Académica: Será luta até ao fim pela manutenção

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    Pelas jornadas de campeonato já decorridas, a Académica parece ser uma das seis, sete equipas que, em termos de campeonato, estão limitadas a lutar pela manutenção. O grupo orientado por Paulo Sérgio tem feito um percurso com pouca qualidade e, no final da 15ª jornada, tem apenas 11 pontos e está no 16º lugar, empatado com o Penafiel e apenas à frente do Gil Vicente. A luta está bastante renhida dado que, por exemplo, a distância entre o 13º e o 17º classificados é de apenas três pontos.

    A equipa de Coimbra teve um início de campeonato algo periclitante. Entrou muito bem, com um empate na receção ao Sporting. Contudo, entre derrotas fora de casa com Marítimo e Boavista e empates caseiros com Estoril e Vitória de Setúbal, a primeira vitória só chegou à sexta ronda, com a vitória por 1-0 em Arouca. Desde essa vitória, que data do fim de setembro, os “estudantes” não mais ganharam. O triunfo em Arouca foi o único na Liga e é mesmo o único em 16 partidas oficiais esta época. Depois desse resultado positivo, a equipa de Paulo Sérgio empatou em casa frente ao Moreirense e, de seguida, foi eliminada da Taça de Portugal pelo Santa Maria, equipa do Campeonato Nacional de Seniores. Foi um péssimo resultado que atirou o clube para fora da Taça e que começou a agudizar as críticas dos adeptos ao grupo de trabalho. No campeonato, seguiram-se desaires com o Nacional, Rio Ave, Benfica e FC Porto, e empates com o Sporting de Braga, Gil Vicente e Penafiel. Aqui chegou a pausa natalícia onde, inclusivamente, a claque Mancha Negra teve a insólita iniciativa de ir a um dos treinos da equipa deixar bóias com a seguinte mensagem: “Como o barco está a afundar e ninguém nos vai agarrar, deixamos umas bóias porque tudo fazemos para te salvar.”

    Penso que isto diz tudo sobre a satisfação dos adeptos academistas relativamente à prestação da equipa na presente temporada. A entrada em 2015 foi ligeiramente melhor, com um empate alcançado no terreno do Belenenses, uma das equipas que têm estado em bom plano na nossa Liga. Fazendo as contas da tabela até ao momento, vemos que a Académica, com uma solitária vitória, é a rainha dos empates do campeonato. Empatou oito das 15 partidas até ao momento. É um dos piores ataques com apenas nove golos, os mesmos que Gil Vicente e Arouca. Em melhor plano estão na lista de golos sofridos, onde vão a meio da tabela, com 19 tentos consentidos. Um facto interessante é que, em casa, os homens de Paulo Sérgio apenas perderam com Benfica e FC Porto, tendo empatado seis desafios. O pior é que também ainda não ganharam a ninguém em Coimbra.

    O saldo de uma vitória em 16 jogos deixa Paulo Sérgio em situação preocupante Fonte: Facebook da Académica
    O saldo de uma vitória em 16 jogos deixa Paulo Sérgio em situação preocupante
    Fonte: Facebook da Académica

    Olhando para o plantel, vejo várias lacunas graves na constituição do mesmo. A nível de guarda redes, o brasileiro Lee parece estar agora a levar a melhor sobre o português Cristiano, mas parece-me que nenhum deles tem a qualidade de Ricardo e Peiser, os guardiões que saíram na época passada e que deixaram saudades entre os adeptos. Até já se falou, nos últimos dias, de um possível regresso de Ricardo em janeiro, por empréstimo do FC Porto.

    Na defesa, tem havido alguma inconstância, também devido a alguma lesões que têm afetado as escolhas do técnico. O lateral direito Oualembo apenas fez o primeiro jogo na jornada 11. Até lá, Aderlan Silva ou o central Iago Santos, numa adaptação, foram tentando assegurar a função, mas sem a mesma segurança. No centro, a dupla inicial foi composta por Ricardo Nascimento e João Real, mas devido a uma lesão (mais uma…) do português João Real, a dupla teve de sofrer alterações, e Iago e Aníbal Capela têm dividido o lugar ao lado de Nascimento, o elemento mais sólido deste setor. Na esquerda, Ofori e Lino dividiram esforços até ao momento, mas o brasileiro já saiu para o seu país natal.

    O meio-campo parece-me ser o setor mais bem composto, com jogadores mais defensivos de alguma qualidade, como Obiora ou Fernando Alexandre. Marcos Paulo e Rui Pedro também me parecem ser bons jogadores, mas a Académica precisa de alguém que assuma de forma competente as despesas ofensivas no meio campo. Os jogadores que tem apresentam alguma qualidade mas são algo limitados ofensivamente. Rui Pedro, apesar de ser o melhor jogador da equipa, tem estado algo apagado, e a equipa, obviamente, ressente-se disso.

    No ataque, a equipa tem muito pouco poder de fogo. Os extremos, Marinho, Magique, Edgar Salli e Ivanildo, não têm estado bem e, quando estão, as oportunidades não são bem aproveitadas. Dos dois pontas de lança, Schumacher apenas marcou um golo, de grande penalidade, e Rafael Lopes tem apenas dois, estando em igualdade com Rui Pedro como melhores marcadores da equipa. Estamos no início de janeiro e vemos que os dois melhores goleadores dos “estudantes” têm apenas dois golos cada um. É mais um facto que ajuda a explicar o que se passa.

    Das duas, uma: ou Paulo Sérgio coloca este grupo a jogar melhor futebol para tentar alcançar melhores resultados ou terá de arranjar alguns jogadores que acrescentem qualidade de imediato à equipa. Conseguir jogadores destes sairá caro. Portanto, penso que a saída mais viável será o empréstimo de alguns atletas dos chamados “três grandes” que venham acrescentar qualidade à equipa, sem custar muito dinheiro. Para piorar o cenário, Edgar Salli e Oualebo acabaram de partir para discutir o CAN.

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    Diogo Janeiro Oliveira
    Diogo Janeiro Oliveira
    Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.