A fábrica de treinadores do Seixal

    Foi a 22 de setembro de 2006 que decorreu a tão esperada inauguração do Caixa Futebol Campus. Pela mão do presidente Luis Filipe Vieira, era então criada uma academia que tanto servia de apoio ao futebol sénior como às camadas jovens.

    Passado 13 anos, a “menina dos olhos” do presidente tem fornecido vários jogadores ao plantel principal e é hoje um caso sério de sucesso, sendo igualmente reconhecida como tal pelos quatro cantos do mundo. Contribui para isso o facto de vários jogadores made in Seixal serem hoje reconhecidos a nível mundial. Como exemplo temos hoje os casos de Bernardo Silva, João Cancelo, André Gomes, Ederson, Ronny Lopes, Mário Rui, Danilo Pereira, entre muitos outros.

    O que não é um assunto tão falado é que pouco a pouco começa a ser notório que os treinadores de formação, além de contribuirem para o sucesso do Seixal, estão a crescer profissionalmente com a ajuda do Caixa Futebol Campus. Logicamente que não é possível falar destes treinadores sem mencionar o melhor caso de sucesso, o atual treinador da equipa principal, Bruno Lage.

    No entanto, este texto pretende realçar dois treinadores que desenvolveram um trabalho de eleição dentro da fortaleza encarnada. Falo-vos de João Tralhão e Renato Paiva.

    Desde muito cedo que João Tralhão teve o SL Benfica como a sua entidade patronal. Bem antes da existência da academia, já o mister dava os primeiros passos na sua carreira como treinador. Inicia a sua atividade como treinador estagiário na época 2001/2002 e, tal como Bruno Lage, ao longo de vários anos teve o seu irmão Luis Tralhão como colega de trabalho.

    João Tralhão teve maior notoriedade nos últimos anos, tendo sido sucessivamente treinador de vários talentos nos sub-19 encarnados. Como destaque, obteve dois títulos nacionais de juniores e foi duas vezes finalista vencido na tão conceituada Youth League. Abandona o SL Benfica para abraçar um convite feito por Thierry Henry para ser o seu braço direito na equipa principal do Mónaco.

    Pela mão da imprensa desportiva, foi dada a notícia como uma enorme surpresa, mas aqueles que estão mais atentos ao futebol de formação não ficaram surpreendidos com a mudança. Agora sem clube, espera seguramente pela melhor oportunidade para voltar ao ativo e penso que a próxima oportunidade será o cargo de treinador principal numa equipa de Primeira Liga.

    Bruno Lage na companhia de um dos seus antigos pupilos no Caixa Futebol Campus, João Cancelo.
    Fonte: SL Benfica

    Renato Paiva é um treinador sobre o qual tenho uma grande admiração. Confesso que valorizo bastante o futebol praticado pelas equipas orientadas por si mesmo.

    Chegou ao SL Benfica na época 2005/2006 e tal como João Tralhão, foi conseguindo pouco a pouco o seu espaço dentro do futebol de formação encarnado.

    Nesta época desportiva, orientou pela primeira vez uma equipa de futebol profissional. Com a saída de Bruno Lage para a equipa principal, ficou um lugar vago na equipa B. Esse lugar foi logo ocupado pelo mister, que até ao momento orientava com sucesso a equipa de sub-19.

    Os primeiros jogos não foram fáceis, uma vez que Renato Paiva viu-se privado de vários jogadores, tais como Ferro, Florentino e Zlobin, que tornavam-se presenças assíduas nas convocatórias de Bruno Lage. Mas pouco a pouco, jogo após jogo, Renato Paiva conseguiu impor as suas ideias e fez com que a equipa B terminasse o campeonato num honroso 4º lugar.

    Foi agora notícia que Renato Paiva era uma das hipóteses para suceder a Abel Ferreira no comando do SC Braga. Acredito vivamente que a curto/médio prazo, irá abraçar um projeto com uma grandeza que faça dele uma referência do futebol português.

    Este texto foi essencialmente dedicado a dois treinadores, mas bem que podia ser alargado a outros, como é o caso de Luis Nascimento (irmão de Bruno Lage), Luis Tralhão, Luis Araújo, Filipe Coelho ou Pepa, sem nunca esquecer o mister Bruno Lage.

    Foto de Capa: SL Benfica

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    Francisco Nogueira
    Francisco Nogueirahttp://www.bolanarede.pt
    Desde tenra idade que o Francisco começou só a respirar futebol. Licenciado em Gestão do Desporto, descobriu o gosto de expressar as suas opiniões através da escrita. Considerado pelos que lhe são mais próximos como uma enciclopédia do futebol nacional, é o gosto pelo campeonato português aquele que mais se evidencia. Adepto fervoroso do SL Benfica, admite ficar bastante chateado quando não consegue ver um jogo.                                                                                                                                                 O Francisco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.