Mas, afinal, quem é Aslan Karatsev? | Ténis

    Aslan Karatsev era um jogador completamente desconhecido do grande público até há muito pouco tempo e os seus resultados nem em nível Challenger eram consistentes. Na retoma depois da pandemia, ele que era número 253 do ranking, chegou com um nível bastante diferente e conseguiu um ótimo registo de 18-2 em Challengers, aproveitando para acumular dois títulos, em Praga e Ostrava. No final do ano ocupava já a 112.ª posição do ranking. Aslan Karatsev tem, ainda, a particularidade de trabalhar com um preparador físico português, o Luís Lopes.

    Estes resultados, e consequente posição no ranking, foram fundamentais para garantir presença no Qualifying do Australian Open. Ia, assim, tentar marcar presença no primeiro Quadro Principal (QP) de um torneio do Grand Slam da sua carreira, aos 27 anos.

    Nesta fase de qualificação, o tenista russo não teve grandes dificuldades em ultrapassar os seus adversários e, nos três encontros, perdeu apenas um set. Chegado, pela primeira vez, ao QP de um Grand Slam, Aslan Karatsev ultrapassou jogadores como Schawrtzamn, Felix Auger-Aliassime e Grigor Dimitrov para chegar às meias-finais onde perdeu, finalmente, contra Djokovic, que viria a sagrar-se campeão frente ao, também russo, Daniil Medvedev.

    Esta chegada às meias-finais foi histórica por várias razões, foi a primeira vez na Era Open que um jogador estreante no torneio do Grand Slam chegou às meias-finais, foi o primeiro jogador vindo do Qualifying a chegar a esta fase de um torneio do Grand Slam desde 2000 e foi, também, o jogador com o ranking mais baixo a chegar a esta ronda de um torneio de Grand Slam desde 2001. Este resultado valeu também a estreia em simultâneo no TOP-100 e TOP-50, quando passou de 114.º para 42.º lugar do ranking ATP.

    Aslan Karatsev tem-nos vindo a provar que as duas semanas que teve na Austrália não foram por acaso, caso não fosse percetível pela qualidade de ténis que apresentou. A conquista do título de categoria 500, no Dubai, que simbolizou a entrada no TOP-30, foi prova disso mesmo já que, para conquistar o título, teve de vencer jogadores como Andrey Rublev, que tem sido um dos melhores jogadores de piso rápido do mundo, e Jannik Sinner que tem estado numa forma tremenda e se estreou esta semana no TOP-20 aos 19 anos de idade.

    Com um estilo de jogo baseado na potência, o seu jogo assenta que nem uma luva em piso rápido e ver como serão os seus resultados nos outros pisos, sobretudo em terra batida, poderá ser um fator chave para tentar prever o sucesso que este tenista russo poderá ter no futuro. No mais recente torneio do circuito ATP, Aslan Karatsev teve um enorme desafio pela frente em Monte Carlo, onde as condições, devido à meteorologia, estavam especialmente lentas, e, apesar de ter perdido na segunda ronda, perdeu para um bom jogador de terra e que viria a ganhar o torneio em Monte Carlo, Stefanos Tsitsipas.

    No final do encontro, e falando um pouco do seu percurso este ano, Karastev acabou por dizer que a sua idade pode ser um fator de estabilidade emocional e que o poderá levar a não entrar em euforias, ele que é, neste momento, o sexto jogador do mundo com mais pontos acumulados nesta época de 2021. Está mais do que provado que, em piso rápido, é um jogador que merece aquilo que está a alcançar.

    Esta fase da temporada vai funcionar como um duro teste, mas a verdade é que o seu compatriota Medvedev é um jogador bastante fraco em terra batida e está em segundo lugar do ranking, por isso não há razões para acreditar que Aslan Karatsev tenha uma queda substancial no ranking durante esta época de terra batida, até pelo facto de que não defende praticamente nenhum ponto até agosto.

    Em resumo, Aslan Karatsev chegou de rompante, mas penso que terá ténis para se manter por alguns anos neste nível e tornar-se um habitué das últimas rondas dos torneios, pelo menos nos de piso rápido, por isso vai ser sempre um nome a ter em conta.

    Foto de Capa: ATP Tour

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    José Maria Reis
    José Maria Reishttp://www.bolanarede.pt
    O Zé Maria é neste momento estudante daquele que ele espera ser o último ano de Economia no ISCTE. Desde muito cedo que começou a praticar vários desportos exceto, ao contrário da regra geral, futebol porque chamar pé esquerdo ao seu pé direito é um elogio. Mais tarde percebeu que era com uma raquete de ténis na mão que mais gostava de passar o tempo e foi aí que começou a crescer a grande paixão que tem pelo ténis. Vê e acompanha muito desporto, mas o ténis e o futebol, sobretudo o seu Sporting, são a sua perdição.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.