Kyle Shanahan e Sean McVay: Entre a razão e a emoção

    As temporadas entre 2017-2018 e 2019-2020 foram pautadas, para ambos os treinadores, pela evolução dos seus esquemas de corrida, dentro do sistema wide zone. Na mente, e no mundo, de ambos os treinadores, correrem a bola dentro deste sistema era o protagonista principal do filme de terror que tentavam desenhar para os adversários; abrir o interior do relvado para os seus quarterbacks e correr rotas cruzadas eram o actor secundário; e o play action era o twist que deixava tudo e todos em pânico.

    Para Sean McVay, o sucesso foi quase imediato, quer pelos recursos humanos que tinha à sua disposição, quer pelo caminho que foi pautando e que o levou a visitar o Super Bowl na temporada 2018-2019. Nessa temporada, ninguém tinha resposta, McVay começou a usar e abusar do 11 personnel1 running back e 1 tight end– e o seu trio de wide receivers começou a semear o caos. A capacidade de mascarar formações, utilizar movimentações antes do snap e iludir defesas foi pioneira de alguma forma.

    Nesse ano não havia resposta, McVay dominou a NFL, até que no Super Bowl LIII encontrou Bill Belichick, que colocou fim ao terror de McVay. Nesse Super Bowl McVay perdeu 13-3 e foi colocada a grande questão: será que McVay foi exposto?

    No que toca a Kyle Shanahan, o seu momento chegou em 2019-2020, quando guiou os 49ers ao Super Bowl. A sua filosofia e abordagem foi muito idêntica àquela que McVay conseguiu rapidamente colocar em ação, em Los Angeles. De alguma forma, podemos dizer que ambas as equipas tiraram a mesma licenciatura, mas que os 49ers optaram por se especializarem, num longo e intenso mestrado, talvez doutoramento, em corridas de power e counter. Jogadas utilizadas para demonstrar a dominância das linhas ofensivas, versatilidade do jogo de corrida e deixar as defesas adversárias completamente perdidas, explorando essa hesitação.

    Nesse ano, os 49ers chocaram a NFL, mas no Super Bowl LIV encontraram pela frente o inevitável Patrick Mahomes e os Kansas City Chiefs, e até perto do final tudo parecia que ia de acordo ao plano, até deixar de ir: será que Shanahan tem limitações?

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    André Amorim
    André Amorimhttp://www.bolanarede.pt
    O André é treinador e especialista de NFL. Atualmente, é comentador na ELEVEN e escreve crónicas sobre a modalidade para o Bola na Rede.