Pelo SL Benfica, muitos teenagers se chegaram a estrear na equipa principal. Contudo, com menos de 18 anos, só sete jogadores estiveram em campo com a camisola encarnada. Um dos quais é o regressado Gonçalo Guedes.
Jorge Jesus foi o treinador que lhe deu a primeira oportunidade numa visita difícil à Covilhã a contar para a Taça de Portugal frente ao Sporting local em outubro de 2014. Na altura, o jovem tinha 17 anos, 10 meses e 19 dias. Guedes acabou por ficar três épocas nos seniores e rendeu uma maquia importante de dinheiro para o clube seguindo para o Paris Saint-Germain FC.
Tal como o extremo, Nuno Ribeiro mais conhecido por Maniche também se estreou pela equipa principal do Benfica aos 17 anos e 10 meses. O médio debutou logo nas competições europeias, na antiga Taça UEFA, na vitória na Bélgica frente ao Lierse SK na época 95/96 por apostar do técnico Mário Wilson.
Maniche ainda teve uma época de grande utilização nos encarnados, mas acabou por ser no rival FC Porto, onde atingiu o auge com a conquista da Liga dos Campeões. Curiosamente, o jogador terminaria a carreira no Sporting CP.
Apesar da tenra idade de estreia, estes dois jogadores não estão atualmente no top 5 das águias mais jovens de sempre a jogar entre os graúdos.
5.
Diego Moreira – Trata-se novidade mais recente desta lista. Em 2022/2023, Roger Schmidt promoveu a estreia de Diego Moreira aos 17 anos e nove meses. Filho de Almani Moreira, avançado que se destacou principalmente no Standard de Liege e no Partizan de Belgrado, Diego nasceu na Bélgica, onde deu os primeiros passos no futebol.
Contudo, em 2020/21, chegou à Luz, onde com 16 anos, se estreou nos sub23 dos encarnados para além de ter jogador nos juvenis e juniores. Na época seguinte, Diego Moreira destacou-se principalmente na formação sub19 do Benfica, ao ser um dos mais influentes na caminhada vitoriosa na Youth League.
No final de 2021/2022, Nelson Veríssimo promoveu a estreia de Diego Moreira aos 17 anos e 9 meses no jogo ao entrar aos 68´ do último jogo no Campeonato na vitória forasteira frente ao Paços de Ferreira (2-0).
Já esta época, o técnico Roger Schmidt também o utilizou no início da temporada na partida frente ao FC Midtjylland da terceira pré eliminatória da Liga dos Campeões. Só que o jogador integrado na equipa B deixou de ser aposta mesmo na equipa secundária. Na imprensa, especula-se que as dificuldades para a renovação de contrato terão precipitado esta situação.
Será que o Benfica ainda conseguirá esculpir este diamante?
4.
António Simões – Apareceu na fase dourada da história encarnada. Depois de ter começado o seu percurso no Almada, António Simões esteve duas épocas nos escalões de formação encarnada.
O treinador Bela Guttmann resolveu apostar no início da época 1960/1961 no extremo esquerdo. Depois da conquista da Taça dos Campeões Europeus, o Benfica disputou a Taça Intercontinental com o Peñarol, vencedor da Libertadores. O “irmão branco” de Eusébio estreou-se também com 17 anos e 9 meses, mas dois dias mais novo do que Diego Moreira.
O encontro não teve um final feliz para as águias, mas no ano de estreia nos seniores, Simões foi peça importante na revalidação da conquista da Taça dos Campeões Europeus e na conquista do Campeonato.
Ao todo, António Simões esteve 14 temporadas e fez 72 golos em 447 jogos nos encarnados ao mais alto nível com dez Campeonatos conquistados, para além da conquista europeia. O avançado fez ainda 46 jogos pela Seleção Nacional e fez parte dos Magriços no Mundial 1966, onde ainda hoje Portugal assegurou uma das melhores participações na competição. Terminou a carreira futebolística nos Estados Unidos da América.
3.
Zé Gomes – O luso guineense começou a dar os primeiros passos na Guiné Bissau na Academia Vitalaire. O avançado veio para Portugal aos dez anos para vir jogar no Sporting. No entanto, o miúdo acabou por rumar ao Benfica, onde se destacou. Três épocas entre sub15, sub17 e sub19 a marcar muitas dezenas de golos acabaram por convencer os responsáveis encarnados a apostarem no jovem aos 17 anos nas equipas seniores.
Em 2016/2017, na primeira época a jogar entre os graúdos, o jovem estreou-se ao entrar nos descontos da vitória das águias em Arouca à quarta jornada do Campeonato. O treinador que o lançou foi Rui Vitória.
Nessa temporada, Zé Gomes faria mais quatro jogos, incluindo a sua estreia na Liga dos Campeões frente ao Napoles, e tornou-se o mais jovem de sempre a atuar nas competições europeias pelas águias. Contudo, a temporada já foi menos produtiva em termos de golos e a partir de janeiro, o internacional jovem por Portugal acabou por deixar de ser convocado para os encontros da equipa principal.
Nas duas épocas seguintes, Zé Gomes voltou a não atingir o rendimento que mostrou na formação. O ponta de lança que também pode jogar no corredor esquerdo do ataque acabou por ser emprestado ao Portimonense da I Liga. Contudo, na formação algarvia, os minutos escassearam e a promessa acabou por fazer meia temporada na Polónia.
Em 2020/2021, o luso guineense ainda regressa ao Seixal para meia época na equipa B, mas a rescisão do contrato acaba por ser a solução encontrada para ambas as partes.
Depois dos anos no Benfica, Zé Gomes já percorreu Bulgária, Itália e em 2022/23 está na Roménia, onde foi contratado pelo Cluj aos 23 anos. O clube que já foi o mais português da Roménia acaba por ceder ao Universitatae Cluj depois de não ter efetuado nenhum jogo até ao final de 2022.
2.
Fernando Chalana – Tal como Simões, o “pequeno genial” falecido em 2022 foi o outro exemplo precoce que acabou por marcar de forma muito positiva o universo benfiquista.
Aos 14 anos, Chalana foi contratado pelo Barreirense em 1973/1974, mas rapidamente o Benfica o contratou por cerca de 750 contos (cerca de 3750 euros). Depois de duas épocas de formação nas águias, John Mortimore lançou o avançado em março de 1976. O Chalanix tinha 17 anos e 25 dias ao entrar no inicio da segunda parte na vitória frente ao Farense no antigo Estádio da Luz. Depois de dois jogos nessa primeira época, o jogador fez oito temporadas de encarnado, mas duas lesões graves acabaram por condicionar toda a carreira do jogador. Contudo, Chalana era o desequilibrador de excelência com muita técnica e forte no 1×1, podia jogar em ambos os corredores do ataque.
Na Seleção Nacional, Fernando Chalana fez apenas 27 jogos e marcou duas vezes, mas na memória fica como a maior estrela de Portugal no Euro 1984. A Seleção chegou até às meias finais e como estrela maior da equipa, Chalanix acabou por despertar a atenção de vários emblemas estrangeiros.
O jogador acabou por ser transferido para o Bordéus, onde as lesões o voltaram a atormentar. Depois de três anos em França, o “pequeno genial” acaba por voltar à Luz onde fisicamente limitado acaba por não mostrar o talento que mostrou anteriormente. Ao todo, Chalana fez 311 jogos e marcou 48 golos pelos encarnados, terminando a carreira no Estrela da Amadora aos 33 anos.
1.
Hugo Leal – Um jogador que acabou por não revelar aquilo que prometia. O percurso no futebol começa no Estoril, mas cedo integra a formação do Benfica. Lá saltou os escalões rapidamente e marcava presença nas seleções jovens. Ainda sem ter completado 17 anos, o treinador Manuel José lança o médio nos últimos 16 minutos frente ao Sporting de Espinho, em 1996/1997.
Na época seguinte, Hugo Leal faz apenas quatro jogos pelos encarnados, na primeira metade da época e segue por empréstimo para o Alverca. No Ribatejo, o jovem tem os minutos suficientes para evoluir. Assim, em 1998/1999, o médio volta, ganha a titularidade na Luz e ainda faz a sua única internacionalização na Seleção Principal.
Quando já era idolatrado pela massa adepta, Hugo Leal surpreendeu e rescindiu unilateralmente o contrato no final da época, alegando falta de condições para continuar no Benfica.
O médio seguiu para o Atlético Madrid, onde fez dois anos de bom nível. Desse modo, Hugo Leal segue para o Paris SG onde é colega de Ronaldinho e Anelka, por exemplo. Todavia, é em França que o calvário das lesões começa.
Com uma utilização intermitente na cidade luz, o organizador de jogo regressa a Portugal em 2004/2005 pela mão do rival FC Porto, na altura campeão europeu em titulo. Só que a experiência no Dragão não corre bem e acaba por ser cedido em janeiro de 2005 à Académica.
“As coisas não correram como eu esperava e eu também não estava preparado para enfrentar as exigências que uma equipa grande fazia. Vinha com muita falta de confiança e de ritmo, estava desiludido com o futebol, eu via o meu futuro muito negro”, referiu o jogador sobre a experiência no clube portista, em entrevista ao Diário de Notícias.
Na época seguinte, o médio desvincula-se do Porto e vai para Braga, onde ainda mostra lampejos de qualidade sem que as lesões o larguem.
Depois da passagem por alguns clubes nacional na I Liga e um regresso a Espanha via Salamanca, Hugo Leal terminou a carreia de futebolista profissional em 2012/2013 no Estoril Praia, onde tinha dado os primeiros passos.