A CRÓNICA: PORTUGAL TENTOU QUEBRAR A HEGEMONIA RECENTE DOS ESPANHÓIS, MAS AINDA NÃO FOI DESTA QUE VOLTARAM AO TRONO EUROPEU
Cinco anos após a última final ibérica no Europeu de Hóquei em Patins, Portugal e Espanha voltam a ser adversários no derradeiro jogo da competição. Há 1826 dias, Espanha venceu o dérbi ibérico por 6-3, desta vez venceu por 4-2 para conquistar a prova pela terceira vez consecutiva, ou seja, os ‘vizinhos’ de Portugal são tricampeões europeus de hóquei em patins.
Ainda antes do jogo começar, o ambiente já estava quente após ambos os hinos não terem sido totalmente respeitados. Os primeiros minutos foram marcados por várias faltas cometidas pelas duas equipas. A primeira grande ocasião de golo ocorreu passados de seis minutos e teve Pedro Henriques como héroi do lance ao defender um remate de frente a frente com Pau Bargalló.
O primeiro golo acabou por surgir numa altura em que Portugal estava contra a corrente do jogo. Após cerca de 13 minutos de jogo, Marc Grau aproveitou para fazer a recarga, depois do remate de Marc Julia que foi defendido por Pedro Henriques, e abriu as contas do marcador (1-0). A poucos minutos do fim da primeira parte, Henrique Magalhães e Pau Bargalló receberam respectivamente um cartão azul. Até ao final do primeiro tempo o marcador não sofreu alterações.
Nos primeiros minutos da segunda parte, Espanha ganhou um livre direto após falta cometida por Rafa que foi castigado com um cartão azul, mas não aproveiteram o lance. Contudo, os espanhóis aproveitaram a vantagem númerica para ampliar a vantagem após o remate de Marc Grau ter acabado no fundo das redes da seleção das quinas (2-0).
Portugal chegou às 10 faltas após seis minutos de jogo da segunda parte. Pedro Henriques defendeu o primeiro remate de Marc Julia, mas por ter cometido uma infranção, o número 15 de Espanha repetiu o livre direto e desta vez não desperdiçou (3-0).
Quando a seleção das quinas estava a passar pela pior fase, Gonçalo Alves conseguiu reduzir a desvantagem com um remate de longa distância (3-1) para dar uma nova vida à turma de Renato Garrido. No momento seguinte, Sergi Aragones leva cartão azul após ter cometido falta sobre Gonçalo Alves, os portugueses pediram uma grande penalidade, algo que a equipa de arbitragem não concordou. Por isso, Espanha esteve dois minutos com menos um jogador, mas a seleção nacional não aproveitou.
A 10.ª falta de Espanha surgiu quando faltavam 10 minutos para acabar o tempo regulamentar. Gonçalo Alves foi o homem chamado ao momento, rematou de primeira e Carlos Grau defendeu. Gonçalo Alves não aproveitou o livre direto, mas marcou após um contra-ataque bem sucedido pela seleção das quinas com a bola a passar entre as pernas do guarda-redes espanhol (3-2).
Espanha respondeu logo de seguida ao obter um livre direto fruto da 15.ª falta dos portugueses para Marc Julia ampliar novamente a vantagem dos espanhóis na partida (4-2).
O resultado não sofreu alterações até ao final da partida, por isso Espanha tornou-se tricampeã europeia da modalidade e conquistou a prova pela 19.ª vez – o 10.º título europeu dos espanhóis desde o começo do século XXI – na 55.ª edição da prova. Apesar da derrota, Portugal continua a ser recordista da prova com 21 títulos.
A FIGURA
Marc Julia – O avançado de 24 anos que atua no Reus Desportu foi fundamental para a garantir a vitória dos espanhóis. Os dois golos de Marc Julia nos últimos minutos da partida foram determinantes para gelar as últimas esperanças dos portugueses de chegar ao empate.
O FORA DE JOGO
Ataque de Portugal – Após a seleção nacional ter apontado 33 golos em 5 jogos – 15 dos quais foram marcados no jogo com a Inglaterra – esperava-se ver mais ações da turma de Renato Garrido no último terço do campo.
ANALÍSE TÁTICA – PORTUGAL
Portugal começou a partida com pouca posse de bola, algo que não acontecia muito na seleção das quinas no Europeu de Hóquei em Patins. A turma de Renato Garrido fez quase todos os seus remates frutos de contra-ataques ou de longa distância. Uma estratégia que não correu bem aos portugueses.
5 INICIAL E PONTUAÇÕES
Pedro Henriques (7)
João Rodrigues (6)
Gonçalo Alves (8)
Telmo Pinto (5)
Hélder Nunes (6)
SUBS UTILIZADOS
Xano Edo (-)
Nuno Santos (4)
Henrique Magalhães (4)
Rafa (3)
João Souto (5)
ANALÍSE TÁCTICA – ESPANHA
A seleção espanhola apostou muito no ataque com posse de bola, dando poucas oportunidades a equipa portuguesa de ter a bola. A equipa de Guillem Cabestay não deu muitas hipóteses a Portugal de ter a bola.
5 INICIAL E PONTUAÇÕES
Carlos Grau (7)
César Carballeira (6)
Nil Roca (5)
Pau Bargalló (7)
Martí Casas (6)
SUBS UTILIZADOS
Candid Ballart (-)
Sergi Aragones (4)
Xavi Barroso (5)
Marc Julia (9)
Marc Grau (8)