A CRÓNICA: NÃO SE DEIXA FUGIR OS MAIS DIRETOS ADVERSÁRIOS
Ambas as equipas com o pensamento na vitória, o OC Barcelos tentava ultrapassar o FC Porto na tabela e o Sporting CP não queria deixar fugir SL Benfica e UD Oliveirense. Um pavilhão tradicionalmente difícil tínhamos espetáculo garantido. A pressão parece que não foi uma palavra presente no balneário leonino, porque estes entraram de rompante na partida. Foram precisos só SETE segundos (!) para se ver o primeiro golo do Sporting CP e Toni Pérez. Um dos golos mais rápidos que já vi em Hóquei em Patins e foi tão rápido que nem na repetição televisiva se percebeu como foi.
Os barcelenses ainda tiveram uma oportunidade soberana para empatar a um, porém, Luís Querido não conseguiu ultrapassar a muralha Girão. E já sabemos que quem não marca sofre… Minutos depois, Ferran Font fez o trabalho todo ao construir a jogada para Alessandro Verona rematar para o 0-2 e deixava os leões estavam numa posição muito confortável no jogo.
Estava-se pouco a pouco a encontrar, sem dúvida, o homem de jogo: Ângelo Girão. Dois penaltis e duas defesas do capitão leonino. Desta vez, foi Miguel Rocha a não conseguir concretizar o castigo máximo. Foi com o mesmo resultado (0-2) que fomos para intervalo graças aos golos de Toni Pérez e Verona e também dos dois penaltis defendidos por Girão.
Os segundos 25 minutos começou com pouco para contar e a emoção que pautou toda o primeiro tempo estava completamente esquecida. Porém, nos últimos oito minutos, estava marcada a machada final no jogo. Em poucos minutos, dois golos leoninos. O 0-3 foi culpa de uma bomba de Caio e o 0-4 foi Gonzalo Romero a aproveitar um livre direto, após a 10.ª falta barcelense.
Nos últimos três minutos, dois golos e um para cada lado. O primeiro do OC Barcelos com Zé Pedro a rematar de longe com força e com Franco Ferruccio, à boca da baliza, para encostar a bola que tinha ido ao poste (1-4). Contudo, o golo deu lugar a um cartão azul a Ferruccio por simulação. Houve novo livre direto para o Sporting CP e novo golo de Gonzalo Romero para o 1-5.
Até ao final, o resultado não se alterou e os leões venceram o OC Barcelos num pavilhão muito complicado e voltam a estar apenas a três pontos de desvantagem do líder, SL Benfica. Uma vitória consistente e nas poucas oportunidades que o Sporting CP teve foi muito eficaz para trazer um resultado positivo de Barcelos. Já o OC Barcelos fica com os mesmos pontos (37) que tinha à entrada para esta jornada e perdeu uma grande oportunidade para ultrapassar o rival direto FC Porto na classificação.
A FIGURA
Ângelo Girão – Duas penaltis defendidos, inúmeras defesas importantes a evitar os golos do OC Barcelos. Deu segurança aos seus companheiros de equipa na zona defensiva e estes só tiveram de fazer o seu trabalho. Já não há muito a dizer quanto a este senhor, pois, num “dia sim” é completamente imparável. Mais um grande jogo.
O FORA DE JOGO
OC Barcelos – A primeira parte ainda nos deu uma equipa barcelense rica em oportunidade e vontade de vencer, contudo, o desperdício dos dois penaltis foram um valente murro no estômago nas ambições barcelenses. No segundo tempo, parece que se ficaram pelos balneários, pois, não havia presença nenhuma da equipa na quadra muito também pelo excelente nível defensivo do Sporting CP.
ANÁLISE TÁTICA – OC BARCELOS
Apesar da desatenção defensiva aos sete segundos, a equipa não se deixou abalar e notou-se confiança. As individualidades de Franco Ferruccio e Ezequiel Mena estavam a surgir e a combinar-se também com um trabalho coletivo perfeito. Aposta de uma pressão muito alta e também muita cabeça na construção das jogadas. Na segunda parte, os barcelenses estiveram muito apáticos e não conseguiam fazer jogadas com cabeça, tronco e membros há imenso tempo.
O OC Barcelos estava muito limitado em termos de substituições visto que só tinha três jogadores para rodar e havia sempre alguém que teria de ficar durante um maior período de tempo. Este foi um aspeto que levou ao enorme cansaço da equipa barcelense. Sentiu-se a falta de Alvarinho, o habitual desequilibrador do OCB. Não soube aproveitar as bolas paradas que dispôs e estava com muita dificuldade em conseguir criar perigo em jogada corrida.
5 INICIAL E PONTUAÇÕES
Ricardo Silva (6)
Zé Pedro (7)
Luís Querido (5)
Franco Ferruccio (4)
Ezequiel Mena (6)
SUBS UTILIZADOS
Miguel Rocha (6)
Gonçalo Meira (6)
ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP
Aposta numa pressão mais baixa do que o normal. Os leões estavam com muita dificuldade em conseguir construir jogo e tentava apostar mais nos jogadores criativos, sobretudo Pedro Gil, que possibilitavam jogadas rápidas ou desequilíbrios. Contudo, os comandados de Paulo Freitas continuavam perigosos nas poucas ações ofensivas que dispunham.
A qualidade individual veio à tona quando a equipa mais precisava e foi fundamental no segundo golo. Os ataques eram pensados de forma inteligentes e também sem arriscar em demasia. Não havia possibilidade de rematar, os jogadores leoninos trocavam a bola e acabavam por esgotar os 45 segundos dessa forma. Cada tiro cada melro, é assim que se pode descrever a eficácia perfeita dos leões, que valeram os três pontos necessários para não deixar fugir o líder, SL Benfica.
5 INICIAL E PONTUAÇÕES
Ângelo Girão (8)
Pedro Gil (6)
Matías Platero (5)
Toni Pérez (6)
Gonzalo Romero (5)
SUBS UTILIZADOS
Alessandro Verona (6)
Raul Marín (5)
Caio (7)
Ferran Font (7)
Foto de Capa: Carlos Silva/Bola na Rede