Circuito ATP 2020 | Os Principais Destaques

    TOP 10

    O ano era 2005. Um miúdo com apenas 18 anos de idade, com uma manga cava e tiques muito característicos chegava para tomar de assalto a terra batida. O seu nome? Rafael Nadal, como acredito que já tivessem percebido.

    Nesse ano, o espanhol venceu oito dos dez torneios, em terra batida, em que participou e desengane-se quem poderia pensar que lhe faltaram os mais importantes. Os únicos em que Nadal participou e não venceu foram dois torneios da categoria mais baixa do ATP. Foi durante esta sequência incrível que, a um mês de vencer o primeiro de muitos Roland Garros, a 23 de maio, carimbou a sua entrada no TOP-10 do ranking mundial de onde não mais saiu!!! Desde aí vão já 792 semanas e muitos, muitos recordes.

    Foram três as estreias no TOP-10 mundial. O primeiro foi, o mais novo dos três, Denis Shapovalov, o tenista de apenas 21 anos conseguiu entrar nesta lista restrita no dia 21 de setembro. O canadiano, apesar de não ter tido uma má época, beneficiou muito da alteração da contagem de pontos por parte do ATP, podendo, assim, contar ainda com os pontos que fez no final da temporada passada, especialmente os da final do Masters 1000 de Paris.

    Na semana de 12 de outubro, entraram os outros dois jogadores, Diego Schwartzman e Andrey Rublev, que entraram, respetivamente, para o número 8 e 10 do ranking.

    Schwartzman, que se torna o jogador mais baixo do TOP-10, com 1.70m, desde 1981, teve uma época extremamente consistente com quatro finais (duas em ATP250, uma em ATP500 e outra num Masters 1000) e ainda duas meias-finais, uma delas em Roland Garros depois de ter feito um torneio memorável.

    Rublev, na minha opinião, foi o melhor jogador desta época, e teria, com certeza, um ranking superior se não tivesse havido alteração no sistema de pontuação. O russo, que foi recordista do número de títulos da temporada, com cinco, fez uma época estupenda. As suas vitórias em Hamburgo, São Petersburgo e Viena, todos eles ATP500 e distanciados no tempo por pouco mais de um mês, constituíram o grande feito de Rublev este ano e espelham bem o nível exibicional que apresentou. Rublev poderia dar aulas de como passar de terra batida (Hamburgo) para piso rápido indoor (São Petersburgo e Viena). Versatilidade notável.

    YEAR-END N.º 1

    Novak Djokovic teve uma temporada de sonho. O tenista sérvio jogou oito eventos e conquistou quatro troféus, um torneio do Grand Slam (o 17º do seu currículo), dois Masters 1000 e um ATP500. Aquando da conquista do Masters 1000 de Roma, o sérvio isolou-se, de Nadal, como principal vencedor nesta categoria, acumulando um total de 36 troféus.

    Apesar de todos estes resultados estupendos, 2020 fica marcado pelo incidente no US Open, onde o sérvio, claro favorito a vencer esse torneio, acaba por ser desqualificado quando, num ato de frustração, arremessa a bola que acaba por atingir a garganta de uma juiz de linha.

    Esta época fenomenal culminou na sexta época em que Djokovic acaba no lugar mais alto do ranking, depois de já o ter feito em 2011, 2012, 2014, 2015 e 2018, igualando o recorde do seu ídolo Pete Sampras. Bateu também o número de semanas como número 1 do mundo do americano, isolando-se assim no segundo lugar dessa lista, só atrás de Federer. O foco, agora, está nesse recorde que, tendo em conta que a nova pontuação do ranking ATP lhe garantirá os mais de 3000 pontos conquistados em janeiro e fevereiro deste ano, está, depois dos pontos que somou e que Thiem e Nadal não somaram, matematicamente assegurado.

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    José Maria Reis
    José Maria Reishttp://www.bolanarede.pt
    O Zé Maria é neste momento estudante daquele que ele espera ser o último ano de Economia no ISCTE. Desde muito cedo que começou a praticar vários desportos exceto, ao contrário da regra geral, futebol porque chamar pé esquerdo ao seu pé direito é um elogio. Mais tarde percebeu que era com uma raquete de ténis na mão que mais gostava de passar o tempo e foi aí que começou a crescer a grande paixão que tem pelo ténis. Vê e acompanha muito desporto, mas o ténis e o futebol, sobretudo o seu Sporting, são a sua perdição.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.