Nos Jogos Olímpicos, o atletismo é sem dúvida um dos desportos mais representativos e importantes. Dentro do atletismo, as provas de velocidade são aquelas pelo que os adeptos do atletismo mais anseiam. Momentos em que os presentes sustêm a respiração e aguardam pela definição de corridas decididas por diferenças de centésimas ou milésimas de segundo.
Até ao momento, já se disputaram os 100 metros femininos e masculinos em Paris 2024 e já conhecemos os novos reis da velocidade.
Na prova feminina, as grandes candidatas eram a jamaicana bi-campeã olímpica Shelly-Ann Fraser-Pryce, a americana Sha’Carri Richardson (a líder mundial do ano com o tempo de 10.71), a veterana costa-marfinense Marie-Josée Ta Lou Smith e Julien Alfred, a atleta da pequena ilha Santa Lúcia que tem sido a surpresa desta prova este ano.
Com a ausência da campeoníssima Shelly-Ann Fraser-Pryce (ter-se-á lesionado no aquecimento prévio à sua série de semi-finais), o ouro olímpico prometia uma luta de titãs entre Richardson e Alfred.
Depois das excelentes sensações dadas na sua série de meias-finais, Alfred confirmou o seu favoritismo numa final ganha com um tempo fantástico de 10.72, conquistando o ouro olímpico com uma margem considerável em relação à concorrência, obtendo a primeira medalha olímpica da história de Santa Lúcia (uma ilha das Caraíbas com menos de 200 000 habitantes).
Julien Alfred concretizava o seu sonho de menina: ser a mulher mais rápida do mundo e ganhar uma medalha olímpica para o seu país.
A medalha de prata foi para a americana Sha’Carri Richardson (uma das grandes desilusões desta prova com o tempo muito modesto de 10.87) e a medalha de bronze para a também americana Melissa Jefferson (10.92).
Na prova masculina, havia um claro favorito: o sempre polémico mas igualmente carismático norte-americano Noah Lyles. Apesar da sua prova mais forte serem os 200 metros, Lyles evoluiu imenso nos últimos tempos nos 100 metros e era o líder mundial do ano da distância com o tempo de 9.81 obtido pouco antes desta edição dos Jogos Olímpicos.
Os seus grandes adversários eram o jamaicano Kishane Thompson, o americano Fred Kerley e o atleta do Botswana Letsile Tebogo, uma das estrelas emergentes das provas de velocidade.
O italiano Marcell Jacobs (surpreendente campeão olímpico em Tóquio) e o jamaicano Oblique Seville surgiam como os outsiders. O jamaicano foi o mais rápido nas semi-finais (com um tempo incrível de 9.81) e parecia ser o grande adversário de Lyles na luta pelo ouro olímpico e se tornar o novo rei da velocidade.
A final foi sem dúvida a mais equilibrada de todos os tempos. Noah Lyles partiu muito mal e estava em último lugar aos 30 metros de prova mas fez uma recuperação impressionante e acabou por ganhar uma final que vai ficar na história dos Jogos Olímpicos.
Decidida no photo finish e com uma diferença de cinco (!) milésimas de segundo entre o americano Noah Lyles e o jamaicano Kishane Thompson.
Ambos batendo o seu recorde pessoal (9.79), ambos com o mesmo tempo mas com a vitória a pender para o atleta norte-americano, que festejou efusivamente. A medalha de bronze foi para o norte-americano Fred Kerley com o tempo de 9.81. Uma prova bastante equilibrada e disputada ao milésimo de segundo e cujo último lugar correu com o tempo de 9.91. Uma final épica!
E assim dessa forma dramática e ainda difícil de explicar (Thompson foi o primeiro a ultrapassar a meta mas no atletismo, o que conta é o peito do atleta), Lyles tornava-se o rei da velocidade e provavelmente será uma das figuras destes Jogos Olímpicos, pois ainda tem mais três provas por disputar, nas quais é claramente favorito. Lyles pode sair de Paris com três (!) medalhas de ouro, algo que só o inigualável jamaicano Usain Bolt conseguiu num passado recente.
Os dados estão lançados para as provas dos 200m masculinos e femininos (Lyles e Alfred partem como os grandes candidatos a conseguir a dobradinha) e que se disputarão nos próximos dias, assim como as provas de 400m masculinos e femininos.