desta forma, os Dragões mantêm a liderança, a invencibilidade, o melhor ataque, a melhor defesa e o melhor marcador. Por seu turno, as Águias registam três derrotas em sequência e saem desta sétima jornada a 12 pontos do primeiro posto da fase regular. Vamos às incidências do jogo.

    Início demolidor dos Dragões, com três golos nos primeiros cinco minutos da partida e com um duplo denominador comum: Gonçalo Alves e Carlo Di Benedetto. Logo aos 50 segundos de jogo, um remate de longa distância do português sobejou na área para o francês, que atirou a contar. Já dentro dos quatro minutos, Gonçalo Alves conduziu a bola e ofereceu o bis a Di Benedetto.

    Cerca de um minuto volvido e 3-0 para os azuis-e-brancos. Na área portista, uma queda de Gonçalo Pinto deixou Diogo Rafael a protestar, pedindo grande penalidade para as Águias. Além de não ver o pedido acedido, o capitão dos encarnados viu também o cartão azul, o que levou Gonçalo Alves para a marca que conhece tão bem.

    O “77” dos da casa fez uso do Doutoramento em Livres Diretos que aparenta possuir e colocou a vantagem caseira num 3-0 tenebroso. Seguiram-se largos minutos de maior acalmia e o resultado acomodou-se no placar. A cadência das oportunidades decaiu de tal forma que só a seis minutos do intervalo voltou a haver lance digno de reportagem.

    No caso, a grande penalidade desperdiçada por Diogo Rafael – e defendida por Malián -, na sequência de falta cometida por Telmo Pinto sobre Lucas Ordóñez. O som da buzina a sinalizar o recolher aos balneários viria a ser o momento de maior impacto no segundo tempo após a penalidade desperdiçada pelo “4” dos forasteiros. Quando ressoou então a dita buzina, o FC Porto levava mais três golos (3-0) e mais três faltas (9-6) do que o SL Benfica.

    Além de período de descanso, o intervalo foi também um espelho. Assim, os primeiros cinco minutos do segundo tempo foram (quase) iguais aos primeiros cinco minutos da segunda metade. Golos prematuros, um jogador a bisar… mas com ligeiras e importantes diferenças. A principal diferença? Os golos, desta feita, foram dois, a equipa que os registou foi o SL Benfica e o jogador que bisou foi Carlos Nicolía.

    Uma falta de Telmo Pinto sobre o ex-FC Porto Poka elevou o total portista para dez e colocou o argentino das Águias na marca de livre direto. O remate seco e bem colocado do “5” benfiquista resultou no golo da redução para 3-1. Poucos minutos mais tarde, receita similar. Falta azul-e-branca, cartão azul (Di Benedetto foi o admoestado).

    De novo Nicolía na bola parada, cara a cara com Malián, e de novo remate seco e bem colocado. 3-2 e partida relançada. Mais relançada ficou com o golo do empate. Antes ainda de se terem disputado duas mãos cheias de minutos na segunda parte, Ordóñez desfeiteou a defensiva portista com um bom slalom e rematou com êxito. Regozijavam as Águias quando Di Benedetto se recordou que havia trazido o seu chapéu.

    O “19” do FC Porto decidiu ir buscá-lo e mostrou à Dragão Arena o seu truque do chapéu (ou “hat-trick”, como dizem os ingleses). Não foi um truque espetacular – o francês voltou a aproveitar as “sobras” de uma bola perdida na área –, mas foi eficaz, uma vez que colocou os azuis-e-brancos de novo em vantagem, quando a segunda parte transpunha o seu equador.

    Até à buzina final, Gonçalo Alves ainda viria a desperdiçar o livre direto correspondente à 10ª falta do SL Benfica. O 4-3 manteve-se abnegadamente até final e o fogo do Dragão continua a queimar adversário atrás de adversário.

    A FIGURA

    Carlo Di Benedetto: Matador como é seu apanágio, o francês aproveitou três finalizações de nível não muito elevado de execução e registou um sempre apetecível “hat-trick”, que adquire ainda mais sabor num Clássico. Além dos golos, trabalhou bastante e foi sempre um elemento “chato” para a defensiva benfiquista. Mais exibições como esta e podem começar a chamar-lhe “Príncipe Di”.

    O FORA DE JOGO

    Primeira Parte do SL Benfica: a parca e paupérrima exibição dos encarnados nos 25 minutos iniciais (e, em particular, nos cinco primeiros) permitiu que o FC Porto se colocasse cedo na frente do marcador e com uma vantagem que viria a revelar-se inultrapassável. Num jogo deste perfil, nenhum dos conjuntos pode dar minutos de vantagem ao conjunto adversário – muito menos dar toda uma parte de avanço.

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    As transições ofensivas dos homens de Ricardo Ares eram – e são – letais. A vantagem dilatada precocemente alcançada permitiu uma gestão de posse mais prolongada dos Dragões no primeiro tempo, o que, por consequência, limitou os momentos de transição para o ataque dos azuis-e-brancos. No entanto, quando aconteciam, causavam danos. O segundo golo portista é exemplar nesse sentido: falta assinalada, bola recolocada em jogo rapidamente, transição vertiginosa e mortífera.

    No segundo tempo, sobretudo nos 15 minutos finais (já com o marcador a registar um empate a três), as transições ofensivas portistas regressaram a uma frequência elevada. Em ataque posicional, os visitados circulavam bastante a bola – sobretudo pelo exterior do bloco adversário -, fazendo uma gestão da posse que em tudo coincidia com o que se espera de uma equipa que alcança cedo uma vantagem “confortável”.

    A defender, os azuis-e-brancos apostavam ora num 2-2, ora num 1-2-1, ora num 1-3, sendo o sistema o menos importante e adquirindo relevância superior a mobilidade dos defensores e a capacidade de permutas de posição dos mesmos.

    CINCO INICIAL E PONTUAÇÕES

    Xavi Malián (7)

    Xavi Barroso (6)

    Telmo Pinto (5)

    Gonçalo Alves (8)

    Carlo Di Benedetto (9)

    SUPLENTES

    Rafa (6)

    Reinaldo García (6)

    Ezequiel Mena (6)

    Carlos Ramos (-)

    Tiago Rodrigues (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    A dificuldade demonstrada pela turma de Nuno Resende em penetrar o bloco adversário, mesmo com a presença de homens de área como Ordóñez ou Pablo Álvarez obrigou as Águias a circular a bola por fora e apostar, talvez mais vezes do que desejado e certamente mais vezes do que desejável, nos remates de meia e longa distância.

    No momento de defender em posição, os encarnados variavam entre um 2-2 (em quadrado) e um 1-2-1 (em losango). Este último sistema era adotado muito graças à forte capacidade que Di Benedetto tem para jogar nas imediações da área, funcionando como “homem-alvo”.

    Ainda assim, quando a marcação ao francês era eficiente, o bloco dos visitantes conseguia mesmo obrigar os azuis-e-brancos a jogar por fora e procurar soluções alternativas.

    CINCO INICIAL E PONTUAÇÕES

    Pedro Henriques (6)

    Diogo Rafael (5)

    Edu Lamas (5)

    Gonçalo Pinto (5)

    Lucas Ordóñez (7)

    SUPLENTES

    Carlos Nicolía (7)

    Poka (6)

    Pablo Álvarez (5)

    Sergi Aragonès (-)

    Rodrigo Vieira (-)

    Foto de Capa: Bola na Rede 

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.