A importância (mental) de Pizzi

    Luis Miguel Afonso Fernandes. Nos últimos anos o jogador mais controverso do onze encarnado. Pizzi é um 10 num futebol que extinguiu essa posição. Já jogou num meio-campo a dois, num meio-campo a três e na ala direita. Apesar da muita constestação vai sempre sendo imprescindivel para os seus treinadores. A sua importância neste SL Benfica é inquestionável, mesmo apesar de grande inconsistência que vai demonstrando.

    Pizzi é a muleta do talento ofensivo que transborda nesta equipa. É o maior apoio ao desenvolvimento das jogadas colectivas. Pizzi entende as movimentações dos colegas, encontra espaços, rasga defesas em passes longos e curtos, gere o ritmo do jogo, respeita as tabelas e desespera por servir aqueles que circulam à sua volta. É o núcleo das acções ofensivas deste Benfica.

    Um Benfica sem Pizzi (e sem Jonas) é um Benfica sem cérebro. Uma equipa sem qualidade de posse de bola, onde os espaços são menos aproveitados e onde os génios se sentem mais isolados em campo. O jogo de Zagreb é um belo exemplo disto. Pizzi é o responsável pelo jogo interior do Benfica. Pizzi é o único jogador (a par de Jonas) a vir buscar jogo entre linhas.

    Pizzi à solta é cerebal. Um Cérebro impressionante mas demasiado frágil
    Fonte: SL Benfica

    O problema de Pizzi é a sua inconsistência. É um jogador sem grande força mental e que sente demasiado a pressão e o cansaço. Pizzi tem o seu talento na forma como mede os tempos do jogo, como cumpre o momento do passe e como lê os movimentos dos colegas. Qualquer alteração na sua capacidade de leitura já o leva para exibições de menor qualidade. Em Pizzi, o cansaço não se manifesta em esforço fisico mas sim em esforço mental. Quanto mais cansado se sente mais lentamente pensa. E é aí que surgem os passes precipitados e os passes tardios. Falta-lhe qualidade na gestão da pressão do contexto e do cansaço.

    Dito isto percebo e apoio a sua deslocação para a direita. Retirado do centro do terreno tem menos preocupações defensivas, desgasta-se menos, tem mais espaço para progredir com a bola e, mais importante, encontra-se mais próximos dos génios e das zonas de decisão.

    Apesar de perceber que este Benfica tem os seus alas a preferir o lado esquerdo do ataque, gostaria de um dia ver Pizzi a actuar desse lado. Potenciaria a sua destra construção e ainda o colocaria como facilitador das incursões do Grimaldo.

    Foto de Capa: SL Benfica

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    Daniel Oliveira
    Daniel Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    Primeira palavra bola. Primeiro brinquedo bola. E assim sempre será. É a ver jogos que partilha os melhores momentos de amizade. É a ver jogos que faz as melhores viagens. É a ver jogos que esquece os maiores problemas. Foi na paixão pelo jogo que sempre ultrapassou os outros desgostos de amor. Agora a caminhar para velho pode partilhar em palavras aquilo que sempre guardou para si em pensamentos e pequenos desabafos.                                                                                                                                                 O Daniel não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.