Assim, e até à sua saída de Green Bay em 2008, a relação entre Favre, Rodgers e a administração dos Packers foi tensa e com altos e baixos. Se por um lado Rodgers pedia oportunidades para demonstrar o seu talento, por outro o número “4” continuava a mostrar garantias.
O resultado final foi a saída de Brett Favre, quinze anos após a sua chegada ao Wisconsin, e a afirmação de Rodgers como um dos melhores quarterbacks da história da NFL.
“He’s got more talent than any other passer in this entire draft.”
Let’s go to the tape on @jordan3love. 🎥#PackersDraft | #GoPackGo
📺: #NFLDraft on ABC, ESPN + NFLN pic.twitter.com/7MAKHtXvbz
— Green Bay Packers (@packers) April 24, 2020
Este ano, e com uma semelhança que pode ser descrita como “peculiar”, com a 26.ª escolha do Draft da NFL os Packers escolheram Jordan Love, quarterback proveniente de Utah State.
Ora, tal como Favre quinze anos antes, Rodgers tem 36 anos (Favre tinha 35) e começa a entrar na fase descendente da sua carreira. Tal como Favre, Rodgers vem de uma época muito positiva em que guiou a sua equipa à final da NFC. E tal como Favre, Rodgers é conhecido pelo seu feitio difícil.
Qualquer pessoa que acompanhe a NFL com alguma regularidade saberá que neste momento estão reunidas as condições para um desastre. Não só Green Bay foi incapaz de se reforçar de forma competente – oferecendo “alvos” a Rodgers ou reforçando a sua linha ofensiva –, mas ainda conseguiu destruir a relação já existente entre a direção e o quarterback ao selecionarem o seu substituto, mesmo sabendo que o seu contrato se estende até 2024.
É verdade que nos últimos anos Aaron Rodgers tem sido assolado por várias lesões, e dada a sua idade é necessário começar a pensar no futuro. No entanto, jogadores escolhidos na primeira ronda têm que ser atletas capazes de fazer a diferença na equipa desde o primeiro dia, e a menos que Rodgers tenha alguma lesão, Love não verá grande tempo de jogo durante estes primeiros anos.
Por outro lado, e tal como tem sido várias vezes referido, ao longo da sua carreira Rodgers raramente teve qualidade de primeira ronda na posição de wide receiver, o que poderia ter sido alterado com bastante facilidade no Draft deste ano, o que o ajudaria bastante esta época tendo em conta a dificuldade da NFC.
A “novela” Packers-Rodgers está neste momento em pausa dado o surto de COVID-19 que deixou em suspenso a NFL, mas poucas duvidas existem sobre o potencial desastroso que esta relação tem, e que podia ter sido facilmente evitado.
Foto de Capa: Green Bay Packers