US Open: 24 vezes Novak Djokovic

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    Djokovic vence contra pesadelo do passado e faz hat-trick em majors esta temporada no US Open, numa final indesejada pelo público.

    O MAIOR DE SEMPRE DO DESPORTO

    No início dos anos 90 ocorreu a dissolução violenta da Jugoslávia e o surgimento de vários Estados independentes, entre eles a Sérvia. Belgrado era um palco de guerra nesses tempos. Por lá vivia um menino franzino em que a infância foi uma trincheira onde a esperança era uma luz ténue no meio da escuridão. Como uma fénix renascida das cinzas da adversidade, Novak Djokovic tornou-se uma lenda incontestável do ténis e o maior de sempre no desporto. A discussão sobre o rei do jogo começa a perder sentido depois do que o sérvio continua a fazer temporada a temporada, jogo a jogo.

    Depois de rivalidades intensas no passado contra Rafael Nadal e Roger Federer, Novak encontrou uma nova motivação para continuar a elevar-se no ténis. O emergir do furacão Carlos Alcaraz insuflou nele uma renovada determinação de permanecer no topo, demonstrando que, aos 36 anos, ainda é capaz de alcançar as maiores alturas. Era esperada uma final entre os dois jogadores, que têm marcado a temporada de uma forma brilhante, no Arthur Ashe Stadium. Mas Daniil Medvedev tinha outro plano para essa decisão e eliminou o jovem de Murcia de forma autoritária, num dos melhores jogos da carreira do estratega russo. Já Djokovic confirmou o seu favoritismo contra Ben Shelton e confirmou a sua décima final no major dos Estados Unidos.

    Numa final contra um pesadelo do passado Djokovic fez tudo diferente do havia feito em 2021 e venceu o moscovita pelos parciais de 6-3, 7-6(5) e 6-3. Vale lembrar que os dois se enfrentaram na decisão do US Open em 2021 – final ganha por Medvedev, que custou o Grand Slam de calendário ao tenista de Belgrado. Num jogo entre duas paredes no fundo do court, Daniil não conseguiu encontrar um às no seu baralho, como contra Alcaraz na semi-final, e Djokovic venceu o jogo sem ter de subir demasiado o nível. A final disputada no domingo confirmou o 24º título do Grand Slam de Nole, distanciando-se dos 22 de Rafael Nadal e ainda mais dos 20 do já aposentado Roger Federer. Djokovic alcançou a marca recorde de títulos do Grand Slam de Margaret Court, estabelecendo assim uma posição de destaque ao lado da lendária tenista australiana no topo dessa lista histórica. O sérvio dedicou a sua vitória ao seu falecido amigo Kobe Bryant que vestia precisamente o número 24 durante a sua carreira.

    Nole será pela 390.ª semana da carreira o número um mundial do circuito ATP. Ele não tem planos de encerrar sua jornada por aqui. Há rumores que ele ambiciona jogar os jogos olímpicos de Los Angeles em 2028. Djokovic não quer simplesmente bater todos os recordes do desporto, como quer torná-los um desafio intransponível de ser alcançado por qualquer um que o ouse tentar fazer. O «campeoníssio» sérvio sempre enfrentou uma batalha mais árdua para conquistar a aclamação do público em comparação com seus dois notáveis colegas do big three. Ser Novak, ao longo dos anos, provou ser um desafio consideravelmente mais exigente do que ser Roger ou Rafa. No entanto, ao superar todas essas adversidades, seu mérito deve ser ainda mais valorizado, considerando esse fator incontestável.

    Aos 36 anos Novak Djokovic não mostra nenhum ar de humanidade e continua a ser um hércules vezes e vezes sem conta, para o espanto de todos. Ele acaba o ano com três títulos do Grand Slam e com a presença na final de todos eles, a par do que já tinha feito em 2015 e 2021. O dono e senhor da melhor esquerda do circuito e uma das melhores de sempre jogou 72 majors em toda a sua carreira e alcançou impressionantes 36 finais (50%) e acabou a vencer 24 dessas grandes decisões. Conseguirá ele aumentar estas estatísticas e alargar o seu número de títulos em majors?

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