A culpa de uma prestação fraca é de todos ou de quase todos os portugueses. Começa por ser do Governo, ao não ter um Ministério do Desporto e tendo um Secretário do Desporto sem qualquer experiência anterior na área. Ainda dentro do Governo, é preciso culpar a falta de articulação entre o Secretário do Desporto e o Ministro da Educação. O facto do Desporto Escolar e Universitário ser quase inexistente é muito preocupante e, além disto, é preciso facilitar a vida aos atletas de alta competição, um pouco como o existente no mundo da música, por exemplo, onde a carga horária é reduzida para se dedicarem a aulas no Conservatório. Reduzir a carga horária destes atletas é fundamental para poderem dedicar este tempo a treinos, a trabalho de ginásio ou até à recuperação. Uma das regras da alta competição é o descanso, mas se não se descansa porque se sai do treino e se vai para as aulas, no caso dos mais novos, para sair das aulas e ir treinar e chegar a casa e ter de ir estudar, o descanso não existe.
Nas escolas, é preciso ainda referir algo muito grave mas que pode significar muito do problema: existe a disciplina de Educação Física, que é muito mal aproveitada e que, no secundário, chega ao ridículo de não contar para a média. Aqui cria-se um novo problema, pois muitas escolas não têm condições para a prática desportiva, o que torna impossível que a disciplina seja útil. Apesar disto, deixo aqui a minha ideia de como a disciplina devia ser usada para promover o desporto: porque não levar às escolas treinadores das mais variadas modalidades para mostrar as suas modalidades e atrair mais atletas ou, devido à falta de condições, em vez de ir o treinador às escolas, irem as escolas aos locais de treino, o que traria ainda mais impacto, principalmente aos mais novos.

Fonte: DGE
Ainda nas Universidades, e fazendo uma ligação ao ponto seguinte, existem muitas falhas na formação desportiva. Não existe um curso ou especialização em Jornalismo Desportivo em Portugal, nem existe nenhum curso de História do Desporto em Portugal. Assim, os jornalistas desportivos não podem chegar a um emprego com conhecimentos desportivos que não os que adquiriram ao longo da vida. Como a sociedade portuguesa vive do Futebol como Desporto, surge um dado viciado que vou falar mais em baixo.