ATP Next Gen Finals: Respeitinho ao mais novo

    Depois de um ano de ausência devido à pandemia, este ano regressou a versão kids das ATP Finals, prova que serve para reunir os oito melhores jogadores sub-21 do circuito mundial, ao mesmo tempo que testa algumas possíveis variações das regras do ténis. Nesta semana os encontros disputaram-se à melhor de cinco short sets (até quatro jogos com tie-break aos 3-3) e ponto de ouro no 40-40, numa tentativa clara de tentar uma versão mais “rápida” do ténis.

    O maior destaque à partida para este torneio vai para Carlos Alcaraz que, sendo o jogador mais novo a marcar presença, com apenas 18 anos e meio, é também o jogador com o melhor ranking, começou a semana na posição número 32 do mundo. Era, por esta razão, a principal figura a ter em conta para esta competição.

    Os oito convocados para este desafio foram divididos em dois grupos. No primeiro grupo a classificação final foi: Carlos Alcaraz, Brandon Nakashima, Holger Rune e Juan Cerundolo. O segundo grupo terminou da seguinte forma: Sebastian Korda, Sebastian Baez, Lorenzo Musetti e Hugo Gastón.

    Nesta fase de grupos, de onde se apuraram os dois primeiros de cada grupo para as meias-finais, o maior destaque vai para a capacidade dos dois primeiros cabeças-de-série, Alcaraz no primeiro grupo e Korda no segundo, corresponderem às expectativas e terem demonstrado um altíssimo nível de ténis, dominando os seus grupos com três vitórias e perdendo apenas um e dois sets respetivamente.

    Nas meias-finais, tivemos duas narrativas bastante diferentes. No primeiro encontro do dia, que opôs dois jogadores americanos, Korda e Nakashima, existiu um grande equilíbrio entre os dois jogadores e a partida acabou por ser decidida apenas na quinta e última partida com os parciais de 4-3 2-4 1-4 4-2 4-2 a favor de Korda que, como se percebe, teve algumas dificuldades em comprovar o favoritismo.

    No outro encontro, que mediu forças entre Alcaraz e Baez, Carlos Alcaraz poderia pedir ao argentino para lhe pagar a aula, tal foi o domínio de um jogador que parece estar claramente num patamar acima do resto da concorrência e que, em pouco tempo, estará na piscina dos grandes. Os parciais finais foram 4-2 4-1 4-2, num encontro em que o espanhol, sobretudo nos seus jogos de serviço, nunca deu a mínima hipótese, tendo ganho 32 em 37 pontos disputados no seu serviço.

    No encontro final, entre os dois cabeças-de-série, Carlos Alcaraz voltou a mostrar que os elogios que lhe são dedicados são inteiramente justos e que vai ser um fenómeno geracional, talvez a par de Jannik Sinner que, aos 19 anos, é já o primeiro alternate das ATP Finals. O espanhol foi dominador e venceu Korda sem deixar fugir nenhum set, que é algo ainda mais assinalável quando se trata de sets tão curtos que estão ainda mais sujeitos a flutuações de performance ou, até mesmo, sorte. Os parciais finais foram 4-3 4-2 4-2.

    Com este resultado, Carlos Alcaraz conseguiu fechar o ano de 2021 com chave de ouro, mas aponta baterias já a um objetivo bem mais ambicioso. “Ganhar isto não significa nada se não continuar a trabalhar muito duro. Quero ser o número um do mundo! Esse continua a ser o meu objetivo”, disse no final da partida. No final da partida, também Korda se rendeu ao nível do espanhol e disse que Carlos Alcaraz “está a jogar muitíssimo melhor do que o seu ranking”, o que é particularmente significativo quando falamos de um jogador que é já o 32.º classificado do ranking mundial aos 18 anos.

    Foto de Capa: ATP Tour

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    José Maria Reis
    José Maria Reishttp://www.bolanarede.pt
    O Zé Maria é neste momento estudante daquele que ele espera ser o último ano de Economia no ISCTE. Desde muito cedo que começou a praticar vários desportos exceto, ao contrário da regra geral, futebol porque chamar pé esquerdo ao seu pé direito é um elogio. Mais tarde percebeu que era com uma raquete de ténis na mão que mais gostava de passar o tempo e foi aí que começou a crescer a grande paixão que tem pelo ténis. Vê e acompanha muito desporto, mas o ténis e o futebol, sobretudo o seu Sporting, são a sua perdição.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.