Wimbledon WTA: «Caminhada» leva Vondrousova a uma inesperada glória

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    Era e após uma primeira semana em Wimbledon, na WTA, onde nomes como os da helénica Maria Sakkari ou da norte-americana Cori Gauff, com bastante surpresa, haviam ficado arredados da fase das decisões do único Grand Slam do ano disputado sob relva que a catedral londrina acolheria encontros marcados pela competitividade, drama e por  momentos bastante altos. Com efeito viajamos agora pelo que de mais relevante se verificou nos encontros decisivos!

    CORPO IMPEDE PAULISTA DE LUTAR COM CAMPEÃ

    Um dos duelos, em teoria, mais aliciantes dos oitavos de final da competição colocaria frente a frente duas das quinze melhores tenistas da atualidade, embate digno de uma fase mais adiantada do certame. De um lado a detentora da “coroa” Elena Rybakina, tenista que havia surpreendido aquando do sucesso na terceira etapa do Grand Slam da temporada cessante ao derrotar a ultra favorita Ons Jabeur, para surpresa geral. Já do outro lado estava uma mais que confiante, Beatriz Haddad Maia, que havia batido esta adversária recentemente, partindo com grandes e legítimas ambições! Depois de um começo bastante nivelado , mas com a cazaque a efetuar o primeiro desequilíbrio, era evidente algum desconforto em Bia apresentando-se algo amorfa, pouco reativa e muito limitada na sua movimentação. Mesmo tentando permanecer na discussão, honrando assim todos os que haviam pago bilhete para a refrega,  a brasileira viu-se forçada a abdicar, fruto de uma lesão na zona das costas fortemente condicionante e muito idêntica à sofrida por Rybakina meses antes. Mais uma vez se viu a nobreza, amizade e entreajuda que fazem do ténis um desporto especial, pois Elena foi prontamente inteirar-se da condição física da colega de profissão, sendo que a extensão do problema ainda não é conhecida na totalidade. Com este  azar ficou assim gorada a possibilidade de Haddad Maia suceder  a Maria Esther Bueno, tenista que nas décadas de 60/70 marcara presença nos quartos de final da prova britânica.

    ANDREEVA ATRAIÇOADA PELA SUA INEXPERIÊNCIA!

    Uma das histórias da primeira semana de torneio: a russa de apenas dezasseis anos Mirra Andreeva, alguém fora do lote das 100 melhores tenistas mundiais, entrava com o peito cheio de ar diante de uma já finalista de torneios do Grand Slam: a norte-americana, agora com 28 anos, Madison Keys. Com o primeiro parcial a confirmar esse estado de espírito prognosticado, seria sempre atacando as bolas extremamente cedo, sem oferecer iniciativa a Keys, e altamente determinada que Andreeva parecia estar no comando das operações. A liderar com set e dois breaks de vantagem era difícil de prever um cenário no qual não víssemos a russa adensar a surpresa. Só que o ténis possibilita reviravoltas do outro mundo, e fazendo uso da sua maior experiência, constância e habituação aos maiores palcos da modalidade, foi aproveitando também muita precipitação da sua rival que a dado momento não conteve as lágrimas, que Madison contrariando tudo e todos acabaria por dobrar o “cabo das tormentas”. A finalista do US Open após mais de três horas de contenda marcaria duelo nos quartos de final diante de Arina Sabalenka, que lhe aplicaria um verdadeiro corretivo, com Keys a não encontrar a chave para travar toda a vertigem, intensidade e fogosidade da bielorussa que a derrotou em pouco mais de uma hora.

    Quanto a Mirra parece ter tudo para ser uma das estrelas de futuro do ténis feminino, pois  potencial não lhe falta! Embora ainda haja bastante que melhorar, creio que será um nome a memorizar e do qual se falará muito na próxima década!

    DEPOIS DE AZARENKA, SWIATEK TAMBÉM «TOMBAVA» PERANTE A HISTÓRIA DA QUINZENA

    Mãe há pouco mais de nove meses, tendo disputado apenas um par de torneios WTA até Wimbledon, poucos apostavam em Elina Svitolina ucraniana de 28 anos, para chegar longe. Com bilhete reservado para assistir à performance do cantor britânico Harry Styles, este teve de ficar relegado para outras núpcias, pois a esposa do suigeneris  gaulês Gael Monfils acabaria por avançar vertiginosamente no quadro. Victória Azarenka havia provado do estado de forma surreal da atleta que em tempos foi bicampeã do WTA1000 de Roma. Após um triunfo em mais de três horas, onde a emoção foi mais que muita, ninguém, certamente, acreditaria que Svitolina fosse capaz de oferecer resistência à grande dominadora do circuito nos últimos anos, a polaca Iga Swiatek. Só que o estado de graça parecia ter vindo mesmo para ficar e com uma exibição bem mais consistente do que nos tempos de Elina como Top5 mundial o impensável concretizou-se mesmo e a mamã bateu a grande favorita a vencer a prova em apenas dois sets plenos de emoção, entusiasmo e intensidade. Contudo e quando partia como favorita para alcançar a final, eis que bateu de frente com a checa Marketa Vondrousova, que com um jogo bastante ardiloso nunca deu grandes aberturas para que a ucraniana acreditasse nas suas hipóteses, de salientar que Elina esteve a anos-luz do rendimento demonstrado nas rondas anteriores . A ver vamos se Svitolina voltará à ribalta ou se tudo não passou de uma memorável quinzena! Ficamos a torcer para que volte à glória de outros tempos!

    JABEUR VOLTA A PASSAR AO LADO DA OCASIÃO!

    A tunisina Ons Jabeur atingiria a final após derrotar nomes grados da WTA como Arina Sabalenka ou Elena Rybakina, sendo por isso considerada por grande parte dos especialistas como tendo mais chances de alcançar o que lhe havia sido negado pela cazaque no ano anterior. Quanto a Vondrousova havia tido como ponto mais alto a vitória diante de Jessica Pegula, Top 5 mundial na ronda dos oitavos.

    Com o começo de final a ser marcado por bastante ansiedade de ambas as partes, seria a de origem árabe a quebrar primeiro, mas foi então que começou o pânico da tunisina entregando, numa bandeja bem dourada o break à opositora. De resto e como se previa dado o estilo de jogo de ambas, o serviço não se revelaria uma arma, com os breaks e pontos para tal a serem uma constante . Contudo a que tentava vencer o primeiro título do Grand Slam, após ter sido finalista em Roland Garros, então com apena 19 anos  pareceu sempre mais esclarecida, serena, assertiva e crente no seu jogo. Depois de um primeiro set fechado por 6-4, a que no começo da quinzena era apenas 42ª do ranking WTA tornar-se-ia na primeira tenista fora do lote de cabeças de série a alcançar a vitória no evento, assim como na atleta de menor ranking a conquistar o cartão de membro vitalício do Hall England Club desde Serena Williams em 2011. Isto após uma segunda partida em que Jabeur voltou a desperdiçar a quebra de serviço de vantagem. Uma das maiores surpresas da história do torneio, será a prata de Tóquio 2020 capaz de se manter afastada e livre das lesões que têm impedido a sua ascensão e consolidação entre a elite do ténis mundial?

    O BNR cá estará para lhe contar tudo o que se vive de mais relevante no mundo do desporto e do ténis (WTA e ATP) em particular.

    Marcamos encontro?

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.