Não há Europa, nem há taças. Ainda antes do final do ano civil, o Benfica foi eliminado de todas as competições em que estava inserido. Resta agora apenas o campeonato nacional. Mas será que a equipa treinada por Rui Vitória oferece as garantias necessárias para a conquista do tão desejado ‘penta’? Depois do empate a um golo no dérbi lisboeta, que opôs Benfica e Sporting, na Luz, as contas ficaram na mesma e as ‘águias’ continuam a lutar pelo topo da classificação, a três pontos do eterno rival da 2.ª Circular e a cinco do FC Porto.
O futebol pouco inteligente do Benfica desta época fazia todas as previsões apontarem para uma derrota frente aos ‘leões’. Mas a verdade é que o banho de bola que o Benfica deu em casa devolveu as esperanças goradas aos ‘Benfiquistas’. Esta segunda volta do campeonato pode ter uma reviravolta. Porque, no fundo, isto é futebol. E o futebol é feito disto.
Estando atrás dos dois grandes adversários, o Benfica depende especialmente dos seus próprios resultados para não deixar escapar o único e tão desejado título da temporada. E há que fazer melhorias. Muitas melhorias. É que, parecendo que não, já estamos na segunda ronda do campeonato e não há nenhuma melhoria no plantel: não há dispensas de jogadores sobejantes (Luisão alguma vez irá pendurar as botas ou vai jogar até já nem ter força para segurar a braçadeira de capitão?), não há acertos na equipa técnica, não há nada.
Haverá sequer a consciência de que é necessário haver mexidas no atual plantel neste mercado de inverno? Hermes, Ola John, Gabigol, Douglas, e Pedro Pereira são para dispensar; Chrien e Willoch beneficiariam provavelmente com um empréstimo, porque, se é para apostar a longo prazo, a equipa B não dá o rendimento pretendido; Samaris (ainda que vá safando quando Fejsa não pode), Filipe Augusto e Lisandro são para vender enquanto é tempo; depois há os jovens Kalaica, Keaton Parks e João Carvalho, que têm, de facto, qualidade e merecem uma aposta consistente.

Fonte: SL Benfica
Ora, analisemos. Primeiro, Gabigol não faz nada no Benfica. Foi mais um empréstimo tonto, um daqueles empréstimos à Benfica. É para despachar. Segundo, Douglas é mau. Não tem competência para suprimir as ausências de André Almeida e o camisola 34 não dá para tudo. Há que repor o stock da direita. Terceiro, Filipe Augusto foi uma nódoa de contratação, quando há tantos miúdos com qualidade para o lugar dele (Keaton, por exemplo)… Quarto, João Carvalho é bom! O miúdo merece ter minutos e não ser o Bernardo Silva da era Rui Vitória.
Depois, há também os casos de Pizzi e de Diogo Gonçalves. O médio ainda nem recuperou o cansaço acumulado nas pernas da época passada e este ano também não para. Sem sentar no banco para recuperar das limitações físicas óbvias, Pizzi não vai conseguir segurar as pontas soltas entre os dois lados do campo. E onde anda Diogo Gonçalves? Foi uma das grandes apostas na primeira volta do campeonato (foi até titular na Champions), mas os regressos de Cervi e, escassas vezes, de Zivkovic e de Rafa fizeram o extremo de 20 anos apagar-se. A melhor opção seria mesmo um empréstimo a uma equipa da Primeira Liga, para que não quebrasse o bom rendimento que tem.
Posto isto, o Benfica precisa de mudanças. E terá claramente de aplicá-las, se não quiser ficar para trás e em maio quiser ver o indestronável Luisão a levantar o ‘caneco’. Não pode haver passividade nem apatia na hora de decidir. O Benfica não é um clube qualquer. O Benfica vive de títulos. Mas é preciso lutar.
Foto de Capa: SL Benfica