Já dizia Rui Veloso, pai do Rock português: “Toda a alma tem uma face negra, nem eu nem tu fugimos à regra”. Pois é, e parece que nem mesmo o melhor tenista de sempre foge a esta regra do músico português.
Comecemos pelo início. Depois da sua épica série de 22 vitórias consecutivas (26 se incluirmos também jogos de pares) com que brindou o mundo desde o início de 2018, o “maestro” conheceu pela primeira vez no ano o sabor da derrota. E logo em dose dupla. Depois de ter perdido a final do BNP Paribas Open de Indian Wells frente a Juan Martin del Potro num encontro fabuloso de ténis, o suíço surgiu irreconhecível no Miami Open e depois de 3 sets cedeu frente ao talentoso jovem australiano Thanasi Kokkinakis, na primeira ronda do torneio.
Esta derrota e consequente perda da liderança do ranking mundial para Rafael Nadal, ou talvez a exibição muito pouco inspirada, tiveram no suíço um efeito que já há muito não se via nele. Imediatamente após o desaire, o helvético surgiu visivelmente descontente na conferência de imprensa e anunciou de rompante que já havia decidido que não participaria em qualquer torneio disputado sob terra batida, à semelhança do que havia feito no ano de 2017. Esta paragem, diga-se de passagem, não estava planeada pela sua equipa técnica desde o início da época, confirmou o próprio suíço antes do início do torneio de Indian Wells. No entanto, desta vez, o timing escolhido pelo suíço para o anúncio não foi o mais feliz.
Para além de não ter ficado bem na fotografia, deixando a ligeira sensação (errada certamente) de “amuo” do maestro suíço, fica no ar a questão: o que leva Federer a não disputar e menosprezar os torneios mais conceituados disputados em pó de tijolo como o Rolex Masters de Monte Carlo ou, acima de tudo, o Grand Slam francês Roland Garros?