Mundial de Snooker 21 | Capítulo 3: Os Quartos

    A CRÓNICA: KYREN “D’ARTAGNAN” E OS TRÊS MOSQUETEIROS

    Os quartos-de-final do Mundial de Snooker 2021 já lá vão e as meias já cá estão. A terceira ronda da prova máxima revelou-se pródiga para os jogadores ingleses, nacionalidade de todos os que compõem o lote de semifinalistas. Anthony McGill, responsável pela queda do campeão em defesa, Ronnie O´Sullivan, não seguiu para as meias-finais e garantiu que não teremos neste Mundial qualquer estreante em finais do Crucible.

    Contudo, podemos ter campeão inédito: Kyren Wilson, finalista de 2020, bateu Neil Robertson e inscreveu o seu nome nas meias-finais, ao lado de três ex-campeões do Mundo. O jovem inglês é o menos consagrado do lote, no que respeita a Campeonatos do Mundo, mas promete ir à luta e, quiçá, revelar-se o melhor dos Mosqueteiros.

    De resto, e a par do duelo até à “negra” entre McGill e Bingham, a vitória de Wilson perante Robertson é mesmo o destaque dos quartos-de-final. Com esta vitória, Wilson iguala mesmo o registo do australiano – duas meias-finais e uma final de Mundiais; Robertson, no entanto, bateu Graeme Dott na final em que participou (2010).

    O australiano, por sua vez, cai pelo terceiro ano consecutivo nos quartos-de-final e acaba por não dar respaldo ao favoritismo que as casas de apostas e o Bola na Rede (mea culpa) lhe atribuíam. No entanto, nenhuma das duas primeiras sessões fez antever o desnível da terceira e última. Neil começou na frente, com uma entrada de 100 pontos para um total de 125. Concedeu o 1-1, mas não se apoquentou: fez entradas de 56 e 105 para o 3-1. Viria a vencer a sessão por 5-3.

    A segunda sessão pendeu para o lado inglês da contenda pelo mesmo resultado, mas nada que fizesse prever a sessão que se jogaria na manhã seguinte. De resto, apesar de Kyren vencer a segunda sessão, nela tivemos três entradas acima de 50 pontos do australiano (incluindo uma de 126). 8-8 ao cabo de duas sessões.

    10h da manhã de 28 de abril. Terceira sessão. Kyren Wilson comparece, Neil Robertson… nem sinal dele. Pelo menos, do verdadeiro. Caso não houvesse público no Teatro dos Sonhos, o Crucible pareceria um edifício assombrado pelo espetro com o melhor penteado do mundo fantasmagórico.

    Tudo começou a correr mal para Robertson quando o australiano, chamado a dar a tacada de abertura da sessão, decidiu abrir à Mark Williams (jogar a bola branca à tabela para que ela vá depois aninhar-se junto ao triângulo das 15 vermelhas, o que permite manter imaculada a bola preta, que por vezes fica “tapada” por vermelhas na abertura tradicional). Daí em diante, o homem do ponto mais a sul perdeu o norte.

    Kyren aproveitou para fazer uma entrada de 133 (imagine-se, a sua única centenária do encontro) e partir para breaks de 59, 62 e 84 – além das entradas que lhe deram um total de 54 pontos no penúltimo frame –, arrebatando o embate para o seu lado, ante um Neil que, nesta última sessão, fez um total de… 42 pontos (zero, 23, zero, 19, zero).

    Cai, assim, o favorito BnR, mas já temos nova previsão: vai ganhar um inglês! As meias-finais estão já aí, mas atentemos no que se passou nos quartos (de final, não tivemos acesso aos de hotel – talvez se fôssemos um correio matutino…).

    Foto de Capa: World Snooker Tour

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.