Mundial de Snooker 21 | Capítulo 3: Os Quartos

    Segunda metade do quadro

    Neil Robertson (8-13) Kyren Wilson: um Guerreiro a lutar sozinho

    “Uma é minha, outra é tua, outra é de quem a apanhar”. Assim foram as três sessões deste encontro; a primeira foi de Robertson (5-3), a segunda de Wilson (5-3, fazendo o empate a oito frames) e a terceira foi de quem a apanhou. Foi apanhada por Kyren que nunca mais dela se despojou.

    O inglês venceu cinco frames de uma “assentada” e encravou a “Máquina de Melbourne”, roubando o “thunder” ao “Thunder from Down Under” Neil Robertson. “The Warrior” Kyren Wilson segue, então, para a sua segunda meia-final consecutiva e terceira da carreira no Crucible Theatre. Em agosto passado, bateu Anthony McGill na “negra” (17-16) e esteve na final pela primeira vez – foi derrotado por O´Sullivan.

    Shaun Murphy (13-11) Judd Trump: o Mágico sacou um Ás da manga

    A partida entre os campeões do Mundo de 2005 e de 2019 viu “The Magician” Shaun Murphy levar a melhor sobre o “Ace” Judd Trump. Com isto, caíram antes das meias-finais o campeão em título, Ronnie O´Sullivan, o número um do Mundo, Judd Trump, e o favorito das casas de apostas, Neil Robertson.

    Num duelo em que ambos os jogadores buscavam a quinta presença nas meias do Campeonato do Mundo, Murphy foi mais forte nos momentos decisivos, ainda que, à semelhança de Robertson, tenha quebrado de rendimento na terceira sessão. Ainda assim, e pese embora o equilíbrio que o marcador também espelha, Murphy foi sempre mais consistente.

    O campeão de 2005 só não pontuou em um dos 24 frames jogados – foi no 22º, quando Trump fez o empate a onze com uma entrada de 111 pontos (num total de 127). Murphy fez doze entradas acima de 50 pontos (em onze frames diferentes), incluindo breaks de 104 e 124 pontos. As sete entradas de mais de 50 pontos do “Ace in the Pack”, nas quais se incluem breaks de 105 e 111 pontos, revelaram-se insuficientes para travar a qualidade e a solidez do jogo de Shaun.

    Todavia, Trump conseguiu manter o encontro equilibrado em vários momentos. A primeira sessão terminou com igualdade a quatro e ao intervalo da segunda registava-se um 6-6. No regresso à mesa, Murphy aplicou quatro entradas de 50+ pontos para granjear os quatro frames da segunda parte e levar um confortável 10-6 para a sessão de encerramento.

    Aí, Trump amealhou três dos quatro jogos da primeira parte, reduzindo para 11-9; no segundo tempo, alcançou o empate a onze e teve o 12-11 na ponta do taco. Fez, no entanto, apenas 13 pontos, que Murphy superou com 70 numa entrada só. O 24º frame, que se revelou derradeiro, foi pleno de drama.

    O “Magician” colocou Trump bem cedo em posição de Snooker; na escapatória que encontrou, o “Ace” acabou por deixar à mercê de Murphy a bola vermelha que atingiu, podendo Shaun começar a construção de um break que se adivinhava o último. No entanto, uma abertura de bolas vermelhas infrutífera levou Murphy a falhar uma bola difícil e cair para o adversário.

    No entanto, não caiu da forma tradicional. Trump tinha, de facto, uma bola vermelha para o canto inferior direito e, de facto, embolsou-a… no buraco do meio esquerdo. Judd viria, todavia, a falhar uma outra vermelha e parar nos 15 pontos. Shaun viria à mesa confirmar o encontro com Kyren Wilson com uma entrada de 62 pontos, fechando o lote de semifinalistas ingleses.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.