Ténis português | E depois de João Sousa?

    Há já algum tempo que nos habituámos a ver um português nos quadros dos torneios mais importantes do ténis mundial. Esta época, claramente menos conseguida por parte de João Sousa, deixou-nos a pensar naquilo que virá a seguir.

    PRESENÇA DE PORTUGAL NO TOP 100

    Desde 5 de agosto de 2008, dia em que Frederico Gil entrou pela primeira vez no TOP 100 mundial, que a presença de Portugal nesta elite tem sido praticamente constante. Foram, inclusive, muitas as semanas em que tivemos dois portugueses entre os 100 melhores do mundo. Por exemplo, Frederico Gil e Rui Machado, João Sousa e Gastão Elias e João Sousa e Pedro Sousa. Para além destes jogadores, Nuno Marques também esteve, durante 22 semanas, neste TOP, tendo sido o primeiro português de sempre a quebrar esta barreira, em 1991.

    De todos estes, João Sousa foi, sem dúvida, aquele que mais tempo passou junto desta elite. O vimaranense, que é também o tenista português com melhor ranking de sempre (28.º do ranking ATP), vai já com 387 semanas com o seu nome inscrito entre os 100 melhores do mundo.

    Por isto, e numa altura em que o tenista de Guimarães está no seu pior ranking desde 2013 (#90), algumas preocupações de “sucessão” são naturais. Faço, desde já, a devida ressalva de que estou muito longe, com isto, de dizer que João Sousa irá sair da elite num futuro próximo. Até porque não acredito nisso.

    Fonte: Federação Portuguesa de Ténis

    MAS QUEM SERÁ O PRÓXIMO PORTUGUÊS A (RE)ENTRAR NO TOP 100?

    Olhando para o ranking, Pedro Sousa (#105), João Domingues (#176) e Frederico Silva (#183) estão próximos desse patamar. No entanto, já nenhum deles é um jovem a despontar no circuito, sendo o mais novo deles o atleta Frederico Silva, com 25 anos. Destes, acredito que Pedro Sousa poderá voltar a entrar, assim que as lesões o permitam. João Domingues também poderá aproximar-se da 100ª posição.

    Não considero um percurso tão óbvio para Frederico Silva, que, apesar de, ainda enquanto (grande) jovem promessa, ter tido algumas lesões, já não tem tido tantos azares como os outros jogadores. Talvez seja por isso que acredito que a sua posição no ranking não estará tão longe do seu potencial máximo.

    Olhando para a “nova escola” e para os mais novos com vontade e talento para despontar, Nuno Borges é aquele que aparece com maior potencial para grandes resultados. 2021 será  um ano fundamental para se posicionar e colocar à prova o seu potencial. O maiato teve um 2020 muito positivo, o que lhe valeu uma subida no ranking mundial de quase 300 posições.

    Apesar de Nuno Borges ser apenas dois anos mais novo do que Frederico Silva, a sua posição reflete bastante menos o seu valor, porque foi um jogador que preferiu acabar os estudos nos EUA, o que atrasou a sua chegada ao circuito profissional. Ainda é cedo para afirmar perentoriamente se, algures na sua carreira, estará ou não presente no TOP 100. Mas é um tenista que tem deixado muito boas indicações e decerto ouviremos falar muito dele ao longo dos próximos anos.

    Quando se fala ou, neste caso, escreve sobre o futuro, é sempre difícil não ser injusto. Haveria, certamente, mais jogadores a destacar, mas estes parecem-me ser aqueles com mais créditos e talento para poder triunfar num horizonte não muito longínquo. Ficam, ainda, os meus votos para que todos os jogadores que referi, e os que não referi, tenham ainda mais sucesso do que aquele que antevejo e que 2021 seja um ano de conquistas para o ténis português!

    Foto de capa: Federação Portuguesa de Ténis

    Artigo revisto por Mariana Plácido

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    José Maria Reis
    José Maria Reishttp://www.bolanarede.pt
    O Zé Maria é neste momento estudante daquele que ele espera ser o último ano de Economia no ISCTE. Desde muito cedo que começou a praticar vários desportos exceto, ao contrário da regra geral, futebol porque chamar pé esquerdo ao seu pé direito é um elogio. Mais tarde percebeu que era com uma raquete de ténis na mão que mais gostava de passar o tempo e foi aí que começou a crescer a grande paixão que tem pelo ténis. Vê e acompanha muito desporto, mas o ténis e o futebol, sobretudo o seu Sporting, são a sua perdição.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.