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    Também no quadro masculino houve várias surpresas, estando obviamente à cabeça destas a eliminação de Rafael Nadal nos quartos-de-final da prova. Mas começando pela primeira metade do quadro, o número 1 do mundo Andy Murray voltou a desiludir tendo sido eliminado de forma muito contundente perante um inspirado Fabio Fognini – como é espetacular o que consegue fazer o italiano quando concentrado e motivado desde o primeiro ao último ponto – logo na segunda ronda pelos parciais de 6/2 e 6/4.

    Nos oitavos-de-final, o “carrasco” do escocês encontrou um autêntico furacão alemão chamado Alexander “Sascha” Zverev e foi precisamente aí que terminou a caminhada para o atleta italiano. Na mesma ronda do torneio John Isner surpreendeu também ao jogar de forma atípica (para um jogador que depende em grande parte do seu serviço e direita) eliminando Stan Wawrinka em 2 sets apenas. Por esta altura Rafa Nadal e Novak Djokovic tinham vencido tranquilamente todas as suas partidas. E é exatamente na ronda seguinte, quartos-de-final, que surge aquele que foi seguramente um dos mais perfeitos encontros da carreira de Dominic Thiem… precisamente frente a Rafa Nadal. Thiem jogou a um nível tal que – arrisco-me a dizer – ninguém no circuito o conseguiria derrotar naquele dia. E foi isso que aconteceu a Nadal que apesar da derrota, sai de cabeça levantada e parte na pole position para aquele que poderá ser o seu 10º título em Roland Garros.

    Fonte: ATP
    Fonte: ATP

    Se esse foi o dia de Dominic Thiem, o dia seguinte foi o dia de Novak “Nole” Djokovic. O sérvio realizou no sábado dois encontros, fruto do adiamento do encontro com Del Potro na tarde anterior, devido a uma forte tempestade que se abateu sobre a capital italiana. De manhã, Nole “despachou” a “Torre de Tandil” concluindo o segundo set (que havia ficado pendente) com o parcial de 6/4 (Djokovic d. Del Potro 6/1; 6/4). E se de manhã o sérvio se desenvencilhou com facilidade do argentino, ao fim da tarde foi ainda mais esclarecedora a vitória frente a Dominic Thiem. Apesar de, depois da vitória do austríaco frente a Rafa Nadal tudo indicar para que fosse épico o encontro frente a Novak Djokovic, o austríaco foi absolutamente cilindrado pelo número 2 do mundo numa partida que chegou a assumir contornos de humilhação para o jovem Thiem (Djokovic d. Thiem 6/1; 6/0 em 59 minutos).

    Na outra meia-final, defrontaram-se os dois jogadores surpresa da metade superior do quadro: Sascha Zverev e John Isner. À partida seria um encontro menos sonante, pelo que os dois atletas deram um espetáculo digno de meia-final e foi o atleta de 19 anos que entrou melhor ao vencer o primeiro set por 6/4. John Isner não desistiu e mostrou que também tinha uma palavra a dizer e, apesar de ser um jogador que prefere superfícies rápidas por potenciarem o seu serviço e direita – as suas principais armas – mostrou que trabalhou bastante a sua pancada de esquerda e venceu o segundo set pelo parcial de 7/6 (5) levando o alemão a disputar uma derradeira partida. E nesta, o alemão demonstrou uma maturidade característica dos grandes campeões, e entrou com fogo no 3º set quebrando o serviço de Isner logo na primeira oportunidade que teve e não abrandou o ritmo até chegar ao 6/1 final.

    Na grande final, venceu aquele que teve mais consistência tática e conseguiu manter um nível alto até ao fim do encontro – Alexander Zverev – que terminou com os parciais de 6/4 e 6/3. O alemão mostrou que não se intimida perante os atletas de topo e, com a vitória no Masters de Roma, sobe pela primeira vez ao top-10 e tornou-se no jogador mais jovem a vencer uma prova desta categoria desde 2007.

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    Foto de Capa: ATP

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    Henrique Carrilho
    Henrique Carrilhohttp://www.bolanarede.pt
    Estudante de Economia em Aarhus, Dinamarca e apaixonado pelo desporto de competição, é fervoroso adepto da Académica de Coimbra mas foi a jogar ténis que teve mais sucesso enquanto jogador.                                                                                                                                                 O Henrique escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.