WTA 1000 Roma: Rybakina lança candidatura a Roland Garros

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    Era nos courts do Foro Itálico (Roma) que se jogava a 80ª edição de um torneio (WTA), considerado por todos, o maior barómetro para a quinzena de Roland Garros, pois possui condições idênticas às verificadas em Paris. Com a cidade eterna a ser, constantemente, bombardeada por fortes chuvadas que em muito condicionaram o normal desenrolar do evento, veríamos a final feminina jogar-se bem perto do final da noite de sábado. Num certame onde existiu uma verdadeira razia no que às pré-designadas diz respeito, bem se pode falar que mais que um torneio de ténis se viveu uma quinzena onde a resistência, a abnegação e a paciência foram chave para o sucesso em terras Romanas. Com efeito, aqui ficam as jogadoras que em minha opinião mais se destacaram pela positiva, colocando água na boca de todos os fãs em vésperas da caravana viajar rumo à catedral do pó de tijolo.

    5- BEATRIZ HADDAD MAIA

    Após uma reta final de temporada cessante onde se assumiu como um dos grandes destaques do circuito WTA, era com certo desapontamento em termos desportivos que a brasileira chegava à cidade eterna, sendo que nunca havia atingido a terceira ronda em qualquer torneio da temporada. Refira-se que um dos objetivos da época e sob o qual incidiu a preparação  da mesma era o acesso ao lote das dez melhores do mundo. Esse panorama alterar-se-ia, com a paulista a jogar bem perto do nível já ostentado em torneios desta envergadura. Caindo, apenas, na ronda dos quartos de final, naquele que considero ter sido o encontro mais bem jogado da quinzena, com a contenda diante da ucraniana Anhelina Kalinina a ter durado mais de três horas e meia. Seria já sem folgo que Bia tombaria aos pés da tenista de leste. Este resultado tornou-se num marco para o ténis do país irmão, pois Haddad Maia igualou assim aquilo que apenas Andrea Vieira havia conseguido ainda no século passado. Apesar de o mesmo estar pendente do que a sorte lhe reservar, creio, e caso  o quadro seja interessante que a tenista que passou várias vezes por Portugal poderá chegar bem longe na terra batida parisiense, com os quartos de final a poderem ser uma meta bem atingível.

    4- JELENA OSTAPENKO

    Bem inconstante em termos de resultados, com muitos altos e baixos durante as temporadas que leva entre a nata do ténis mundial, eis que a letã Jelena Ostapenko, que se deu a conhecer após  a conquista de Roland Garros em 2017,voltou a rubricar um torneio de elevada qualidade. Com a temperamental atleta a explanar em condições bem pesadas como as vividas ao longo da quinzena todos os predicados do seu jogo, seria adotando a sua habitual postura bem ofensiva, introduzindo aqui e ali algumas variações, que assinaria um trajeto que a volta a colocar numa segunda linha de candidatas a levantar o troféu dos mosqueteiros! Apenas travada pela futura campeã nas penúltima fase da competição, pecou somente num aspeto que sempre a condicionou grandemente,  sendo mesmo o calcanhar de Aquiles da vocal tenista da Letónia: a falta de discernimento em ocasiões solenes, principal fator para que o curriculum desta não seja ainda mais recheado. Sabendo já o que é levantar o troféu por todas mais desejado em plena quinzena parisiense, falta saber se Ostapenko será capaz de fazer desse fator uma mais-valia e assim chegar bem longe no torneio francês.

    3- IGA SWIATEK

    A “rainha” do circuito na temporada passada, e não obstante um arranque de ano ligeiramente abaixo do anterior, se é que era possível replicá-lo! Foi sempre demonstrando grande autoridade, confiança, e uma mentalidade ao nível dos maiores vultos da modalidade  que a polaca provou o porquê de ser depois de Serena Williams a jogadora que mais tempo leva, consecutivamente, na liderança da hierarquia mundial. Numa fase em que parecia estar bem dentro da contenda diante da única jogadora, que salvo melhor opinião, lhe poderá fazer frente em Paris, Elena Rybakina, seria forçada a abdicar do referido compromisso. No entanto Iga já deixou a indicação de que tudo não passou de um susto, garantindo que se encontram intactas as suas ambições em revalidar o céptro de campeã naquele que é o torneio do Grand Slam do qual a polaca mais gosta e do qual guarda melhores recordações. Maior favorita a alcançar a glória na cidade luz, será ela capaz de brilhar novamente ampliando um palmarés que tem tudo para ser o melhor dos últimos anos no WTA Tour?

    2- ANHELINA KALININA

    Uma perfeita desconhecida no começo da última temporada, pois estava fora do Top 100 por essa altura, foi com muita ponderação, de forma muito sustentada e sem grandes flostrias, que a ucraniana de 26 anos foi construindo um percurso bem sólido entre a elite. Seria e de forma bem surpreendente, mas com toneladas de mérito, que a tenista que há dois anos passara por Portugal conquistando um 25.0000 dólares acabaria por ser a grande surpresa do torneio chegando ao dia das decisões. Batendo opositoras do nível de uma Madison Keys, de uma Veronika Kudermetova ou de uma Bia Haddad Maia, o que mais me surpreendeu nessa caminhada , foi a forma bem  lúcida, racional e bastante calma, com que aparentemente lidou com alguns momentos bem delicados. Sucumbindo apenas para Rybakina, já sem folgo , fruto da desgastante campanha por ela rubricada, seria após a cedência da primeira partida que a jogadora de leste acabaria por desistir, contudo, e segundo informações recolhidas parece que Kalinina estará em perfeitas condições, como se deseja, para “atacar” convenientemente o torneio de Roland Garros, onde e a jogar assim terá, forçosamente, de ser considerada uma das tenistas a alcançar, pelo menos, a segunda semana deste Grand Slam. Será ela capaz de manter o nível?

    1-ELENA RYBAKINA

    Se dúvidas subsistissem na cabeça dos mais pessimistas, creio que as mesmas estarão definitivamente dissipadas, pois a jogadora nascida em Moscovo, mas naturalizada Cazaque a troco de uns bons euros, vai vivendo um período onde tudo parece sair sem esforço aparente, mesmo num piso onde o seu jogo se pensaria não provocasse tanta mossa! Já com entre outros um torneio de Wimbledon e um WTA1000 de Indian Wells em carteira, creio que Rybakina  possui soluções de jogo, mentalidade, e físico para ser uma atleta de exceção em todas as superfícies, até se necessário for sob gelo! Com o serviço, sendo a jogadora com mais azes do circuito, mas sobretudo com a resposta a funcionar como nunca, Elena é a segunda maior pretendente, depois de Swiatek ao título em Paris. Poderá a ela suplantar mais um record para o país que representa desde 2019 angariando assim o segundo Grand Slam, com 23 anos apenas?

    Será já a partir do próximo domingo que Mulheres e Homens iniciarão a “luta” pelo segundo Grand Slam da temporada, e como sempre o BNR lá estará de forma a que não perca nenhum serviço da lendária competição gaulesa!

     Até lá já sabe, fique bem, sempre na melhor companhia.

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.