Eu gostava de perceber o porquê do desporto feminino continuar a ser menos valorizado do que o masculino. Gostava mesmo.
Portugal é um país de futebol, já sabemos, mas essencialmente de desporto masculino. Sempre o masculino. E isso é assim no voleibol, no basquetebol, na natação, no atletismo…e no futebol. E não compreendo. Não quando a maioria dos atletas são raparigas, não quando há muito mais para descobrir no jogo feminino do que no masculino e não quando o feminino pode ser uma oportunidade para muitos.
No caso específico do voleibol, há, com quase toda a certeza, mais do dobro de equipas femininas do que masculinas e, consequentemente, mais do dobro de atletas raparigas do que rapazes. E são necessários treinadores, são necessárias pessoas que façam com que o jogo de umas equipas se distinga das outras para as levar ao topo.
É mais fácil encontrar bons atletas em 100 do que em 40. A margem de progressão é maior. O estilo de jogo pode até ser mais cativante. As mulheres sempre treinaram e jogaram com menos apoios do que os homens, quase não são remuneradas e continuam. E são mais do que eles.
Quem é que não pensa nisto? Porque é que não se dá uma oportunidade ao feminino? E, como é claro, eu sou suspeita para falar, mas é notório e evidente. Não há uma explicação plausível, mas eu gostava de a descobrir.
Foto de capa: Vanda Pinto
Artigo revisto por: Francisca Carvalho