Federer demasiado grande para um Nadal demasiado diminuído

    Cabeçalho modalidadesEm qualquer época futebolística, as últimas jornadas são pródigas em surpresas por parte das equipas que lutam com todas as forças pela manutenção, enquanto aquelas que estão já confortáveis na tabela classificativa frequentemente “relaxam” concedendo alguns empates e derrotas. O mesmo costuma acontecer no ténis, relativamente à corrida pela qualificação para o ATP Tour Finals – torneio que reúne os 8 melhores classificados do ano. Por essa razão, por vezes vemos os grandes favoritos a ceder precocemente em torneios como os ATP500 de Tóquio, Pequim, ou mesmo ATP1000 de Shanghai e Paris – que antecedem o ATP Tour Finals, que decorre este ano entre 12 e 19 de Novembro, em Londres.

    Porém, este tem sido um ano atípico (pelo menos a comparar com as épocas mais recentes) a todos os níveis, e Roger Federer continua a perseguir Rafael Nadal na esperança de conseguir repetir o que não acontece desde 2009 (como o tempo voa!): terminar o ano como número 1 do ranking mundial. E ficou mais perto esta semana, em Shanghai.

    Num torneio sem muita história antes das meias-finais, Federer e Nadal (que à partida para essa ronda vinha de 15 encontros oficiais seguidos a vencer) mostraram que, aos 36 e 31 anos de idade respetivamente, continuam a ser (de longe) os melhores – e essa evidência é ainda maior perante a ausência de tantos nomes no circuito como Djokovic, Murray, Wawrinka, Raonic, Nishikori, entre outros.

    Fonte: Reuters
    Fonte: Reuters

    Fazendo então um fast forward até às meias-finais da prova chinesa, Rafa Nadal iria ter pela frente o atual 5º classificado ATP Marin Cilic – que ainda procura qualificação para o ATP Tour Finals. Antes desse encontro Nadal apenas havia suado para levar de vencida o búlgaro Dimitrov (9º ATP), o que conseguiu fazer (à semelhança da semana passada no ATP500 de Pequim) em 3 duros e demorados sets. Frente ao croata Cilic, dono de um poder de fogo do fundo do court assinalável e do privilégio de poder servir do alto dos seus 1,98 metros, Rafael Nadal viu-se atarefado. Foi, pessoalmente, um dos melhores encontros que acompanhei nas últimas semanas, um verdadeiro desafio ao líder do ranking ATP, que se mostrou sólido (técnica, física e psicologicamente) frente a um Cilic que tudo fez para vencer – o que aconteceria na esmagadora maioria das vezes, não estivesse do outro lado da rede Nadal. Resultado final de 7-5 7-6 para o espanhol, que se adiantava para a 3ª final consecutiva de provas oficiais.

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    Henrique Carrilho
    Henrique Carrilhohttp://www.bolanarede.pt
    Estudante de Economia em Aarhus, Dinamarca e apaixonado pelo desporto de competição, é fervoroso adepto da Académica de Coimbra mas foi a jogar ténis que teve mais sucesso enquanto jogador.                                                                                                                                                 O Henrique escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.