Académica 0-0 Rio Ave: Nulo só no resultado

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    Duas equipas em fase ascendente encontraram-se no Municipal de Coimbra para dar início à jornada 27 da edição 2014/15 da Liga Nos. A Académica não perdia há oito jogos e reencontrou-se com os bons resultados depois de José Viterbo assumir o comando técnico dos estudantes. O Rio Ave, antes deste jogo, tinha conseguido bater o campeão nacional em título, o Benfica, por 2-1.

    O início do jogo deixou bem evidenciada a confiança do Rio Ave, com Tarantini a dar o primeiro sinal de perigo com um cabeceamento potente, a obrigar Cristiano a uma defesa apertada. Parecia ser a equipa vilacondense quem estava por cima no encontro, mas o facto de não haver o tal medo de perder acabou por se transformar em falta de cautela, dando lugar a que o flanco direito do ataque da Académica fosse bastante produtivo na criação de oportunidades de perigo, quase sempre iniciadas por Ricardo Esgaio, muito em jogo no plano ofensivo, combinando muito bem com Hugo Seco para chegar perto da baliza de Ederson.

    Juntos, conseguiram conceber condições para que Rafael Lopes tivesse à sua mercê duas oportunidades flagrantes para inaugurar o marcador, mas o ponta-de-lança português rematou à figura, na primeira, e para as nuvens, na segunda (Viterbo garantiu, na conferência de imprensa, que “tal como a Académica voltou a ganhar em casa passado um ano, também o Rafael vai voltar a marcar”).

    Até ao final da primeira parte, a Académica foi assumindo as despesas do jogo e soube manietar, na perfeição, o adversário, criando superioridade a meio-campo fruto de uma boa combinação entre Fernando Alexandre e Obiorah, irrepreensíveis em termos posicionais. Porém, não conseguiram travar uma correria de Del Valle que culminou com um disparo fulminante, travado por uma defesa espectacular de Cristiano… um remate que disfarçou a exibição envergonhada que o Rio Ave vinha a fazer até então, depois de 5/10 minutos iniciais de superioridade. Pedro Martins teve, portanto, de mudar e retirou Marvin para colocar em jogo Boateng, ao intervalo. A equipa passou a jogar com um avançado mais posicional, uma referência ofensiva, caindo Del Valle para o flanco esquerdo, sendo capaz de travar as subidas de Esgaio, “encostando” mais no lateral-direito, cortando o “mal (isto é, o perigo criado pela equipa da casa) pela raiz”.

    A “neutralização” de Esgaio teve um papel importante no resto do jogo, pois a Académica não teve oportunidades de real perigo na segunda parte, embora, conforme confirmou Pedro Martins em conferência de imprensa ao Bola na Rede, a mudança tivesse mais a ver com a condição física de Marvin do que com a preocupação com o jogador emprestado pelo Sporting à Briosa.

    O Bola na Rede esteve presente no Estádio Cidade de Coimbra
    O Bola na Rede esteve presente no Estádio Cidade de Coimbra

    Até ao final do jogo, não houve grandes oportunidades de perigo, mas a bola rondou ambas as balizas e pairou no ar a incerteza do resultado, embora, com o arrastar do jogo, se verificasse o decréscimo da qualidade de jogo, fruto do calor que se verificou em Coimbra – apontado como factor relevante para o desfecho do encontro por ambos os treinadores, em conferência de imprensa…
    …uma sintonia que não se ficou por aqui, pois também concordaram que o empate era um resultado justo, embora fosse mais “verdadeiro” (reflexo fiel do que foi a partida) caso houvesse golos.

    Os cerca de quatro mil adeptos deram por bem empregue o dinheiro gasto no bilhete. O jogo terminou sem golos, é certo, mas a Briosa demonstrou raça, determinação, confiança e bom entendimento ofensivo perante um adversário difícil que esteve à altura, criando condições para um jogo entretido a que só faltaram golos.

    Académica Rio Ave BNR
    Apesar do nulo, assistiu-se a um bom jogo de futebol entre as duas equipas

    A Figura:

    Ricardo Esgaio – Foi o principal fornecedor de bolas com perigo do ataque da Académica na primeira parte, e não estamos a falar de um extremo ou de um avançado. O lateral-direito da Académica subiu sempre com critério e envolveu-se muito bem com os seus companheiros da zona adiantada, especialmente Hugo Seco, com quem combinou na perfeição. Na segunda parte foi alvo de marcação mais apertada e enfrentou uma equipa do Rio Ave que subiu de rendimento posicional, pelo que não conseguiu criar tanto perigo. Porém, a nível defensivo manteve-se irrepreensível.

    O Fora-de-Jogo:

    Rafael Lopes – Teve o golo nos pés por duas ocasiões e desperdiçou-as de forma clamorosa. Se o jogo terminou empatado a zero, isso deveu-se, em grande parte, à ineficácia do ponta-de-lança da Académica, pese embora o bom jogo posicional e a excelente dinâmica ofensiva que emprestou à equipa, principalmente na primeira parte, juntamente com Rui Pedro, Hugo Seco e, claro, Ricardo Esgaio.

    O Caso do jogo:

    Minuto 17 – Hugo Seco seguia para a baliza e foi travado por Tiago Pinto, que o impediu de ficar isolado frente a Ederson. Cartão amarelo. Punição que se entende pelo facto de Prince estar atrás da linha da bola, porém, a expulsão foi bastante pedida e também seria uma decisão acertada de Hugo Miguel. Uma situação que poderia ter implicações diferentes no resto do jogo.
    José Viterbo, porém, manteve-se sereno na análise ao jogo e deu os parabéns à equipa de arbitragem pelo bom desempenho.

    Vídeo Reportagem:

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