Portugal 5-3 Argentina: Portugal conquista a 68.ª edição Taça das Nações!

    Competência e persistência. Estas são as duas palavras-chave da conquista que Portugal alcançou na noite de domingo de Páscoa.

    Competência, pois, após as dificuldades defensivas contra Espanha e Itália, foi extremamente complicado para a Argentina entrar na teia defensiva montada pela seleção portuguesa. Persistência, pois, apesar das várias contrariedades ao logo do encontro, os jogadores que estão sobre a ainda jovem orientação de Renato Garrido, souberam sofrer, lidar com as dificuldades e esperar pela altura certa para garantir a vitória na 68ª edição da Taça das Nações!

    A partida teve um início movimentado e bastante intenso, com ambos os guarda-redes a serem colocados à prova muito cedo. No entanto, tanto Girão como Acevedo responderam a altura dos acontecimentos.

    Jogados pouco mais de dois minutos, belíssima triangulação da seleção portuguesa e Henrique Magalhães, solto no interior da área albiceleste, fez o 1-0.

    Em desvantagem, a Argentina foi à procura do tento do empate, mas apesar das várias movimentações e bloqueios, fossem perto da baliza de Girão ou mais longe, Portugal estava bem posicionado e conseguia tapar todos os espaços para as suas redes.

    A seleção portuguesa, bem a seu jeito, atacava de forma mais pausada, circulando o esférico à espera do momento certo para desferir um golpe fatal. Caso o tempo limite de ataque estivesse quase a esgotar-se, a aposta recaía sobre uma stickadade meia distância. Todavia, acabou por ser na sequência de um lance de quase golo argentino que, através de um contra-ataque, a seleção portuguesa fez o 2-0. João Rodrigues carregou a jogada e no instante certeiro serviu Rafa que, com uma colher, avolumou o marcador.

    Disputados dez minutos, Portugal, que parecia estar a jogar em casa, vencia por 2-0. Diferença que demonstrava um alto índice de eficácia, elemento que não esteve no ponto no encontro diante da Itália.

    Passados alguns segundos da marca dos dez minutos de jogo, Jorge Silva viu um cartão azul num lance com Nicolia. Lucas Ordoñez, que na véspera havia marcado um livre-direto com uma picadinha, não desperdiçou e mesmo depois de uma primeira defesa de Girão, na recarga reduziu a desvantagem para 2-1. Pouco depois, o próprio Ordoñez viu um azul devido a um enganchamento sobre Henrique Magalhães. Hélder Nunes, por mais uma vez, foi o escolhido para a conversão do livre-direto, mas Acevedo disse não ás intenções do português.

    Em situação de superioridade numérica, Portugal cercou a baliza argentina, mas nunca conseguiu ter muitas chances de golo. Quando as conseguiu, Acevedo estava bem colocando e impediu o terceiro tento lusitano.

    Num encontro muito equilibrado e com pouco espaço para se jogar, Portugal e Argentina acabam por recorrer à meia distância que, quase sempre, era bloqueada. Porém, acabou por ser, mais ou menos, dessa forma que a seleção portuguesa voltou a marcar. Já com menos de sete minutos para a pausa, Gonçalo Alves aproveitou uma cortina de Henrique Magalhães e à entrada da área albiceleste stickourasteiro para o 3-1. Instantes depois, através de uma picadinha, Ordoñez quase marcou e no seguimento do lance, um contra-ataque veneno da formação lusitana só não resultou em golo porque Acevedo realizou uma excelente intervenção.

    Mesmo com aproximar da pausa e as substituições, o ritmo e a intensidade continuavam extremamente elevados, sendo que Portugal era a equipa que estava mais próxima de voltar a marcar. A nível defensivo, ao contrário do que havia acontecido na véspera, a exibição estava a ser irrepreensível, colocando a formação albiceleste em enormes dificuldades para chegar à baliza de Girão com qualidade.

    Terminada a primeira parte, Portugal vencia a Argentina por 3-1. Resultado que demonstrava a superioridade dos comandados de Renato Garrido em pista, tendo em conta não só a sua eficácia do ponto de vista ofensivo, mas, sobretudo, defensivo. Deixando a seleção da América do Sul sem ideias, arte ou engenho para criar perigo para as redes à guarda de Girão. Contudo, estaria a mentir se não afirmasse que esperava muito do conjunto de José Luiz Páez que, a par da equipa das quinas, era a formação, teoricamente, mais forte na competição.

    Lucas Ordoñez stickava para o 3-3
    Fonte: Coupe des Nations

    A segunda parte do jogo teve um arranque polémico, com a Argentina a reclamar um golo num lance que envolveu Ordoñez. Contudo, através das repetições da transmissão televisiva, o esférico não parece ter transposto totalmente a linha.

    O perigo continuava a ser um elemento bem presente na pista. Todavia, quem continuava a estar sempre mais perto de marcar era Portugal. Exemplo disso, foi uma recuperação de bola de Gonçalo Alves que Hélder Nunes quase conseguiu concretizar. A Argentina, por seu lado, mantinha uma forte aposta na meia distância, mas continuava sem conseguir colher qualquer fruto. Porém, por vezes, já chegava à baliza de Girão, mas ainda sem grande qualidade. A sua melhor oportunidade surgiu no seguimento de um erro na saída para o ataque da seleção portuguesa, que Ordoñez, ao tentar servir Nicolia, viu o guardião luso anular-lhe o lance.

    Com dois golos de vantagem, formação portuguesa procurava controlar as operações, mas nunca negava uma situação de golo. Pouco antes dos trinta e cinco minutos, João Rodrigues teve duas grandes oportunidades para finalizar, mas Acevedo negou o golo ao atual jogador do Barcelona. Pouco depois, Ezequiel Mena, que havia acabado de entrar em rinque, serviu Ordoñez que, à meia volta, apontou o 3-2. Girão podia e devia ter feito muito mais.

    O golo fez bem à Argentina, que continuava a sofrer sustos na sua defesa, e em cima da marca dos trinta e sete minutos, beneficiou de uma grande penalidade em virtude de uma falta de Jorge Silva sobre Nicolia. Ordoñez, chamado à marcação, não vacilou e repôs a igualdade. Momentos depois, segundos após Acevedo ter impedido o quarto de Portugal, Hélder Nunes viu um cartão azul devido a uma falta sobre Matías Platero. Ordoñez regressou à marca do livre-direto, tentou fazer uma picadinha, mas não conseguiu concretizar.

    Logos nos primeiros segundos de powerplay, Ordoñez viu um cartão azul na sequência de um enganchamento sobre Henrique Magalhães. Desta feita, Gonçalo Alves foi o escolhido para a conversão do livre-direto, também tentou uma picadinha, mas Acevedo voltou a defender.

    Numa situação de jogo de três para três, houve mais espaço para se jogar, mas de nada adiantou, não tendo havido qualquer alteração ao marcador.

    O fim do encontro aproximava-se rapidamente, mas apesar das oportunidades de finalização que construiam, nem Portugal ou Argentina conseguiam desatar o nó. Girão e Acevedo, sobretudo ele, iam mantendo o marcador em 3-3.

    A pouco mais de cinto minutos do final, Lucas Ordoñez cometeu a 10ª falta da Argentina. João Rodrigues assumiu a marcação do livre-direto e com alguma sorte à mistura, a redondinha lá entrou na baliza argentina. Estava feito o 4-3. Instantes depois, num lance entre Gonzalo Romero e Hélder Nunes, o jogador sportinguista acabou por ver um cartão azul por ter atingido o número sete lusitano com o stick.

    Por mais uma vez em situação de powerplay, Portugal avisou por duas vezes e à terceira foi de vez. João Rodrigues, no seu lado natural e servido por Gonçalo Alves, stickoude primeira e assinou o 5-3. Sentenciando, praticamente, o desfecho do encontro.

    Já com menos de um minuto para se jogar no marcador eletrónico, Nicolia viu cartão azul por protestos. Isto, devido a um lance onde pedia grande penalidade para a Argentina.

    Finalizada a partida, Portugal “vingou” a derrota na final de 2017 e derrotou a Argentina por 5-3, conquistando a 68ª edição da Taça das Nações. Num jogo que passou por fases diferentes, a seleção portuguesa acabou por conseguir superar os maus momentos, falta de eficácia (nomeadamente nos segundos vinte e cinco minutos) e o restabelecer da igualdade, para mais tarde levar de vencido o encontro. Ligeiramente bafejada pela sorte, sobretudo no 4-3, a formação portuguesa agarrou o pássaro da vitória e não mais o deixou fugir. Aproveitando, depois, a superioridade numérica para selar o triunfo.

    Assim, Portugal avolumou para dezanove o número de conquistas do torneio de Montreux, aumentando para três a diferença de vitórias na competição para Espanha, que contabiliza dezasseis.

    Nos outros encontros do derradeiro dia da edição de 2019 da Taça das Nações, ocorreram ainda os seguintes resultados:

    7.º e 8.º Lugar

    Suíça 2-4 Montreux HC

    5.º e 6.º Lugar

    França 4-2 Espanha

    3.º e 4.º Lugar

    Itália 7-1 Angola

    Final

    Portugal 5-3 Argentina

    A classificação final é a seguinte:

    1.º Portugal

    2.º Argentina

    3.º Itália

    4.º Angola

    5.º França

    6.º Espanha

    7.º Montreux HC

    8.º Suíça

    Portugal: 1-Ângelo Girão (GR), 6-Gonçalo Alves, 7-Hélder Nunes, 8-Henrique Magalhães e 9-João Rodrigues (CAP.)

    Jogaram ainda: 3-Rafa, 4-Vieirinha e 5-Jorge Silva

    Banco: 10-Nélson Filipe (GR)

    Argentina: 1-Constantino Acevedo (GR), 5-Carlos Nicolia (CAP.), 6-Reinaldo Garcia, 8-Matías Platero e 9-Lucas Ordoñez

    Jogaram ainda: 2-Gonzalo Romero e 7-Ezequiel Mena

    Banco: 10-José Silvano Pinheiro (GR), 3-Jorge Maturano e 4-Facundo Bridge

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    Diogo Nunes
    Diogo Nuneshttp://www.bolanarede.pt
    Adepto ferrenho do Benfica, o Diogo deixou de sofrer golos nos rinques de Hóquei em Patins, a sua modalidade de eleição, para passar a descrevê-los em artigos.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.