3 alternativas à Adidas no Benfica

As recentes experimentações da Adidas para as Águias, com designs reaproveitados de linhas de anos anteriores e cores polémicas, culminaram em movimentações associativas que visaram a reposição da ordem na Luz: em Assembleia Geral, os sócios decidiram – pela consensualidade imposta por 80% dos 2000 presentes no pavilhão – que estavam fartos de tanta ousadia e por isso ficou decidido que o principal será obrigatoriamente vermelho com detalhes a branco, com o alternativo a inverter as cores. Nuances futuristas e apelos às novas gerações só num eventual terceiro equipamento.

A Adidas, que acompanha o clube desde final dos anos 70, só com um interregno de sete anos nos anos 90, e que paga neste momento 11,1 milhões por época, ainda não reagiu.

Oficialmente, alterações só a partir da época 2026/27 – exactamente a última época da ligação com a marca alemã. Em caso de divórcio, para onde se deve virar o Benfica? Com a óbvia impossibilidade de procurar a Nike – que paga 4,6 milhões a Leões – ou a New Balance – que dá 6,9 a Dragões – quem temos na fila para substituir a Adidas?

1.

Puma – A nova fornecedora da Selecção Nacional nunca teve oficial ligação com o clube da Luz, mas fará todo o sentido ‘flirtar’ com a marca alemã, prima da Adidas pelas ligações de parentesco dos seus criadores, de forma a honrar o nome de Eusébio.

Depois da Bola de Ouro em 1965, a Pantera Negra aprofundou a lenda no Mundial de 66, varrendo Inglaterra com umas Puma Wembley nos pés. Melhor jogador, melhor marcador – e a Puma não foi de modas, toca de encetar conversações para tornar oficial o que já era vontade do jogador.

Contrato de patrocínio assinado, 70 mil dólares de prémio – que valiam 2000 contos, numa altura que Eusébio recebia… 500 por época – e a criação, uns tempos depois, dum modelo personalizado: as Puma King. Eusébio envergaria as novas botas em revolucionários tons vermelhos e o modelo seria depois eternizado por Pélé, Cruyjff, Maradona, Matthaus ou Neymar.

A Puma tem voltado em força ao mercado nos últimos anos, sacando os Cityzens para os integrar no seu leque de elite juntamente a Borussia Dortmund, AC Milan, Marselha, Valência, Palmeiras e Chivas Guadalajara.

Como ponto de referência para valores, a Puma paga aproximadamente 65 milhões ao ano ao Grupo City, 30 ao AC Milan e 15 ao Olympique; A renda do PSV, no segundo ‘tier’ de personalização e num campeonato de valores idênticos ao português, é a rondar os 10 milhões.  Em Portugal, existem SC Braga e Rio Ave como representantes.  

2.

Hummel – A marca dinamarquesa foi a que provocou a primeira quebra na relação com a Adidas, na recta final de 1989/90.

Em cinco anos, o clube chegou assim vestido a uma final da Liga dos Campeões, ganhou dois campeonatos, uma Taça, e teve momentos inesquecíveis, como os 0-2 de César Brito, o 1-3 em Highbury, os 4-4 em Leverkusen ou o 3-6 em Alvalade. A marca ficou no imaginário de toda uma geração pela relação emocional com a glória e pelas linhas sofisticadas, em equipamentos simples, mas de grande valor estético.

Seria substituída em 1994 pela Olympic, marca extinta e que ficou associada a tempos sombrios – a principal vantagem da Hummel em termos promocionais seria então essa possibilidade duma espécie de aproveitamento mitológico a um passado glorioso, antes da consensual barreira de 1994 definida pela maioria como último ano desse Benfica original, de sucesso retumbante cá dentro e de reais aspirações lá fora.

Além da histórica ligação à selecção dinamarquesa, a Hummel tem neste momento em carteira nomes como Saint-Ettiene, Colónia, Werder Bremen, Southampton e Bétis, que recebe aproximadamente quatro milhões ao ano. A marca perdeu recentemente peças importantes no seu ‘rooster’, como SC Braga e Everton.

3.

Kappa – A marca italiana é nome a considerar pela singularidade do seu sentido estético e inigualável foco nos detalhes.

Depois de abanar o mercado de equipamentos com a ligação ao Veneza, desenvolvendo sucessivos ‘designs’ de culto, a marca centra-se agora nos nomes do Génova, Bari, Fiorentina ou Mónaco para continuar o seu legado.

0Aos franceses do Principado, única equipa de Champions em carteira, paga um valor a bater nos 7,5 milhões por época – conseguiram o contracto em 2019, depois da Nike, que pagava oito, ter recuado e decidido apoiar outros intervenientes.

O contrato acaba no final desta época e Thibaut Chatelard, director de marketing, já avisou que o clube vai «lançar uma consulta de mercado para discernir a possibilidade de outras marcas se associarem ao AS Mónaco». Perdendo o Mónaco, a exigência dum nome grande para o substituir, e a Adidas pode dar lugar à Kappa.

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