Rio’2016: A culpa não é só deles, é de todos nós!

As várias federações também têm muita culpa nesta questão. A grande maioria simplesmente não sabe promover a sua modalidade e fica à espera que ela apareça nos vários meios de comunicação por milagre, é preciso saber vender o seu produto e torná-lo apelativo. Por exemplo, a Federação Portuguesa de Basquetebol podia e devia aproveitar o cada vez maior crescimento que a NBA tem em Portugal para chamar pessoas para a modalidade, mas nada faz e hoje em dia ver jogos da modalidade nas televisões praticamente só nos canais dos clubes quando antes no canal público dava um jogo no mínimo por jornada. Notícias nas TV’s também praticamente só aquando da decisão do campeão nacional e pouco mais. O facto de muitas vezes serem pessoas ligadas à modalidade mas que não têm conhecimentos para melhorar prejudica.

A inércia dos meios de comunicação e das federações faz com que as pessoas não saibam das modalidades. Aqui existe um dado viciado que alguém vai ter de quebrar, provavelmente as federações; é preciso levar as modalidades aos meios para os meios começarem a dar o respetivo destaque, ações de formação sobre a sua modalidade seria um bom exemplo do que as federações podiam fazer para obter mais e melhor retorno dos meios de comunicação. Só assim se consegue inverter a falta de cultura desportiva que toda ou quase toda a população portuguesa têm, incluindo no Futebol.

Resolver este dado, que para mim tem de começar nas federações, volto a repetir vai permitir o seguinte:



1) mais informação nos meios de comunicação, que gera 2) mais pessoas a ter interesse nos assunto, o que faz 3) mais pessoas a assistir e a praticar, levando a 4) mais apoios de empresas privadas, tornando assim 5) mais competitivo e com mais por onde escolher, voltando ao 1) que passam a conseguir vender/ter mais audiências com matérias diversificadas de várias modalidades

Os vários clubes também têm a sua parte da culpa. Os clubes precisam de dar todo o apoio possível aos seus atletas. É preciso dar condições de treino, é preciso dar apoios médicos e de psicólogos – hoje tão importantes como o treino – e é preciso dar todos os apoios para se atingir a excelência, tal como se faz com o futebol, e este trabalho tem de vir desde os escalões de formação. A criação dos gabinetes olímpicos, que alguns clubes já têm, pode permitir o bom desenvolvimento dos atletas. A profissionalização dos atletas de topo é fundamental para a obtenção de resultados de excelência, o que nos traz de volta ao início do artigo, quando falo no ser necessário descansar para obter resultados, pode parecer contraditório, mas não é.

O Sporting, assim como alguns outros clubes, já possuem gabinetes para os seus atletas olímpicos. Fonte: Sporting CP
O Sporting, assim como alguns outros clubes, já possuem gabinetes para os seus atletas olímpicos.
Fonte: Sporting CP

Desta forma, é preciso educar todos ou quase todos os portugueses para chegarmos aos Jogos Olímpicos e claro aos Europeus, Mundiais, Jogos Europeus e outros e podermos exigir resultados de consciência tranquila. Não se pode exigir resultados quando antes nem se conhecia o/os atleta/s. 

Dando um exemplo meu: quem me conhece esteve cerca de dois meses a ouvir-me dizer que o Rui Bragança nos ia dar uma medalha no Rio’2016. Apesar de não ser muito conhecedor do Taekwondo, de tudo o que já tinha visto dele sentia que era uma aposta segura e fiquei muito desiludido mesmo com o seu resultado. Era para mim a par do Fernando Pimenta as duas maiores esperanças de Portugal. Mas ver um jornal dar a medalha de lata ao atleta quando em 2016 e até aos Jogos Olímpicos fez três notícias apenas sobre o mesmo é vergonhoso e humilhante para o próprio jornal.

Rodrigo Fernandes
Rodrigo Fernandeshttp://www.bolanarede.pt
O Rodrigo adora desporto desde que se lembra de ser gente. Do Futebol às modalidades ditas amadoras são poucos os desportos de que não gosta. Ele escreve principalmente sobre modalidades, por considerar que merecem ter mais voz. Os Jogos Olímpicos, por ele, eram todos os anos.                                                                                                                                                 O Rodrigo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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