Temos Del Potro, temos João Sousa, temos Estoril Open

    Cabeçalho modalidadesUm de maio é o dia tão esperado pelos amantes de ténis em Portugal: inicia-se o quadro principal de mais uma edição do Estoril Open, para muitos aquela que conta com o melhor cartaz desde que a organização do evento se encontra a cargo de João Zilhão. No caminho até ao início do torneio perderam-se os dois primeiros cabeças de série: Nick Kyrgios anunciou recentemente a sua desistência em virtude do falecimento do seu avô e Albert Ramos-Vinolas, especialista em terra batida que vinha de um sensacional desempenho em Monte Carlo, desistiu igualmente de participar no torneio sem que se conheçam as razões oficiais para tal.

    Num quadro muito equilibrado o nome que mais se destaca é, sem qualquer dúvida, o de Juan Martín del Potro. O argentino, atual número 33 do ranking ATP, é dono de um excelente serviço e de uma das mais demolidoras pancadas de direita do circuito. O seu caminho até aos quartos de final parece relativamente simples, sendo que aí poderá defrontar o veterano lutador (mas já muito longe da sua melhor forma) David Ferrer. Já Pablo Carreño Busta, primeiro cabeça de série, caso consiga ultrapassar o também veterano Tommy Robredo logo na segunda ronda, poderá nos quartos de final repetir a final da edição de 2016 do Estoril Open; para tal, é necessário que Nicolás Almagro, especialista em terra batida mas também já longe dos seus dias de glória, seja capaz de vencer o talentoso (mas mentalmente instável) francês Benoît Paire logo na primeira ronda do torneio.

    Fonte: Juan Martin del Potro
    Fonte: Juan Martin del Potro

    Já do outro lado do quadro, apesar dos seus resultados recentes denotarem alguma inconsistência, Richard Gasquet, vencedor da edição de 2015 do Estoril Open, parece o principal candidato a atingir a meia-final do torneio. Detentor de uma capacidade técnica acima da média e de uma excelente pancada de esquerda a uma mão, apenas na meia-final deverão surgir as principais dificuldades para o tenista francês e essas dificuldades, se por um lado podem dar pelo nome de Gilles Muller, por outro lado poderão chamar-se…João Sousa. Assim sendo, caso o tenista vimaranense, que pese embora os desempenhos modestos nas anteriores edições do torneio tem até na terra batida a sua superfície favorita, consiga “livrar-se” de Gilles Muller nos quartos de final, é bem provável que na meia-final venha a medir forças com Richard Gasquet. Aí, e sendo certo que o francês tem armas no seu jogo mais desequilibradoras do que aquelas de que dispõe o “Conquistador”, tudo poderá acontecer e existe mesmo a hipótese de se repetir a história de 2010, único ano em que um português (Fred Gil) atingiu a final do torneio.

    Fonte: João Sousa
    Fonte: João Sousa

    Quanto ao segundo melhor tenista português da atualidade, Gastão Elias, o sorteio acabou por não ser particularmente positivo. Caso o tenista da Lourinhã consiga ultrapassar Malek Jaziri, na primeira ronda, terá que defrontar, na ronda seguinte, o vencedor do encontro entre dois candidatos à conquista do Estoril Open: Nicolás Almagro ou Benoît Paire. Tendo em conta este cenário, é compreensível que as esperanças lusitanas se concentrem sobretudo em João Sousa, na esperança de que este não acuse tanto a pressão de “jogar em casa” como nas edições anteriores.

    As cartas estão lançadas, e um torneio que conta com nomes como os de Pablo Carreño Busta, Richard Gasquet, David Ferrer, Juan Martín del Potro, João Sousa ou Benoît Paire terá sempre que ser encarado como uma oportunidade de excelência para assistir a encontros de ténis memoráveis. Temos veteranos, temos jovens irreverentes, temos lutadores, temos tenistas tecnicamente muito evoluídos, temos jogo, temos Estoril Open. Que comece o maior espetáculo do ténis em Portugal!

    Foto de capa: Estoril Open

    Artigo revisto por: Francisca Carvalho

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    Francisco Sampaio
    Francisco Sampaiohttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde a segunda infância, Francisco Sampaio tem no FC Porto, desde esse período, o seu clube do coração. Apesar de, durante os 90 minutos, torcer fervorosamente pelo seu clube, procura manter algum distanciamento na apreciação ao seu desempenho. Autodidata em matérias futebolísticas, tem vindo recentemente a desenvolver um interesse particular pela análise tática do jogo. Na idade adulta descobriu a sua segunda paixão, o ténis, modalidade que pratica de forma amadora desde 2014.                                                                                                                                                 O Francisco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.