Mundial de Snooker 21 | Capítulo 3: Os Quartos

RESULTADOS DOS OITAVOS

Primeira metade do quadro

Anthony McGill (12-13) Stuart Bingham: por uma unha negra se ganha, por uma unha negra se perde

16º e 17º classificados do ranking mundial encontraram-se nos quartos e decidiram dar um excelente jogo aos fãs da modalidade. Equilíbrio, emoção e bom Snooker foram os ingredientes da receita de um jogo que teve um sabor amargo para McGill e um sabor bastante doce para Bingham.

O campeão de 2015 está nas meias-finais pela segunda vez na carreira – a outra vez foi em… 2015. Por seu turno, Anthony McGill voltou a cair numa “negra”, depois de ter perdido 17-16 aos pés de Kyren Wilson no Mundial de 2020. O escocês, que havia batido O’Sullivan na ronda anterior também por 13-12, sofreu agora destino igual, às mãos do compatriota de Ronnie.

McGill reviveu nesta ronda a sua primeira presença em Mundiais. Em 2015, o “Glaswegian Gladiator” também eliminou o campeão em título, então Mark Selby, nos oitavos. E também defrontou um inglês logo a seguir, nos quartos-de-final, tendo sido igualmente eliminado (na altura, o carrasco foi Shaun Murphy, campeão de 2005). Murphy viria a chegar à final nesse Campeonato do Mundo, mas perderia por 18-15 frente a… Stuart Bingham. Coincidência? Sim, claro, mas não deixa de ser curioso.

Retornemos ao jogo. Este foi pautado pelo equilíbrio, tendo McGill pontuado em 22 dos 25 frames disputado e Bingham em 19 deles, o que demonstra a igualdade de forças em cada singelo jogo deste encontro. Nenhum dos dois quebrou exibicional ou animicamente e estiveram colados em cada frame e em cada sessão, sempre apresentando qualidade altíssima de jogo. McGill fez oito breaks de 50 pontos para cima (incluindo três centenárias) e Bingham somou onze (quatro delas ultrapassaram os 100 pontos). Ou seja, 19 dos 25 jogos tiveram entradas de 50+ pontos.

Num jogo que esteve empatado a dois, a três, a quatro, a seis, a sete, a dez e a doze, a resiliência de Bingham fez a diferença, tendo o inglês recuperado da maior dilatação do marcador, 10-7, e virado o resultado para 12-10. No frame decisivo, brilhantemente forçado por McGill, o escocês ainda somou onze pontos, mas uma vermelha falhada permitiu a “Ball-run” Bingham fazer uma entrada de 125 pontos e marcar encontro com Selby.

Mark Williams (3-13) Mark Selby: parece que Selby não é pago à hora

Era o único embate entre multicampeões do Mundo. Mark vs Mark. Selby vs Williams. Tricampeão mundial vs tricampeão mundial. Acabou por ser… um treino para o inglês, que está a jogar uma barbaridade. Sempre fiel ao seu jogo calculista, em que favorece a precisão e a segurança defensivas à espetacularidade ofensiva, Mark “The Shark” não deu qualquer margem de manobra ao galês, último resistente da classe de `92 neste Mundial.

Não que Mark Williams não tenha tido oportunidades para ir à mesa e até pontuar; aliás, o “Welsh Potting Machine” só ficou em branco em cinco dos 16 frames disputados. Contudo, só por três vezes conseguiu pontuar mais do que o adversário. De resto, as três entradas superiores a 50 pontos feitas por Williams neste encontro foram nos três jogos que amealhou – 60 (num total de 80 pontos), 111 e 79 (de novo num total de 80 pontos).

As duas primeiras valeram-lhe os frames quatro e oito, permitindo ao galês levar uma desvantagem de 6-2 para a segunda sessão, que, perante a solidez de Selby na primeira sessão, chegou a parecer uma miragem. Ainda assim, a vantagem do “Jester from Leicester” era grande e foi consumada na segunda… e última sessão. Mark Selby já não precisou de regressar para uma terceira para arrumar com o jogo.

Venceu os quatro frames da primeira parte da sessão dois e levou para o intervalo da mesma um resultado de 10-2. Nesta altura, já se perspetivava a possibilidade de não haver terceira sessão. Mark Williams estava obrigado a vencer, pelo menos, dois dos quatro frames da segunda parte para forçar a sessão da noite. Venceu o primeiro jogo após o intervalo, mas cedeu os restantes três, fazendo apenas 33 pontos (16, zero, 17).

Um consistente Selby tratou de resolver o encontro sem virtuosismo. O Tubarão de Leicester chega, desta forma, às meias-finais cedendo apenas 11 frames – Bingham concedeu 27, Wilson perdeu 26 e Murphy foi derrotado em 25. Na ronda de acesso à final, Selby, campeão do Mundo em 2014, 2016 e 2017, defronta o homem que venceu o campeonato mundial de 2015, do qual Selby foi eliminado por McGill (que agora o foi por Bingham).

Márcio Francisco Paiva
Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.

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