Arouca já tem as suas duas estrelas para a manutenção

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O Arouca deu na última jornada um passo importante rumo ao objetivo projetado no início da época: a manutenção na principal divisão do futebol nacional. Para isso, muito contribuiu a chegada em janeiro de duas pérolas emprestadas por Sporting e FC Porto: Iuri Medeiros e Joris Kayembe. Não são as estrelas do Euromilhões mas são elementos que podem assinar a continuidade do Arouca na Primeira Liga.

Estes dois jovens têm dado um importantíssimo contributo à turma orientada por Pedro Emanuel e estão de olhos postos nos plantéis principais dos seus clubes de origem na próxima temporada. O jovem açoriano tem feito boas exibições, quer a jogar atrás do avançado, quer numa das alas, marcou um golo ao Benfica depois de ter “tirado os rins” a Eliseu e abriu caminho à vitória frente ao Gil Vicente, rival direto do clube arouquense na luta pela permanência. Tem um magnífico pé esquerdo e é bom na finalização e no último passe. Já o belga Kayembe, que até jogou vários jogos como lateral esquerdo na equipa B dos “dragões”, tem jogado a extremo, a sua posição de origem, no Arouca, e estreou-se a marcar nesta jornada. Já tinha sido o melhor elemento da equipa frente ao Sporting e fez muita falta no Estádio do Dragão, numa das muitas ausências misteriosas mas, infelizmente, habituais no futebol português, em que um jogador emprestado não defronta o seu clube de origem.

Estes dois elementos vieram dar ao Arouca o tal clique que parecia necessário para a equipa melhorar os seus registos exibicionais e, assim, ter mais chances de garantir pontos para alcançar os seus objetivos. Pedro Emanuel já tinha ao seu dispor elementos bastante interessantes para algumas posições, como Mauro Goicoechea, que tem sido um dos melhores guarda redes do campeonato, Iván Balliu, lateral direito bastante regular vindo do Barcelona, os médios David Simão, Nuno Coelho, Rui Sampaio ou Bruno Amaro, que também são jogadores com qualidade suficiente para justificar que a equipa estivesse melhor classificada na tabela.

Contudo, existiam duas falhas graves: o centro da defesa e o municiamento do ataque. Na defesa, Nuno Coelho foi muitas vezes o “bombeiro de serviço” para completar a dupla de centrais, visto que Diego Galo e Miguel Oliveira parecem-me manifestamente pouco, tanto em qualidade como em quantidade, para uma equipa de Primeira Liga. As vindas de Fokobo, também emprestado pelo Sporting, e de Hugo Basto, que jogava no SC Braga B, vieram dar mais alguma qualidade ao setor, mas ainda assim o eixo defensivo é um dos pontos fracos do Arouca.

No que toca ao plano ofensivo, temos de olhar para a estratégia habitual do Arouca. A equipa joga normalmente com três elementos no meio campo, mas nenhum deles é especialmente bom no aspeto ofensivo. Nuno Coelho, David Simão e Rui Sampaio são jogadores combativos, com espírito de sacrifício, e David Simão até tem um excelente pé esquerdo, mas a equipa precisava de mais ambição ofensiva. Dado que, para garantir o equilíbrio da equipa, é necessário ter estes três elementos no centro do meio campo, há que ter mais criatividade, mais fantasia nas alas. Nesse sentido, Iuri Medeiros e Kayembe são duas opções muito melhores tecnicamente do que, por exemplo, Artur, Pintassilgo ou André Claro.

Além disso, fruto da idade que têm, são jogadores que não têm medo de arriscar, de ir para cima dos laterais e criar oportunidades para eles próprios finalizarem ou para servirem o ponta de lança, que costuma ser Roberto. O avançado português já apontou cinco golos nesta Liga, três deles desde que os dois reforços chegaram ao clube.

Kayembe quando foi apresentado como reforço do Arouca Fonte: Facebook do Futebol Clube de Arouca
Kayembe quando foi apresentado como reforço do Arouca
Fonte: Facebook do Futebol Clube de Arouca

Neste momento, o Arouca tem quatro pontos de vantagem sobre o Gil Vicente e seis sobre o Penafiel, equipas que estão abaixo da linha de água. A situação não é tranquila, mas penso que Pedro Emanuel tem todas as condições para conseguir a manutenção. Tem claramente melhor plantel do que o Penafiel e é também superior em relação aos gilistas. O problema da equipa da Serra da Freita tem sido a sua performance fora de casa: em 13 partidas disputadas fora do Municipal de Arouca, perderam nove e apenas conseguiram um triunfo. Dos 23 pontos alcançados até agora, 17 foram em casa, e é preciso que a equipa melhore fora de portas para ter um caminho mais tranquilo.

Até ao final, a equipa arouquense já não defrontará os três grandes nem o Sporting de Braga. Isto é bastante positivo, tendo em conta que os dois principais rivais nesta luta ainda terão de jogar contra águias, dragões e arsenalistas. As duas próximas jornadas, com a visita a Guimarães e a receção ao Belenenses, são teoricamente as mais complicadas, visto que serão contra equipas que estão noutra luta, a do acesso às competições europeias. Contudo, o jogo seguinte, em Penafiel, poderá ser uma oportunidade para dar uma machadada final neste adversário direto.

Se o Arouca já tinha uma equipa suficiente para garantir a manutenção, Iuri Medeiros e Kayembe vieram acrescentar muito mais qualidade. Acredito que na próxima época ouvir-se-á falar muito destas duas pérolas, uma em Alvalade, outra no Dragão. Assim haja oportunidade para que eles demonstrem o seu valor.

Foto de capa: Facebook do Futebol Clube de Arouca

Diogo Janeiro Oliveira
Diogo Janeiro Oliveira
Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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