Olheiro BnR: Jenson Brooksby (Ténis)

    Esta semana e depois do enorme torneio de Newport rubricado por Jenson Brooksby, será alvo de destaque neste artigo no qual o passaremos a conhecer melhor. Abordaremos o seu surgimento na mais alta roda do Ténis mundial, bem como realçaremos a sua ascensão meteórica nos rankings. Seguidamente referiremos o brilhante torneio realizado pelo jovem norte americano na relva do mítico evento disputado no “templo” da modalidade.

    O NOME MAIS CINTILANTE DA NOVA VAGA DE TENISTAS POR TERRAS DO “TIO SAM”

    Nascido há 20 anos na cidade norte americana de Sacramento, e apontado como a nova coqueluche do ténis por estas bandas, Jenson Brooksby, parece ter tudo para vingar a breve trecho. Ex-estrela do exigente circuito universitário norte americano no qual já vingaram jogadores lusos como Nuno Borges, Duarte Vale e, mais recentemente, o madeirense Daniel Rodrigues. Jenson, assim batizado em honra do ex-campeão do mundo de F1, Jenson Button, revela já um nível de ténis bem superior à sua idade.

    Brooksby começou a ter contacto com o desporto somente pelos oito anos, idade que se considera tardia para iniciação de um praticante de topo, contudo desde jovem foi sempre um dos mais talentosos e bem sucedidos da sua geração. Tornando-se vencedor do Orange Bowl, um dos eventos de maior prestígio e relevância nas categorias mais jovens, conseguindo tal feito no escalão de Sub14, ao qual juntou a liderança da classificação mundial dessa mesma faixa etária.

    Com a subida de escalão para os Sub16, manteve-se entre a elite, sempre com fantásticos desempenhos nos maiores torneios, pisando por inúmeras vezes os lugares cimeiros das mais importantes classificações, arrecadando ainda mais um punhado de títulos bem importantes e que auguravam grande futuro ao atleta norte-americano.

    Contudo, a sua grande explosão, que resultou na obtenção de uma bolsa por parte da Federação norte-americana de ténis, dar-se-ia quando Jenson, então com 17 anos, atinge as ½ final no US Open no escalão júnior, no qual seria finalista na catedral do pó de tijolo, Roland Garros.

    A sua entrada em cena como profissional ocorre no ano de 2018, chamando logo a atenção pelos desempenhos conseguidos no ITF World Tour, terceira divisão da modalidade a nível global, chegando logo nessa mesma temporada a um encontro decisivo sob piso rápido em solo pátrio.

    A temporada seguinte seria um “travão” nas pretensões de Jenson: primeiramente afetado pela paragem do desporto da bola amarela por conta da pandemia, posteriormente seria uma lesão no tornozelo esquerdo, fatores condicionadores de uma temporada na qual praticamente não registou qualquer entrada em court a nível oficial.

    UM 2021 PARA RECORDAR

    O praticante a residir atualmente na Flórida, onde é um dos integrantes da academia de Nick Bollettieri, uma das mais renomadas mundialmente, vive o seu momento de maior fulgor e evolução no Ténis ao mais alto nível, após as incríveis, somente, oito derrotas registadas no seu ano de estreia como profissional, leva à data um registo ainda melhor que esse anteriormente conseguido: 36 sucessos para apenas sete desaires. De destacar as três finais e dois títulos na categoria Chalanger já arrecadados, para além de mais um torneio ITF.

    Após três provas do Grand Slam, mas sempre sem ir além da 1º ronda, tendo sido responsável em 2017, no US Open, pela eliminação do checo Tomás Berdych no seu último encontro de carreira, não seria de prever que no primeiro evento regular do ATP Tour, no qual participava, tivesse capacidade de afrontar praticantes bem mais experientes, rotinados e, por conseguinte, bem mais habituados a palcos desta magnitude.

    A acrescer a tudo isto tínhamos a sua primeira atuação sobre relva e logo no tradicional evento realizado em Newport, zona na qual se situa o memorial do ténis. Contudo, não só ultrapassaria a fase de qualificação para entrar no quadro principal, QP, como conseguiria quatro escalpes, de entre os quais destaco o australiano Jordan Thompson, um dos poucos, talvez a par do espanhol Feliciano López, únicos verdadeiros especialistas de superfícies relvadas. Mas a maturidade, a serenidade, a enorme força mental e a capacidade invulgar de leitura de jogo em alguém tão novo, impressionaram e foram chaves para o sucesso ante o jogador dos antípodas.

    Mesmo não se sagrando vencedor do certame, capitulando por 7-6 e 6-4 frente ao sul africano Kevin Anderson, que reentrou no top 100, nunca se deixou afetar pela pressão do resultado, sendo que só a melhor versão do duas vezes finalista de Majors conseguiu vergar a estoica resistência oferecida pelo caseiro, que iniciou a presente época fora dos Top300 e que, com este estrondoso resultado, passou a ocupar a 126ª posição da classificação individual masculina, instalando aos fãs que assistiram in loco ao evento uma verdadeira Brooksby mania!

    Com uma mente e um ténis digno dos maiores campeões, Jenson é, sem dúvida, um nome a não perder de vista, e de quem, salvo algum infortúnio, iremos ouvir falar, e muito, nos próximos anos, sendo que já o apontam como um digno herdeiro do grande Andy Roddick.

    Foto de Capa: Tennis Hall of Fame

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.