ATP Masters 1000 Toronto | Nove meses depois de Paris, Toronto

    O Masters 1000 de Toronto ficou marcado, logo de início, pela desistência de Rafael Nadal, que era o segundo cabeça-de-série do torneio canadiano, devido a uma lesão no pé que também o vai deixar de fora do Masters 1000 de Cincinatti.

    Para o lugar do espanhol, entrou… outro espanhol – Feliciano López, um veterano do circuito de Toronto.

    Esta troca que ocorreu na metade inferior do quadro permitiu que existissem grandes dúvidas sobre que tenista conseguiria chegar à final proveniente desta metade. À partida, o nome mais forte passaria a ser Stefanos Tsitsipas.

    Na parte de cima do quadro, o principal concorrente a um lugar na final e também a vencer o torneio de Toronto era Daniil Medvedev, que aparecia como primeiro cabeça-de-série.

    Com um torneio disputado em Toronto, eram grandes as expectativas em torno de uma geração canadiana que promete muitíssimo.

    No entanto, os quatro representantes desta geração, Denis Shapovalov e Felix Auger-Aliassime, beneficiaram de isenção da primeira ronda.

    E Vasek Pospisil e Brayden Schnur foram todos eliminados na primeira vez que entraram em court, deixando uma nação que tem investido muito no ténis sem qualquer representante na terceira ronda do seu principal torneio.

    Um dos jogadores do torneio foi Gael Monfils.

    O jogador francês estava em grande forma quando a pandemia interrompeu o circuito e a verdade é que, desde aí, tem tido muitas dificuldades em reencontrar o seu melhor ténis, mas, neste torneio, conseguiu mostrar que ainda é capaz de jogar a um nível muito alto.

    Este torneio marcou também o regresso do francês às vitórias consecutivas, algo que não acontecia desde antes da pandemia.

    Depois da vitória sobre John Millman e sobre Frances Tiafoe, que, no final, lhe teceu grandes elogios, Monfils acabou por ser derrotado por John Isner, nos quartos-de-final.

    Apesar desta excelente prestação de Monfils, o destaque da semana tem de ir obrigatoriamente para Reilly Opelka.

    O jovem (23 anos) gigante (2.11m) americano nem sequer era um dos pré-designados e venceu Kyrgios, Dimitrov, Harris, Bautista-Agut e Tsitsipas para chegar à primeira final de um Masters 1000 na sua carreira.

    A forma como consegue fazer do seu serviço uma arma implacável faz com que consiga encobrir algumas das suas maiores incapacidades, nomeadamente a sua agilidade e rapidez, e esta semana foi onde o vimos a fazer isso de forma mais eficaz.

    Na parte de cima do quadro, Medvedev acabou por confirmar o seu favoritismo e ultrapassar os seus oponentes em grande estilo.

    A caminho da final, venceu Bublik, Duckworth, Hurkacz e Isner, sendo que, destes, o que lhe causou mais dificuldades foi Hurkacz, que havia eliminado o russo na relva de Wimbledon, há pouco mais de um mês.

    O reencontro entre os dois proporcionou o melhor encontro do torneio, mas Medvedev acabou por, desta vez, confirmar o estatuto de favorito e passar às meias-finais pelos parciais de 2-6 7-6 7-6.

    Na final, Medvedev foi sempre dono e senhor do encontro e nem o serviço canhão do alto dos 2.11m de Opelka serviu para pôr em causa a vitória de Medvedev.

    O russo conseguiu anular por completo essa vantagem de Opelka e isso é bem mais de meio caminho andado para vencer o americano.

    A melhor forma de explicar esta supremacia de Medvedev em Toronto é afirmando que Opelka, ao longo desta semana, manteve sempre uma percentagem, no primeiro serviço, de pontos ganhos de cerca de 80%.

    E, em adição, nesta final, apenas conseguiu vencer 67% das vezes em que colocou a primeira bola, o que é uma diferença tremenda.

    Não há dúvida de que foi aqui que Medvedev conseguiu construir esta vitória que lhe garantiu o quarto título Masters 1000 da carreira e o primeiro deste ano.

    Por outro lado, Opelka, que tinha um registo perfeito de finais (2/2), perdeu a sua primeira final da carreira em eventos ATP.

    Foto de capa: ATP Tour

    Artigo revisto por Andreia Custódio

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    José Maria Reis
    José Maria Reishttp://www.bolanarede.pt
    O Zé Maria é neste momento estudante daquele que ele espera ser o último ano de Economia no ISCTE. Desde muito cedo que começou a praticar vários desportos exceto, ao contrário da regra geral, futebol porque chamar pé esquerdo ao seu pé direito é um elogio. Mais tarde percebeu que era com uma raquete de ténis na mão que mais gostava de passar o tempo e foi aí que começou a crescer a grande paixão que tem pelo ténis. Vê e acompanha muito desporto, mas o ténis e o futebol, sobretudo o seu Sporting, são a sua perdição.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.