Actualização do SL Benfica no mercado: carências e afinações

    Já arrancou a época. Já se jogou a Supertaça e a primeira jornada do campeonato nacional.

    17 dias se passaram desde a minha última actualização quando às actividades do SL Benfica no mercado de transferências. E a verdade é que a 20 dias do fecho não houve grandes desenvolvimentos.

    Os dossiers mais relevantes parecem ter estagnado no tempo. Cervi, Fejsa e Zivkovic continuam sem espaço no plantel e sem perspectivas de saída. O mercado turco parece ser o mais interessado no médio defensivo sérvio enquanto o mercado argentino parece o único destino possível para o extremo argentino. O caso mais complicado é o do Zivkovic. Um jogador cheio de talento, mas incapaz de se afirmar nos relvados da Luz e do Seixal. As suas condições salariais provavelmente têm afastado os clubes que o poderiam receber por empréstimo.

    A estes três junta-se também o belga Svilar. O jovem guarda-redes parece ter definitivamente perdido o seu lugar nesta época do Benfica – necessita urgentemente de jogar e como tal precisa de ser emprestado.
    Neste momento, Zlobin fixou-se como terceiro guarda-redes, Vlachodimos como primeiro e Svilar como guarda-redes a rodar. Bruno Lage tem sido bastante insistente na ideia de o Benfica necessitar de concorrência a Odysseas, e essa não partirá dos actuais quadros clube.

    Assim, à data de hoje, a novela da baliza da Luz continua. Péter Gulácsi é o último episódio desta. O internacional húngaro de 29 anos chegou ao RB Leipzig no Verão de 2015 vindo do Salzburgo. Em Fevereiro de 2016 agarrou a titularidade da baliza do clube alemão e manteve-a até hoje. Gulácsi foi considerado o melhor guarda-redes da última temporada da Bundesliga. Tem uma enorme capacidade de encher a baliza muito devido à sua altura (mais de 1,90 m) e aos seus reflexos. Muito forte entre os postes, apesar do seu tamanho, é um guarda-redes que cai rapidamente, o que lhe permite defender as bolas mais rentes ao relvado. Tem aquelas que para mim são as qualidades principais naquela posição: concentração e confiança. É um guarda-redes com muito boa leitura dos lances e um bom tempo de saída da baliza. Forte a fazer a mancha e com grande capacidade de reacção. Desconheço-lhe grandes qualidades com a bola no pé e parece-me que se sente demasiado confortável na sua pequena área, não sendo assim o guardião ideal para participar no processo defensivo e ofensivo do colectivo. Um jogador à imagem de Vlachodimos e, neste momento, ainda superior ao greco-alemão. Com o objectivo de criar uma forte concorrência na baliza encarnada, o húngaro parece-me uma excelente opção.

    Péter Gulácsi é o último nome apontado à baliza encarnada
    Fonte: RB Leipzig

    Contudo a concorrência do Sevilla FC e os altos valores pedidos pelo Leipzig indicam que este será só mais um nome numa longa lista de tentativas falhadas neste mercado encarnado.

    Não só na baliza pode vir a haver novidades até ao fecho do mercado.

    Anteriormente identifiquei aqueles que seriam os sectores a reforçar neste arranque de época: baliza, lateral direita e, possivelmente, a posição de defesa central direito e de médio centro.

    Além de Péter Gulácsi também tem sido referido o interesse do Benfica nos seguintes jogadores: Juan Miranda, Strahinja Pavlovic, Lucas Silva, Jonathan David, Guilherme Schettine e Gian-Luca Waldschmidt.

    O lateral esquerdo Juan Miranda destacou-se no europeu sub-19, mas o valor exigido pelo FC Barcelona e o forte interesse da Juventus parecem colocar as aspirações encarnadas fora de cogitação. Também a evolução de Nuno Tavares e a permanência de Grimaldo tornam este reforço como uma opção desnecessária.

    Por sua vez, a contratação de Pavlovic é dada como iminente. O central sérvio de 18 anos é apontado com uma grande promessa europeia. Um defesa com grande qualidade técnica e capacidade de iniciar a construção de jogo da sua equipa, seja através do jogo curto ou longo. Seria um jogador para mais tarde lutar pela posição de Ferro.

    O nome de Lucas Silva voltou a ser associados aos encarnados e potencialmente seria um excelente reforço para o meio-campo encarnado. Um médio centro com grande qualidade de passe, visão de jogo, remate de meia-distância e boa técnica. Também defensiva e posicionalmente apresenta bom desarme. Características ideais para o meio-campo a dois de Bruno Lage. O baixo valor é apelativo, mas também indicativo. Lucas Silva era, em 2015, uma das grandes promessas do futebol brasileiro. Ingressou em Janeiro no Real Madrid CF, não se impôs e foi emprestado ao Marselha onde também não se conseguiu impor. No Verão de 2016 foi diagnosticado com problemas cardíacos e esteve afastado dos relvados, tendo sido emprestado em 2017 ao Cruzeiro EC. Agora, com 26 anos, é uma incógnita. Os problemas cardíacos e o facto de não ter conseguido confirmar o seu potencial deixam dúvidas quanto à qualidade de uma maior aposta. Apesar de tentador, não me parece que a sua contratação seja a melhor opção para o Benfica.

    Para o ataque têm surgido três nomes. O de Schettine já é uma novela antiga. Um jogador sem nada a acrescentar, mas parece estar a criar um duelo entre o clube da Luz e o SC Braga.

    Jonathan e Waldschmidt surgem como dois nomes realmente interessantes para o ataque encarnado. Se inicialmente considerei ser uma posição sem necessidade de reforço, a verdade é que os últimos jogos do Benfica mostram que pode haver uma oportunidade a explorar. Bruno Lage tem apostado em Raul de Tomas como segundo avançado e não só o espanhol é desperdiçado nessa posição como não oferece à equipa o tipo de futebol que esta exige. É um ponta de lança e o facto de vermos pouco Jota e Chiquinho a actuarem na posição mostram que pode haver uma lacuna.

    Waldschmidt surge como um nome interessante para o ataque encarnado
    Fonte: SC Freiburg

    Com 19 anos, Jonathan é um jovem prodígio do futebol do Canadá, que em poucos meses agarrou o ataque do Gent da Bélgica. Um avançado móvel, com boa capacidade de finalização, drible e velocidade. Um jogador com potencial, mas que me parece ser mais indicado como um 9.

    Sobre o alemão do SC Freiburg já falei anteriormente. Um verdadeiro segundo avançado, um jogador de enorme qualidade e que teria tudo para se impor no Benfica. Se antes o elogiei, mas descartei a sua utilidade, hoje considero que seria uma contratação magnifica para o futebol encarnado. Neste momento o 11 titular carece de um jogador que, à semelhança de Waldschmidt, actue no centro do terreno entre os médios e o ponta de lança, que jogue de frente para a baliza com capacidade tanto de distribuir o jogo como de assistir, rematar de meia distância e de aparecer em zonas de finalização.

    Chegamos a 14 de Agosto e podemos concluir que a baliza continua a ser a maior preocupação tanto do treinador como dos adeptos encarnados. Vlachodimos não tem concorrência e Gulácsi aparece como uma excelente, mas quase impossível alternativa.

    As lacunas na lateral direita continuam a não apresentar preocupações à direcção encarnada e o reforço do meio-campo parece estar a ser ponderado com a incógnita que é hoje Lucas Silva.

    A posição de segundo avançado parece merecer um maior forcing e, a confirmar-se o interesse em Gian-Luca Waldschmidt, pode ser o input de qualidade ofensiva que tornará o ataque encarnado numa verdadeira máquina ofensiva europeia. Tal contratação empurraria Raul de Tomas para a posição 9, o que levaria o Benfica a ter de aproveitar a recente valorização de Haris Seferovic, colocando-o no mercado.

    Foto de Capa: SL Benfica

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    Daniel Oliveira
    Daniel Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    Primeira palavra bola. Primeiro brinquedo bola. E assim sempre será. É a ver jogos que partilha os melhores momentos de amizade. É a ver jogos que faz as melhores viagens. É a ver jogos que esquece os maiores problemas. Foi na paixão pelo jogo que sempre ultrapassou os outros desgostos de amor. Agora a caminhar para velho pode partilhar em palavras aquilo que sempre guardou para si em pensamentos e pequenos desabafos.                                                                                                                                                 O Daniel não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.