Sonho do Olimpo #2: Quanto mais alto, maior a queda

A CIDADE? BERLIM… NA SEGUNDA TENTATIVA, EM 1936

Ah, Alemanha! O país da bela Europa Central onde o caos parece ter reinado durante todo o século XX. Um século para os alemães de incerteza, de falta de identidade (ou de demasiado dela) e que teve um espetáculo desportivo que muitos não se vão esquecer por causa de três nomes deste enredo. A cidade onde tudo aconteceu? Berlim.

O ano é 1912 e a Alemanha é escolhida como país sede da VI Olimpíada. A cidade? Berlim. Porém, dois anos mais tarde acabaria por eclodir a Primeira Guerra Mundial, onde mais de metade da Europa estaria envolvida e os germânicos não escaparam. Digamos que ninguém esperava que a guerra tomasse proporções à escala global e, por esse motivo, a VI Olimpíada (adivinhem lá?) não se realizou.

1933 foi o ano da Alemanha vencer, novamente, a votação para a organização dos Jogos Olímpicos. A cidade? Berlim. Só em 1936, três anos depois, é que a Olimpíada se iria realizar. Mas seriam três anos de pura controvérsia, atropelos aos direitos humanos e um período que ditaria o início de uma política racial, que viria a ser incrivelmente letal.

Foi (ou não) o palco perfeito para Adolf Hitler mostrar o verdadeiro poder dos “Arianos”, a raça que o Chanceler alemão acreditava ser a mais pura, e nada melhor do que a maior competição à escala global para o fazer. O que deveria ser “os Jogos Olímpicos” tornaram-se do dia para a noite em “os Jogos Políticos”. Uma verdadeira propaganda política transmitida ao globo sem ter mesmo que sair do seu país ou ser necessário ser agressivo.

Dos ares mundiais, já tinha chegado a muitas nações as atrocidades alemãs para com, principalmente, os judeus e as críticas eram constantes a Adolf Hitler e também ao regime Nazi. Para além de querer mostrar a força dos seus atletas e mostrar a força do seu regime, Hitler tinha também o grande objetivo de limpar essa imagem de terror e do antissemitismo – seria mais um “atirar areia para os olhos” das nações internacionais, visto que tudo (ou quase tudo) do pensamento alemão foi “esquecido” durante os Jogos.

Os cartazes contra judeus foram retirados, as proibições de judeus estarem em locais públicos passaram a ser legais novamente e até houve a integração de alguns atletas judaicos na comitiva alemã. Nesta última ação temos também de destacar a possibilidade de os atletas “negros” e também os judaicos puderem participar nas respetivas nações e aqui destacamos Jesse Owens, mas não só.

Pensado para ser os mais grandiosos Jogos Olímpicos de sempre, o estádio também tinha de ser o maior de todos os tempos. O Estádio Olímpico de Berlim superou o Los Angeles Memorial Coliseum em termos de lugares disponíveis, visto que o imponente estádio alemão tinha uma capacidade de 110 mil espetadores. Nada foi pensado por acaso.

O caldeirão olímpico foi introduzido em 1928 em Amesterdão, porém, só 1936 é que começou a ser feito o transporte da Chama Olímpica a partir de Olímpia (Grécia). Vários atletas passaram por seis países (Grécia, Bulgária, Jugoslávia, Hungria, Checoslováquia e Áustria) até chegar ao sétimo: a Alemanha. Foram num total três mil quilómetros percorridos.

Em termos de medalhas, a Alemanha foi a recordista de medalhas com um total de 89 medalhas. Portugal também teve em destaque com uma medalha de bronze no Hipismo com Luís Mena Silva, Domingos Coutinho e José Beltrão a serem os protagonistas.

João Pedro Barbosa
João Pedro Barbosahttp://www.bolanarede.pt
É aluno de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, tem 20 anos e é de Queluz. É um apaixonado pelo desporto. Praticou futebol, futsal e atletismo, mas sem grande sucesso. Prefere apreciar o desporto do lado de fora. O seu sonho é conciliar as duas coisas de que gosta, a escrita e o desporto.

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