Antevisão US Open: Dois homens acima dos outros

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    O palco está montado para o último Grand Slam da temporada 2023. O mundo volta a focar-se na cidade que nunca dorme, Nova York, para um dos eventos desportivos mais aguardados do ano. Os/as melhores tenistas do mundo voltam a reunir-se em Flushing Meadows para um torneio que promete ser inolvidável. O maior certame do ténis mundial (US Open) arranca esta segunda-feira, dia 28 de agosto, e pretende agarrar os fãs portugueses madrugadas consecutivas.

    A PRIMEIRA CHANCE DE REVALIDAR UM TÍTULO DO GRAND SLAM

    O pupilo de Rafael Nadal, que idolatrou Roger Federer na infância e tem Novak Djokovic como primeiro grande rival na carreira chega ao US Open com a primeira oportunidade de revalidar um título do Grand Slam. A verdade é que hoje já ninguém duvida das valências do espanhol, depois de emergir como um verdadeiro fenómeno. Contudo, revalidar um título como o US Open não é apenas um teste às suas qualidades técnicas e táticas, mas também uma prova às suas valências emocionais e mentais na forma como aborda a pressão de revalidar o título.

    O jovem natural de Murcia terá concorrência forte na luta pelo título, pois Djokovic está de regresso a Nova York depois da final perdida para Daniil Medvedev em 2021. Final que lhe custou na época tornar-se o tenista com o maior número de títulos do Grand Slam (recorde que detém atualmente) e tornar-se no segundo tenista da história, depois de Rod Laver em 1962, a fazer o Grand Slam de calendário. O atleta nascido em Belgrado, atual número dois do mundo, falhou o US Open 2022 por não estar vacinado contra a covid 19, exigência encerrada pelo governo americano no passado dia 11 de maio.

    DOIS HOMENS ACIMA DOS OUTROS

    Djokovic não apenas solidificou o seu lugar no panteão dos grandes tenistas (para muitos, eu incluído, o melhor da história), como forjou um legado que transcende a mera alcunha de jogador de ténis. Em Queens há apenas uma coisa que Novak precisa de continuar a provar, e é a si mesmo: que ainda pode reinar no topo do ténis, desafiando e superando a nova geração que surge com ímpeto. Um desses nomes é Carlos Alcaraz, que ameaça quebrar todos os recordes dos Big three no futuro. Os dois chegam a Nova York como os principais favoritos a levantar o tão ambicionado troféu, dia dez de setembro, no Arthur Ashe Stadium. Uma coisa é praticamente certa: Djoko será número um no final do Grand Slam dos Estados Unidos. Para isso basta ultrapassar Alexandre Muller na primeira ronda.

    Se por um lado espero (e desejo) que ambos dominem os dois lados do torneio e se voltem a enfrentar na grande decisão, também não é menos verdade que acredito na possibilidade de este ser um major onde pode haver várias surpresas. O sérvio, tal como aconteceu em Wimbledon, parece ter um lado mais acessível rumo à final, já que evita grandes nomes até às grandes decisões. Poderá encontrar-se com Stefanos Tsitsipas nos quartos, coisa que pode mesmo nem acontecer dada a atual forma do grego, que tem um difícil encontro logo na primeira ronda, e terá Casper Ruud, finalista vencido em 2022, Holger Rune ou Tommy Paul nas meias.

    Já o número um mundial, e é aqui que me espantaria menos caso houvesse algumas surpresas, vê grandes nomes calharem no seu lado do quadro: Cameron Norrie, numa possível 4º ronda; nos quartos-de-final poderá encontrar o campeão olímpico e antigo finalista do US Open Alexander Zverev ou Jannik Sinner, que venceu recentemente o seu primeiro Masters 1000 da carreira, e Daniil Medvedev, antigo campeão do US Open, que é um especialista em piso duro, na semi-final.

    Qualquer vitória que não seja do número um ou dois mundial será uma grande surpresa. Esforçando-me para pensar noutro resultado que não seja na vitória de um destes dois, cenário que não me parece que irá acontecer, apenas vejo o russo Medvedev e o italiano Sinner a intrometerem-se na luta pelo tútulo com Carlitos e Nole.

    UM ADEUS EM CASA

    Recordista de ases na história do ténis sai de cena no US Open. Jonh Isner conhecido pelo seu serviço relâmpago e pelo jogo mais longo da história do ténis (11 horas e cinco minutos), diante Nicolas Mahut em Wimbledon, no ano de 2010, que acabou a vencer, irá aposentar-se no seu major favorito, em “casa”. Longe de ter o mesmo sucesso que outros antigos nº1 americanos, como Pete Sampras, Andre Agassi, Jimmy Connors ou Jonh McEnroe, Isner carregou esse estatuto durante vários anos. Jonh Isner vai ter uma última dança também na categoria de pares, ao lado de Jack Sock, campeão olimpico em duplas mistas em 2016, antigo top 10 mundial de singulares e em duplas, que também jogará o seu último torneio enquanto jogador profissional, para se dedicar ao pickleball.

    Com aposentadoria à porta, recai na nova geração americana a responsabilidade voltar a elevar o nome do país de novo ao estrelato. Ao longo das várias décadas os atletas da casa sempre tiveram muita tradição quer no US Open, quer nos outros majors. Contudo, os americanos não vivem os melhores anos no ténis, já que a última vitória estadunidense num Gran Slam masculino foi há precisamente 20 anos, quando Andy Roddick bateu Juan Carlos Ferrero (treinador de Alcaraz) na final do US Open. Taylor Fritz e Frances Tiafoe lideram a nova geração americana em busca do topo. O número 14 mundial, Tommy Paul, que recentemente eliminou Carlos Alcaraz em Toronto, também será um nome que poderá voltar a surpreender, depois de ter chegado às meias-finais do Austrália Open. Seguem-se grandes promessas que prometem estar no topo do ténis nos próximos anos: Sebastian Korda e Ben Shelton, ambos chegaram aos quartos-de-final no primeiro major da temporada.

    NUNO BORGES A ABRIR O TORNEIO

    A primeira participação do atual número um português em Flushing Meadows aconteceu no ano passado, depois de sair do qualifying, eliminar a promessa americana Ben Shelton e só cair aos pés Yibing Wu na segunda ronda. Nuno Borges regressa aos Estados Unidos, país onde venceu o título mais importante da sua carreira (Challenger 175 de Phoenix), para defrontar Sebastian Ofner, número 59 do ranking, logo nas primeiras horas do torneio. O maiato será o único representante nacional na competição masculina, depois de Frederico Silva perder na fase de qualificação para o americano Aidan Mayo. Já na categoria de pares Francisco Cabral será o único luso a entrar em prova. Jogará ao lado do brasileiro Rafael Matos.

    Quanto ao quadro feminino as contas parecem estar um pouco mais baralhadas, com várias jogadoras a poderem sair com o título de Queens. Coco Gauff, que abrirá a sessão noturna, chega confiante a Nova York depois de vencer em Cincinnati, porém as favoritas a escrever o nome na história como campeã do US Open 2023 são a número 1 e número 2 mundial, Iga Swiatek e Aryna Sabalenka, embora Jessica Pegula, Elena Rybakina, Ons Jabeur e a própria Gauff sejam nomes que se perfilem como candidatas a entrar nessa discussão.

    Com as expectativas altas, os prognósticos lançados e os olhos do mundo centrados em Nova York arranca o último Grand Slam. Será que Alcaraz fará o primeiro back-to-back no US Open desde Roger Federer em 2008? Ou Djokovic terá de aumentar a vitrine para mais um troféu? Ou será que vai haver uma grande surpresa? E quem irá vencer o torneio feminino? O Bola na Rede não vai perder nada! Vens a jogo?

    Artigo redigido por Leandro Gonçalves

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