Segunda metade do quadro
Neil Robertson (8-13) Kyren Wilson: um Guerreiro a lutar sozinho
“Uma é minha, outra é tua, outra é de quem a apanhar”. Assim foram as três sessões deste encontro; a primeira foi de Robertson (5-3), a segunda de Wilson (5-3, fazendo o empate a oito frames) e a terceira foi de quem a apanhou. Foi apanhada por Kyren que nunca mais dela se despojou.
Eight and a half months later, @KyrenWilson is back in the @Betfred World Championship semi finals.
His epic encounter with Anthony McGill lives long in the memory #ilovesnooker pic.twitter.com/OQy5mlMy6X
— World Snooker Tour (@WeAreWST) April 28, 2021
O inglês venceu cinco frames de uma “assentada” e encravou a “Máquina de Melbourne”, roubando o “thunder” ao “Thunder from Down Under” Neil Robertson. “The Warrior” Kyren Wilson segue, então, para a sua segunda meia-final consecutiva e terceira da carreira no Crucible Theatre. Em agosto passado, bateu Anthony McGill na “negra” (17-16) e esteve na final pela primeira vez – foi derrotado por O´Sullivan.
Shaun Murphy (13-11) Judd Trump: o Mágico sacou um Ás da manga
A partida entre os campeões do Mundo de 2005 e de 2019 viu “The Magician” Shaun Murphy levar a melhor sobre o “Ace” Judd Trump. Com isto, caíram antes das meias-finais o campeão em título, Ronnie O´Sullivan, o número um do Mundo, Judd Trump, e o favorito das casas de apostas, Neil Robertson.
Num duelo em que ambos os jogadores buscavam a quinta presença nas meias do Campeonato do Mundo, Murphy foi mais forte nos momentos decisivos, ainda que, à semelhança de Robertson, tenha quebrado de rendimento na terceira sessão. Ainda assim, e pese embora o equilíbrio que o marcador também espelha, Murphy foi sempre mais consistente.
O campeão de 2005 só não pontuou em um dos 24 frames jogados – foi no 22º, quando Trump fez o empate a onze com uma entrada de 111 pontos (num total de 127). Murphy fez doze entradas acima de 50 pontos (em onze frames diferentes), incluindo breaks de 104 e 124 pontos. As sete entradas de mais de 50 pontos do “Ace in the Pack”, nas quais se incluem breaks de 105 e 111 pontos, revelaram-se insuficientes para travar a qualidade e a solidez do jogo de Shaun.
Todavia, Trump conseguiu manter o encontro equilibrado em vários momentos. A primeira sessão terminou com igualdade a quatro e ao intervalo da segunda registava-se um 6-6. No regresso à mesa, Murphy aplicou quatro entradas de 50+ pontos para granjear os quatro frames da segunda parte e levar um confortável 10-6 para a sessão de encerramento.
Aí, Trump amealhou três dos quatro jogos da primeira parte, reduzindo para 11-9; no segundo tempo, alcançou o empate a onze e teve o 12-11 na ponta do taco. Fez, no entanto, apenas 13 pontos, que Murphy superou com 70 numa entrada só. O 24º frame, que se revelou derradeiro, foi pleno de drama.
O “Magician” colocou Trump bem cedo em posição de Snooker; na escapatória que encontrou, o “Ace” acabou por deixar à mercê de Murphy a bola vermelha que atingiu, podendo Shaun começar a construção de um break que se adivinhava o último. No entanto, uma abertura de bolas vermelhas infrutífera levou Murphy a falhar uma bola difícil e cair para o adversário.
No entanto, não caiu da forma tradicional. Trump tinha, de facto, uma bola vermelha para o canto inferior direito e, de facto, embolsou-a… no buraco do meio esquerdo. Judd viria, todavia, a falhar uma outra vermelha e parar nos 15 pontos. Shaun viria à mesa confirmar o encontro com Kyren Wilson com uma entrada de 62 pontos, fechando o lote de semifinalistas ingleses.