A ascensão de Willock

    Chris Willock é um caso não muito comum no futebol. Apesar de ultimamente termos visto alguns jovens ingleses em busca de oportunidades de crescimento noutros campeonatos, até há poucas temporadas atrás era raro ver um jogador dessa nacionalidade fora das terras de Sua Majestade.

    O jovem extremo chegou ao Sport Lisboa e Benfica no início da temporada 2017/2018. Proveniente do Arsenal FC, fez toda a sua formação nos gunners até decidir ingressar numa das melhores academias da atualidade à escala mundial. Sabendo das muitas dificuldades que poderia ter para num primeiro momento singrar na equipa principal londrina, foi atrás do interesse do SL Benfica e encarou o projeto como uma possibilidade de desenvolvimento. Podemos afirmar que foi uma decisão inteligente por parte do jovem britânico, tendo em conta todas as condições que o Caixa Futebol Campus oferece.

    Willock chegou a Lisboa e fez a pré-temporada com a equipa então comandada por Rui Vitória. No entanto, não encontrou o seu espaço na equipa principal e acabou sendo relegado para a Equipa B. O jovem não se mostrou nada desconfortável com esta situação e tem vindo a mostrar uma evolução bastante positiva ao longo destas duas temporadas de Águia ao peito. Atualmente, é o melhor marcador da equipa secundária do SL Benfica e tem tido um registo que o aproxima cada vez mais de um regresso à equipa principal. Bruno Lage iniciou a temporada com Willock e estará, certamente, atento ao seu percurso.

    Willock tem treinado com a equipa principal e está cada vez mais perto da subida
    Fonte: SL Benfica

    Olhando para algumas das necessidades da equipa principal, poderemos até afirmar que o extremo inglês teria facilmente lugar no plantel. Neste momento, para a posição que Pizzi ocupa (e também para a função que desempenha no modelo de Bruno Lage), Willock seria uma ótima mais-valia. Na minha opinião, seria até a melhor alternativa que o médio português poderia ter. Aproveitando a tendência natural do inglês para flectir da ala para o centro, aliada à sua ótima capacidade de drible, visão de jogo e rápido raciocínio e execução, o modelo continuaria a ter alguém com capacidade para desequilibrar entre linhas e ser mais uma opção no corredor central.

    Parece-me até que o próprio Willock poderá estar a ser preparado para este cenário, pois foi na direita que iniciou a sua temporada e, mesmo após a saída de Bruno Lage, tanto Nélson Veríssimo (durante o tempo em que esteve interinamente na Equipa B) como Renato Paiva têm-no utilizado nesse corredor. Sendo a busca do corredor central um movimento preferido de Willock, não seria nenhuma barbaridade vê-lo a partir da esquerda para o centro, tal como aconteceu algumas vezes sob o comando de Hélder Cristóvão na temporada passada. No entanto, o extremo inglês parece mesmo sentir-se mais confortável a partir da ala direita.

    Não são só as valências técnicas que podem aproximar Willock do plantel principal. Ele mesmo parece estar cada vez mais maduro, a decidir cada vez melhor e a ter um melhor entendimento do jogo. E esses fatores são importantíssimos numa equipa de alto rendimento como o SL Benfica. A pré-temporada com Bruno Lage estará praticamente assegurada. Cabe agora a Willock agarrar com unhas e dentes esta oportunidade e confirmar o seu espaço no SL Benfica 2019/2020.

    Texto revisto por: Mariana Coelho

    Foto de Capa: SL Benfica

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    Bruno Costa
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    Alfacinha de gema e Benfiquista por natureza, Bruno é um obcecado por Futebol e foi através da escrita que encontrou a melhor forma de dar a conhecer essa sua paixão pelo desporto-rei. É capaz de estar desde Segunda-feira até Domingo à noite a ver todos os jogos que passam na TV. Terá sido em pequeno que toda esta loucura futebolística foi despertada pelo seu Pai e pelo seu tio que, respetivamente, o levavam ao Estádio do Restelo e ao Estádio da Luz. Bruno não suporta facciosismos e tenta sempre ser o mais crítico possível para com o seu clube.                                                                                                                                                 O Bruno não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.