Tiago Pires | “Lutar, Lutar e lutar”: O lema de uma lenda das pranchas

    Dois anos volvidos, vence o Campeonato do Mundo em Portugal, destinado a não profissionais (ISA), o que faz com que tenha acesso  na temporada seguinte a competir na segunda divisão do Surf a nível mundial, o World Qualifying Series (WQS). Estava dado o primeiro passo para se operacionalizar a almejada e histórica presença no WCT, onde nunca ninguém a falar a língua de camões havia colocado a prancha.

    No início do milénio, Saca passa a integrar o léxico do Surf mundial, conseguindo boas prestações no circuito, nomeadamente: a vitória na praia de Miramar, em Vila Nova de Gaia, bem como o segundo lugar em Bali na longínqua e bela Indonésia. Resultados que lhe valeriam a distinção de “Rookie” do ano, prémio atribuído por uma revista Norte Americana, especializada na modalidade.

     

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    O OBJETIVO DE TODA UMA VIDA E, POSTERIOR, TRAJETÓRIA ENTRE A ELITE “SURFÍSTICA”

    Após vários anos em que Saca, embora estivesse muito perto por variadas temporadas da qualificação para o WCT, as lesões foram-lhe roubando esse desidrato. Apesar disso destacam-se as vitórias em 2002 no Japão, o terceiro lugar no Havai em 2003 e em 2005 o triunfo em casa em Ribeira D’Ilhas, na Ericeira.

    Finalmente seria dois anos mais tarde, ao atingir o quinto posto no WQF, que conseguiria a promoção ao WCT.

    Na primeira temporada  entre a elite conclui na 36.ª posição, tendo de cumprir parte da mesma no circuito de qualificação. Mesmo assim fica na memória a prestação obtida no Rip Curl Pro, na Indonésia, onde se classifica no degrau mais baixo do pódio.

    No ano seguinte consegue o 31.º posto à geral, com destaque para os vice-títulos em França e na Austrália.

    É em 2010 que assina a melhor classificação entre a nata, 14.ª posição, rubricando uma primeira metade de temporada sensacional com vários Top 10, merecendo a menção de atleta mais regular no decurso da referida época.

    O NASCIMENTO DO FILHO, O ABANDONO DA COMPETIÇÃO E A INSPIRAÇÃO PARA OS DEMAIS

    É aos 35 anos e depois de mais de uma década a competir entre os melhores que Saca anuncia em conferência de imprensa realizada numa loja de artigos de Surf na Ericeira o fim da carreira a nível profissionais. Acompanhar o crescimento do filho era a razão principal para a retirada, contudo, o mar continuaria a estar presente na sua vida: “temos de saber quando parar” ouviu-se nessa noite.

    Tiago Pires foi uma inspiração para nomes como Vasco Ribeiro, Kikas e Nicolau Von Roup, continuará a ser para outros jovens, pois, deixará um legado difícil de igualar, merecendo um lugar no “panteão” do desporto nacional.

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.