As similaridades entre os dois treinadores são por demais óbvias, o mesmo podemos dizer naquilo que tem pautado os seus caminhos. Podemos encontrar explicações, mais baseadas na análise de informação, dotadas de mais razão e argumentos, ou explicações mais orientadas a estilos de gestão e onde a emoção ganha destaque.
- Será que Jimmy Garoppolo era simplesmente melhor do que Jared Goff a correr este sistema?
- Será que os 49ers, com o seu jogo de corrida mais imperativo, colocavam mais receio nos adversários do que os Rams com as suas movimentações de ilusão?
- Será que o uso e fullback (kyle Juszczyk) é mais profícuo do que usar três wide receivers (Cooper Kupp, Van Jefferson e Robert Woods – agora OBJ!) e explorar a força sobre o disfarce?
- Ou será que Kyle Shanahan é simplesmente melhor do que Sean McVay quando se depara com um adversário que é capaz de ajustar? Este jogo pode dar-nos a resposta definitiva a esta questão.
A realidade é que Sean McVay, este ano, colocou a equipa de Los Angeles num autêntico “tudo ou nada”, sendo que a aquisição de Matthew Stafford revolucionou a forma dos Rams de jogarem, adicionando toda uma nova camada de possibilidades, abrindo o jogo de passe a novas dimensões, ao mesmo tempo que mudou toda a identidade da equipa de Los Angeles – muito mais talentosa e capaz de rasgos de génio.
Já Kyle Shanahan continua a ser “pão com manteiga”, continua a ser capaz de desenhar esquemas ofensivos de corrida perante qualquer adversário, encontra formas criativas de envolver os seus jogadores e, acima de tudo, continua a abrir o campo para Jimmy Garoppolo que está longe de ter o talento do seu adversário de posição, mas que tudo aquilo que faz é ganhar.
Apesar de Kyle Shanahan ter ganho os últimos 6 jogos contra os Rams, tendo no processo vencido três defesas distintas, lideradas por três treinadores distintos (Wade Philips, Brandon Staley e Raheem Morris) a realidade é que existe uma constante nessas derrotas e o seu nome é Sean McVay.
A narrativa para mim é clara, este jogo tem aroma de Super Bowl, vamos ter frente a frente dois mestres na arte ofensiva da NFL, dois irmãos, ambos com as mesmas crenças e os mesmos valores, com ideias que se foram moldando ao longo dos últimos 5 anos e filosofias que cresceram em direções opostas.
Neste encontro tão familiar, a valer uma viagem ao Super Bowl, vamos descobrir qual dessas filosofias foi construída da forma mais acertada – a resposta é dada dia 30 de Janeiro pelas 23h30 e nós não vamos querer perder.
Foto de Capa: NFL
Artigo revisto por Joana Mendes