Goalball: Um desporto para descobrir

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    De contornos frenéticos, vibrantes, aliciantes e particulares hoje dar-vos-ei a conhecer melhor o Goalball. Um desporto paralímpico, predominantemente, praticado por pessoas com algum tipo de limitação visual.

    Prontos para saber mais sobre a modalidade?

    COMO, QUANDO E QUAL A FINALIDADE DA SUA CRIAÇÃO

    Na sequência dos estragos causados pela  II Guerra Mundial e por forma a reabilitar os veteranos de guerra lesados com gravidade, foi pensado, pelo austríaco Hanz Lorenzen e pelo germânico Sett Reindle em 1946, um desporto que pudesse ser praticado pelas pessoas que haviam ficado cegas, total ou parcialmente, após o desastre. Dessa forma nasceria uma modalidade que inicialmente e em termos Europeus ganhou maior expressão em países como: Alemanha, Áustria, Suécia e Dinamarca. Depois de ter sido uma das modalidades de demonstração na Paraolimpíada de 1972 realizada na cidade alemã de Heidelberg, passaria a integrar os Jogos Paralímpicos de 1976 em Toronto. Já dois anos mais tarde a I edição do Campeonato do Mundo decorreria na Áustria, sendo este realizado desde aí a cada quatro anos. Deva-se referir que esta é das poucas, senão, a única modalidade paralímpica que foi criada de raiz  sem sofrer influência de qualquer outra, ou seja: foi exclusivamente criada para pessoas cegas ou de baixa visão, sendo que aos dias de hoje qualquer país filiado na International Blind Sports Association (IBSA) a pode praticar.

    Cada equipa deve ser, idealmente, composta por seis elementos: três titulares e outros tantos suplentes, sendo que os conjuntos podem ser constituídos  por atletas de ambos os sexos sem qualquer separação de funções entre estes. Deve-se ainda salientar que são apenas permitidas quatro alterações por encontro, três durante o tempo regulamentar e mais uma caso exista necessidade de um prolongamento,  sendo que cada partida tem a duração de 24 minutos com duas partes de doze minutos, a pausa será de três minutos entre cada parte.  Em caso de empate, será jogado um período de seis minutos ,três cada parte. Se existir um golo durante esse tempo será imediatamente decretado o vencedor.   Por outro lado, e caso essa igualdade persista terá lugar um desempate através de lançamentos livres.

    Se a modalidade não tiver caracter federativo pode também ser jogada por indivíduos sem qualquer incapacidade visual.

    DIMENSÕES DO TERRENO

    Um jogo de Goalball decorre  sempre  em recinto fechado, em piso de madeira ou numa superfície bem rígida. Quanto às dimensões do campo são, em tudo, idênticas às de um de Voleibol: nove metros de largura por 18 de comprimento. Como esta modalidade requer um grande sentido de orientação temporal, mas  sobretudo espacial , as marcações implementadas ao longo das três áreas de jogo: a neutra, a de ataque e a de defesa, são sempre feitas com fio de sisal e fita por cima, por forma a ser assim mais fácil para os intervenientes compreender que zonas estão a “pisar”. Quanto às balizas, ocupam todo o perímetro da linha de fundo do campo: nove metros de comprimento por 1.30mde altura. A bola é semelhante  à de basquetebol em termos de peso e de textura, com esta a pesar 1.250Kg, tendo um dispositivo sonoro interno que faz com que os praticantes percebam qual a trajetória do esférico, e por essa mesma razão os espetadores podem apenas manifestar-se em caso de golo ou sob indicação dos árbitros, dado ser necessário existir total ausência de ruído durante o tempo de jogo.

    EQUIPAMENTO INDISPENSÁVEL

    Numa partida de Goalball todos os atletas são obrigados a usar vendas, de modo a estarem em igualdade de circunstâncias, pois e embora todos tenham déficit visual estão divididos em três classes: os B1- cegos totais ou sem perceção de luz que não distingam uma mão a qualquer distância, os B2  conseguem identificar vultos  e os B3 conseguem percecionar cores, gestos. Aconselha-se ainda a utilização de cotoveleiras, caneleiras, dedeiras, joelheiras e óculos específicos, pois o impacto dos lançamentos é bastante forte e as lesões seriam constantes caso não se adotassem estas proteções.

    Escusado será referir que o objetivo do jogo é conseguir introduzir a bola na baliza adversária e evitar que o mesmo se verifique na nossa. O tempo de disputa será inferior ao já referido, só, e só se durante o mesmo se verificar uma diferenciação de dez golos entre as formações.

    Associações como a ACAPO, a ANDDVIS e a Associação Jorge Pina, e clubes como o Castelo da Maia, o  Sporting CP e o FC Porto, apenas para citar alguns, são referências e estão de portas abertas para receber quem esteja disposto a ir assistir a um jogo, a  praticar, ou até mesmo a arbitrar.

    Numa modalidade atualmente dominada por: China , Japão e Brasil e onde o nosso país procura uma inédita presença nos Jogos, espero e embora em traços muito gerais  vos possa ter aguçado o apetite e a curiosidade por saberem mais sobre este desporto.

    Foto de Capa: ANDDVIS 

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.