Stanislas Wawrinka, também conhecido como Staminal Wawrinka pelas horas que aguenta em court, venceu o Australian Open 2014, vencendo o todo-poderoso Rafael Nadal e conquistando assim o primeiro Grand Slam da sua carreira.
Já aqui teci, neste mesmo espaço, muitas considerações acerca de Stanislas Wawrinka. Sou um confesso admirador do seu jogo, da sua pessoa e da sua história enquanto profissional do ténis. Wawrinka foi aquele que viveu na sombra de Federer, sem por isso reclamar, tendo até conquistado uma medalha de ouro olímpica ao lado do seu compatriota.
Wawrinka foi aquele que deixou a sua mulher e a sua filha para se dedicar inteiramente à sua carreira enquanto tenista. Há quem o critique, há certamente, mas eu não serei um deles. O resultado está à vista. O ex-nº2 suíço tem uma das esquerdas mais vistosas do circuito mundial, tem um lugar entre os três melhores do mundo e tem o seu nome para sempre marcado na história do ténis mundial. Se há sacrifícios que valem a pena, este é certamente um deles.
O tenista suíço está agora a atravessar a melhor fase da sua carreira e, embora já não vá para novo, Wawrinka atravessa aquele momento em que sabe que é temido por todos, em que sabe que sempre que entra em campo, seja qual for o adversário, a vitória pode cair para o seu lado. Basta acreditar e lutar como Stan the Man o tem feito ao longo dos encontros.
Embora não seja um dos quatro mosqueteiros do ténis (Nadal, Djokovic, Murray e Federer), Wawrinka está no meio deles e, numa fase em que Roger Federer está longe de ser o que era, Wawrinka tem sido o grande porta-estandarte do ténis suíço no circuito mundial.
Stanislas Wawrinka está “aí para as curvas” e este será certamente, o grande ano do suíço. E por falar em Wawrinka, que venceu recentemente o Portugal Open, surgiu nos últimos dias uma notícia que entristeceu os fãs do ténis em Portugal: João Lagos afirmou que lhe falta 60% do orçamento necessário para levar a cabo mais uma edição do Portugal Open, isto quando estamos a pouco mais de três meses do início do torneio. Não há jogadores, não há estrutura, não há bilhetes à venda. Dificilmente se conseguirá pôr este Portugal Open de pé e, anos depois de ter “encerrado” o Vale do Lobo Grand Champions, 2014 pode marcar o afastamento definitivo de Portugal do circuito mundial de ténis.
Custa ainda mais num ano em que João Sousa venceu um torneio do circuito mundial e em que Portugal, com Nuno Marques à cabeça, quer subir de grupo na Taça Davis. Assim será mais difícil ainda. No entanto, e porque em cada fã português de ténis está um hipotético director de prova do Portugal Open, num outro artigo dissecarei aqui quais as minhas medidas para recuperar o mítico torneio tenistico português.
Aconteça o que acontecer, Portugal tem uma dívida eterna para com João Lagos. Obrigado, Sr. Ténis!