PIROS SURPREENDE E GASTÃO ULTRAPASSA BORGES
One year after their last meeting, @GastaoElias completes the comeback to defeat Nuno Borges 2-6, 7-5, 6-3 and level their head-to-head (3-3). He’s into the #OeirasOpen quarter-finals, having won his last 12 matches here in Jamor/Oeiras. pic.twitter.com/BqcXR0rMBd
— Gaspar Ribeiro Lança (@gasparlanca) April 7, 2022
Com os mais credenciados, com maiores ou menores dificuldades, a resistirem ao primeiro encontro, era hora de ver se esse favoritismo continuaria a ser cumprido. Dmitry Popko (153º ATP) trataria de esclarecer que nem sempre o ranking garante por si só o triunfo, pois Piros deixava pelo caminho um dos favoritos a chegar longe na competição.
Quem viu a fase inicial de duelo não o diria, pois o cazaque avançaria impondo a sua potência para 0-3. Foi então que Piros começou a construir uma receita que combinava na perfeição: abnegação, crença e um incrível jogo de fundo de campo. Resultado: a conquista do primeiro parcial por 7-5.
Na segunda partida, o filme seria idêntico, mas só que, desta feita, e já ultra desgastado pelas longuíssimas trocas de bola, o gigante Popko, de aproximadamente dois metros de envergadura, acusaria, cedendo por 6-4, num encontro com a duração de pouco mais de 1h40m.
O duelo por todos mais aguardado colocava frente a frente aqueles que, salvo melhor opinião, são os jogadores lusos atualmente em melhor forma. De um lado, Gastão Elias, que parecia estar imbatível. Do outro, Nuno Borges, que, em apenas duas temporadas como profissional, já conferira várias alegrias ao desporto lusitano, entre as quais vitórias em plena Taça Davis e conquistas de torneios desta igualha competitiva.
Depois de um começo consistente de ambos, foi atuando em verdadeiro estado de graça e com o oponente a poder fazer pouco mais que não fosse esperar que a tempestade abrandasse, tal era a quantidade de pontos ganhantes e pancadas ultra agressivas vindas do outro lado, que Borges fecharia por categóricos 2-6. Já no segundo, víamos um Gastão incrivelmente calmo, apesar da copiosa derrota. Aliás, pode ter sido essa uma das chaves para o triunfo do lourinhanense, dado Borges ter mostrado sempre mais as emoções, tanto nos bons como nos maus momentos, conduzindo a um parcial de 7-5 favorável ao mais experiente.
Já na derradeira partida, Gastão, adiantando-se para 3-0, desferiria golpe já mais devolvido, não obstante as incontáveis tentativas frustradas do nortenho, capitulando por 6-3. Este foi, na minha opinião, o encontro com maior qualidade técnico-tática de todo o torneio, com a caminhada de Gastão rumo aos quartos a ser consumada ao cabo de mais de 2h30m de puro regalo para a vista.
MAIS UM TESTE DE “FOGO” TRANSPOSTO COM DISTINÇÃO
Já com Kolar, Kovalik e Giannessi apurados para as meias finais, sendo que apenas o checo necessitara de três partidas para o fazer, eis que Gastão teria pela frente o ultra resistente e combativo Zsombor Piros, da Hungria.
Com seis quebras de serviço nos sete primeiros jogos, tudo menos normal, mesmo tendo em conta que se jogava sob terra, seria o jogo mais cerebral e elaborado tecnicamente. Isto além de estar envolvido numa incrível estabilidade emocional que e, mesmo atuando bem abaixo do rubricado nas rondas anteriores, garantiriam a Elias o triunfo por 6-4 no primeiro set.
Com a segunda partida a trazer um equilíbrio ainda mais latente, seria Piros a granjear uma superioridade de 3-5, prontamente anulada por Gastão que repunha a igualdade. Só que o atleta de 22 anos, que tem como técnico o progenitor, acabaria por elevar o nível de jogo, arrebatando a partida por 5-7.
Era com ambos a ceder os serviços de entrada que principiava um parcial no qual a maior ciência de jogo, talento, experiência e maturidade de Elias vergariam por 6-3. Em 2h21m, a combatividade, astúcia, garra e resiliência de um atleta que se conseguir dotar o seu Ténis de mais armas ofensivas, será um praticante a militar a breve trecho no top 100 do ranking da ATP. De realçar a incrível capacidade física demonstrada pelo patrício que, em plena terceira partida, e já com mais de duas horas de duelo, fazia alucinantes sprints como se tivesse a idade do oponente.
Assim, ficava alinhado o elenco para as meias finais: Kovalik contra Giannessi, e Elias diante de Kolar. Isto numa jornada em que Borges e Cabral jogariam novo encontro decisivo em casa. Seriam eles capazes de assinar a dobradinha?