Uma vez pode ser sorte, duas já tem de ser algo mais; João Sousa triunfou este domingo em Valência frente ao espanhol Roberto Bautista Agut e conquistou assim o seu 2.º título de carreira no circuito ATP. O português acabou, desta forma, com a malapata que vinha desde Kuala Lumpur: Sousa havia perdido cinco finais de forma consecutiva.
O mano-a-mano era favorável ao português, pelo menos no que a provas ATP diz respeito, e o vimaranense tratou de o confirmar. Sousa pareceu entrar algo nervoso no encontro, talvez devido à tal malapa de que vos falei, cometendo demasiados erros não forçados e ainda uma baixa percentagem de primeiros serviços (48%). A juntar a tudo isto, Bautista Agut ia apresentando um ténis de muito bom nível.
No segundo set, o espanhol voltou a entrar melhor e rapidamente se colocou a líder por 2-0. No entanto, eis que a garra e determinação de João Sousa vieram ao de cima. O português assinou 6 jogos de forma consecutiva arrecadando não só o segundo set, por 6-3, mas colocando-se ainda a vencer por 2-0 na terceira e decisiva partida. A partir daí tratava-se apenas de uma questão de tempo. O espanhol, que recebeu assistência médica no inicio da terceira partida, nunca pareceu capaz de perturbar o português.
A vitória de João Sousa é a prova de que o trabalho, a garra e a determinação, mais tarde ou mais cedo, acabam sempre por compensar. Como praticante da modalidade que fui, posso dizer-vos que ninguém tem a real noção do que é preciso trabalhar para chegar onde o vimaranense chegou.
Resta-me dizer que João Sousa vai alcançar a sua melhor posição de sempre no ranking ATP (33.º ou 32.º), mas esta vitória vale muito mais do que qualquer ranking possa representar.
Um grande obrigado ao João Sousa por tudo aquilo que tem feito pelo ténis português. É, sem margem para dúvidas o melhor português de todos os tempos.